Dudu Azevedo: 'Wladimir e Tassiana são minha família'
Aluysio Abreu Barbosa, Edmundo Siqueira, Marco Antônio Rodriques, Gabriel Torres e Mário Sérgio Junior - Atualizado em 13/07/2024 09:01
Dudu Azevedo no Folha no Ar
Dudu Azevedo no Folha no Ar / Genilson Pessanha
Ao classificar o prefeito Wladimir Garotinho e a primeira-dama Tassiana Oliveira como sua família, o pré-candidato a vereador Dudu Azevedo (Republicanos) se coloca como uma das opções de renovação na Câmara de Campos. Em entrevista ao programa Folha no Ar, da rádio Folha FM 98,3, Dudu contou como ingressou na política e como sua amizade com Wladimir tem o ajudado a caminhar na política. Ele também analisou às reações dentro do próprio grupo em virtude dessa estreita relação. O ex-chefe de Gabinete do prefeito, também falou sobre sua experiência Brasilía. Sobre o legislativo campista, ele disse que acredita em uma renovação de 20% a 30% e projetou que seu grupo deva fazer entre 18 e 19 cadeiras, apostando que o vereador Anderson de Matos possa ser o mais votado entre as opções de seu partido. Dudu destacou, ainda, que acredita que a eleição majoritária seja decidida em primeiro turno, por todo o trabalho que o governo Wladimir apresentou. O pré-candidato também analisou o conservadorismo em Campos e a polarização entre direita e esquerda.
Pré-candidatura a vereador — Em 2016, eu me lancei pré-candidato pela primeira vez e vim trabalhando pré-campanha. Só que chegou em um momento onde, nas convenções, não teve a vaga naquele momento. Eu saí daquele momento apoiando um outro candidato, a vereador à época. Mas aquilo ficou em mim. (...) Hoje temos um grupo trabalhando aí na pré-campanha, o prefeito tem um grupo um pouco maior, me deu essa possibilidade e liberdade de estar tramitando e sendo pré-candidato. Foi composição de grupo também, um pouco, conversa, diálogo, entendendo que precisávamos de ter pessoas na Câmara com um pouco mais de tranquilidade, com uma capacidade um pouco maior de diálogo, e eu fiquei feliz em ser também escolhido por ter esse perfil.

Amizade com Wladimir — Minha amizade com o Wladimir começa na adolescência e acaba se estreitando cada vez mais pela relação que as nossas famílias começaram a criar. Ele casou mais ou menos na mesma época que eu. A esposa dele, a Tassiana, também ficou grávida na mesma época da minha esposa. As meninas acabaram estudando juntos, estudam até hoje. Então só foi cada dia mais estreitando. E naquela participação na qual o Wladimir se candidatou a deputado federal em 2018 e ele ganha aquela eleição, ele me convida para participar do staff dele na Câmara e a gente começa a desenvolver alguns trabalhos juntos. E aí eu vou tendo um contato um pouco maior com a política e aprendendo um pouco mais, vivenciando a política.

“Wladimir e Tassiana são minha família” — Minha posição naquele momento, eu poucas vezes tomaria e tomarei posições tão duras e sérias como eu fiz nesse episódio. Mas eu acho que respeito à família é algo que eu não posso admitir que não aconteça. Hoje, eu falo com muita naturalidade, muita segurança, eu tenho Tassiana como minha amiga e irmã. Eu trato ela como se fosse minha irmã. Qualquer tipo de ofensa que viesse ligado a ela ou a Wladimir, que eu tenho também como irmão, isso também tocou na minha família. Hoje, realmente, eles são minha família. Estão sempre juntos comigo em todos os momentos, os difíceis e os bons. Então, eu não podia admitir que aquilo passasse e eu hoje, estando na posição de pré-candidato, tinha que me posicionar.

“Ciúmes” dentro do grupo — Eu acho que é uma pergunta frequente e eu tenho respondido com bastante naturalidade, porque a minha amizade com o prefeito vem antes da política. Então, acho que a amizade, ela fala por si só. O prefeito tem outros pré-candidatos com ligações próximas a ele, posso citar aqui dois: o Dr. Maninho também, que é um amigo próximo, e o Fred Rangel, concunhado dele também. Acho que é muito natural e muito tranquilo falar sobre isso, porque é uma amizade que começou antes da política. Então, estou encarando isso com muita tranquilidade. (...) Eu sou um cara muito do diálogo. É do meu perfil construir sempre pontes. Eu não gosto de entrar em rota de colisão. Eu costumo analisar as reações e ações das pessoas. E, às vezes, eu costumo dar um desconto. Às vezes, eu preciso entender o porquê de a pessoa estar pensando daquela forma, o porquê da pessoa estar agindo daquela forma. Acho que, para poder entender um pouco mais do como a pessoa está pensando, eu vou lidando com muita tranquilidade. Críticas a gente está acostumado a receber na nossa vida pessoal, na nossa vida profissional. Se tiver alguma divergência, enfim, alguma aresta que precise ser aparada, eu acho que basta sentar, conversar, trocar uma ideia e resolver tudo. Não tem motivo para tanta chiadeira assim, não.

Origem na política — Eu não venho de família política, não tenho pai, mãe, tio, ninguém ligado à política. Meu professor tem sido o Wladimir mesmo, apesar da diferença de pouca idade que temos. Eu tenho encarado isso com muita tranquilidade. Trabalhei com ele em Brasília. Depois quando ele assume a Prefeitura e me convida para fazer parte do Gabinete, fiquei esse tempo todo aí no Gabinete. Me descompatibilizei no prazo para que eu pudesse me pré-candidatar. Eu não vejo que a minha amizade com o prefeito atrapalhe qualquer tipo de projeto e processo de outros pré-candidatos.

Experiência em Brasília — A experiência que eu levo para a minha vida e até para os meus negócios particulares também foi a capacidade de diálogo. Qualquer assunto, primeiro, tem que começar com um bom diálogo. Acho que trocar ideias com pessoas que principalmente pensam diferente de você vai enriquecer cada vez mais o seu pensamento, o seu projeto. Então acho que essa é a principal marca que eu registrei nesse período que eu fiquei lá e que vou levar não só para minha vida pessoal, mas também para minha vida profissional. Acho que o diálogo, a discussão de um bom projeto e estudar aquele projeto realmente, buscar coisas técnicas que possam aprimorar, que possam aperfeiçoar, que possam cada vez mais desenvolver de forma mais qualitativa uma determinada situação, eu acho que isso é a principal marca que eu trago nesse período.

Renovação na Câmara Municipal — Acredito que a gente vai ter aí uma renovação de 20 a 30% da Câmara. Acho que dificilmente teremos grandes mudanças, apesar de ter minha opinião que deveríamos ter uma grande mudança. Eu acho que precisava oxigenar, entrar pessoas realmente novas, com outras ideias, com outros tipos de pensamento, principalmente para pacificar o clima interno. O clima interno está muito ruim. O clima interno está muito combativo e as figuras se mantendo. Esse clima continua porque dificilmente vão ter pensamento de sentar, conversar e zerar as divergências e seguir uma nova vida.

Nominata — Ajudei bastante na montagem das nominatas, não só do meu partido, como de alguns outros também. Posso falar aqui que são nominatas boas, que garantirão grandes disputas. E nossa ideia é tentar realmente fazer o máximo de cadeiras possíveis. Acho que o governo Wladimir consegue algo em torno de 18 e 19. Nominata, basicamente, é matemática. Tem a quantidade de partidos. O prefeito está com 6 partidos. Se cada um ali ficar na média de 3, 4 ou 2, a gente chega a 18. (...) Na minha opinião, a grande surpresa dessa eleição não vai ocorrer. Se todo mundo está esperando uma grande surpresa, isso não vai ocorrer. Hoje, eu apostaria, para ser o mais votado, seria o Anderson de Matos. Quanto a nominata do Republicanos, é uma nominata boa, forte e muito equilibrada. A perspectiva do nosso presidente do partido é que a gente consiga alcançar umas três cadeiras, mais ou menos.

Reprovação da Câmara — Eu vejo como sendo reflexo do trabalho legislativo. O trabalho legislativo, pelo menos nos últimos dois anos, foi muito ruim. Muitos embates, muitas brigas. Ninguém mais quer isso. As pessoas querem propostas, querem resolver problemas, não trazer problemas. Não adianta levantar a tribuna, falar alto, gritar, bater na mesa, dizer que está tudo errado, sem trazer uma solução do problema. Resolver o problema é vamos debater, dialogar, ajustar ideias e colocar os projetos para andar. Acho que essa rejeição aí mostra isso, um péssimo trabalho legislativo. Eu boto a oposição com 70% desse pacote e o governo obviamente com os outros 30% porque também toda ação tem uma reação, isso é natural. Mas a oposição busca sempre muito mais esse embate. Eu tenho classificado isso como politicagem. É diferente de você fazer política. Fazer política é você dialogar, conversar, ver propostas, desenvolver projetos, executar e trazer benefícios à população.

Eleição no 1º turno ou não? — Eu sou um cara conservador pé no chão, mas também um otimista. Eu acho que o trabalho que o prefeito vem desenvolvendo, o grupo que ele montou, o governo que está atuando pela cidade durante esses três anos e meio, eu acho que dá uma perspectiva de termos uma eleição muito bem encaminhada para ser resolvida no primeiro turno. Eu não acredito em grandes mudanças nesse cenário, nesses próximos 85 dias pela frente. Eu acredito, sim, que a eleição possa ser resolvida já em primeiro turno, por todo o trabalho que já foi feito. Eu acho que o trabalho que foi feito, ele já consolidou. E as pessoas, pelo histórico recente de uma experiência nova que não deu certo, vão tendenciar a manter um projeto que já está dando certo. Então eu acredito, sim, muito forte que tenhamos essa eleição resolvida em primeiro turno.

Migração das intenções de voto de Carla — Eu acho que, não a totalidade, mas eu acredito que a grande maioria realmente migre para o atual prefeito Wladimir. Pelo perfil político, popular e conciliador que ele tem, e as pessoas talvez não vão querer arriscar uma nova identidade política que não tem experiência nessa área da política e enfrentar tempos como já visto no passado. Então, acho que as pessoas, porque Campos é uma cidade conservadora, eles não vão tentar algo novo. Então, a tendência, na minha opinião, é que esses votos caminhem a favor do atual prefeito Wladimir.

Aprovação do prefeito — Eu acho que a principal marca não foi nenhuma grande realização no termo de infraestrutura, de alguma obra, de uma realização. Eu acho que a cidade viu no perfil do Wladimir a tranquilidade de um cara do diálogo, pacificador, construidor de pontes. Isso foi dando uma nova esperança, um novo aspecto do pensamento da política. E como ele começa a conversar, vai ao Governo do Estado conversar, vai ao governo federal conversar, as pessoas vão vendo que realmente ele estava a fim de realizar coisas para a cidade de Campos. Ele não estava preso a partidos políticos, a ideais políticos, ele queria realmente era realizar. Então acho que isso foi dando essa sensação de que o trabalho poderia ser bem desenvolvido, que realmente não tinha lado A, lado B, não, ele queria era fazer o que era preciso para Campos. Acho que, além do Wladimir ser uma figura que tem uma aprovação muito boa, o governo ao qual ele montou também tem essa aprovação boa. Então acho que essa equipe que vai tocar a máquina para que a gente consiga continuar aí nesse ritmo e não descer dessa casa aí de aprovação.

Identidade do governo Wladimir — Acho que ele (Wladimir) ter tido a identidade dele foi primordial para esse crescimento. A figura também do próprio Frederico Paes, também ali na classe média alta, como sendo um bom gestor, um empresário de sucesso, lado a lado com o prefeito, acho que isso também ajudou a somar e a concretizar e consolidar esses números que essa pesquisa mostrou. Acho que esses dois fatores, o Wladimir mostrando realmente a identidade dele e o Frederico dando uma retaguarda importante, foram bastantes cruciais. Ele sendo realmente o gestor, estando à frente, desenvolvendo projetos, buscando parcerias, pensando no que era melhor para essa classe. Acho que isso tudo somado foi o grande fator determinante para a consolidação dos números.
Comparação entre governos — A comparação obviamente ajuda um pouco, mas eu não acho que seja o grande segredo. Porque o que é bem avaliado é o trabalho do prefeito Wladimir e é o trabalho do governo do prefeito Wladimir. Acho que é o trabalho que ele desenvolveu durante esses três anos e meio. Por mais que Campos, no passado, estivesse vivendo períodos mais críticos e hoje, graças a Deus, estamos com uma estrada mais tranquila, numa viagem mais tranquila, eu acho que é o trabalho dele mesmo que faz a aprovação dele ser alta.

Apoio de Caio Vianna — Participei bem dessa construção, principalmente com o Wladimir e com o Caio. Acho que o momento marcante disso tudo foi quando o Caio se torna deputado federal, um deputado federal da nossa cidade, e logo em seguida o Wladimir faz um ofício do gabinete do prefeito se colocando à disposição e protocolado isso. Nisso daí já deu o primeiro sinal que as divergências da eleição ficam para trás. Em 2020 eles estavam disputando. Caio com a proposta dele, Wladimir com a proposta dele. Isso é normal na eleição. Passando a eleição, essa conversa tem que voltar. Ele entende a importância que o cargo dele, que a gente estava ocupando naquela época, era importante para o município. Ele entendeu também e reconheceu que o trabalho que o prefeito vem desenvolvendo é um trabalho sólido e bom. Caio tem me ajudado muito com ideias, enfim, para a gente estar seguindo em um caminho da prosperidade para a nossa cidade, que é o principal. Acho que o eleitor hoje quer realmente ver o perfil mais maduro, o perfil mais calmo, mais tranquilo, mais no diálogo, mais conciliador. Eu acho sim que o eleitor enxerga isso.

Ausência em sabatina — Wladimir não foi porque realmente tinha um compromisso pré-agendado. Então, vejo isso com muita naturalidade. Como as pesquisas mesmo mostram o prefeito com a vantagem, eu acho que os outros candidatos deixam de fazer debates e passam a ir para fazer agressão. Então isso não é bom. Se for realmente para um debate, perguntas construtivas, debater ideias, debater propostas, acho que é válido. Mas a gente sabe que não é o que vai acontecer. Acho assim uma oportunidade excelente, parabenizar a iniciativa das Entidades de colocar a apresentação dos pré-candidatos. A entidade merece todo o respeito e parabenizar, o problema é a postura dos pré-candidatos.

Conservadorismo em Campos — Acho que, como teve os últimos quatro anos da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, a população tanto de Campos quanto do país teve a oportunidade de ver, na essência, como era o governo mais voltado para a direita, com as ideias mais liberais na parte econômica. Então eu acho que, com isso, o povo campista começou a ter mais conhecimento. Anteriormente, a gente fala dos últimos 16 anos, 20 anos, eram de governo de esquerda. Os últimos quatro voltaram para o governo de direita. Acho que a população campista se identificou um pouco mais com as tratativas do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Então acho que esse é o principal fator de ter feito Campos se tornar uma cidade mais conservadora e se consolidar mais por um voto, vamos dizer assim, mais para a direita.

Eleição polarizada — A polarização direita e esquerda acaba refletindo um pouco em toda eleição. Não tem jeito. Existem classes políticas que pensam diferentes, e vão discutir em todos os momentos propostas, pensamentos, isso aí é normal. Mas o fato é que hoje Campos é uma cidade, matematicamente já comprovada pelas pesquisas dos últimos tempos, conservadora. O resultado da última eleição presidencial em Campos deixou isso muito claro. Eu visualizo dessa forma. Eu tenho um pensamento mais conservador também, mais ligado à direita, mas também não sou um cara engessado para certos assuntos, certas opiniões.

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