Jorge Magal: "Eleição em Campos já está no segundo turno"
O ex-vereador e pré-candidato a prefeito de Campos pelo Solidariedade, Jorge Magal, foi o entrevistado do programa Folha no Ar, da rádio Folha FM 98,3, nessa sexta-feira (19). Ele afirmou que não acredita que a eleição tenha resultado em primeiro turno, mesmo com pesquisas que apontam o contrário com uma possível reeleição do prefeito Wladimir Garotinho. Ao falar sobre o assunto, Magal mencionou que “chegaram a falar em 92% de aprovação do governo Wladimir”, no entanto nenhuma pesquisa registrada que foi divulgada até o momento não apresentou esse número. O ex-vereador também afirmou que sua situação eleitoral é tranquila, pois provou sua inocência no Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) que apurou o “escandoloso esquema” do Cheque Cidadão. Ainda sobre eleições, o pré-candidato disse que acredita que seu partido tenha capacidade de eleger de 2 a 3 vereadores para a Câmara, pois está com uma nominata bem montada. Magal também analisou a reaproximação dos Garotinho com os Vianna e afirmou não acreditar na parceria, que para ele não é pelo bem do povo. Ainda durante a entrevista, ele apontou o transporte público como “a maior vergonha de Campos” e disse que o atual prefeito “não tem uma obra sequer”. Também foi dada abertura para posicionamento das pessoas citadas por Magal.
Pré-candidatura e apoio de Bacellar — Primeiro que iniciei na campanha de Rodrigo em 2017 para 2018, a primeira vez que ele ganhou para a eleição deputado estadual. Eu fui um elo da corrente forte, não fui o mentor, mas convidei o Rodrigo, fui ao Rio convidar para ele ser candidato a deputado estadual. Depois comecei a fazer as primeiras reuniões, os primeiros contatos, levando ele. Acho que ele não estava preparado para ser deputado, mas eu, com a minha experiência, falei: “você vem de uma família política, seu pai, seu Marco Bacellar, é um homem muito forte na política em Campos e com um apoio nosso você tem chance sim”. E assim pegou a campanha de Rodrigo em 2018, então nós elegemos o Rodrigo a ser lá deputado estadual. E ele muito habilidoso, que é, e conseguiu já no segundo mandato, já ser presidente da lege, que é o segundo maior poder do Estado. Então, na verdade, mostrou aí toda a sua capacidade, já do primeiro mandato, honrando a nossa cidade como deputado e representando Campos. Eu fui o primeiro a ser convidado pelo deputado Rodrigo Bacellar (a ser pré-candidato a prefeito). Eu falei “olhe, deputado, eu posso dar resposta a você daqui a uma semana, daqui a 15 dias, eu tenho que conversar com o nosso grupo político, toda essa história”. Mesmo sabendo que vai ser uma eleição do Davi contra a Golinhas, mas eu confio no meu taco, na nossa equipe, e por isso o convite está aceito e eu vou, sim, para o desafio. E aí, então, ficou aí o convite aceito, sou um pré-candidato, sim, hoje, a prefeito.
Situação eleitoral — Muito tranquilo, porque a justiça não se mistura com a política e nem a política pode se misturar com a justiça. E nós temos a certeza disso. Quando tem uma denúncia contra você, você não tem que brigar com a justiça. Você não tem que acusar a justiça, A, B ou C, de qualquer erro. Você precisa, simplesmente, mostrar a sua defesa, mostrar a sua inocência. Eu, graças a Deus, fiz isso e consegui provar minha inocência, já aqui, na primeira instância, na área criminal. Provei que eu não tinha envolvimento na criminal, não tinha, na participação dessas denúncias, portanto, aqui em Campos mesmo, fui absolvido do processo em 2017. São dois processos, um criminal e um eleitoral. O que aconteceu na Aije, processo eleitoral? Aí vai o problema de eu citar um nome aqui que talvez foi onde me deixou, eu fora da Câmara, e tive esse problema na Aije. Uma pessoa que errou muito, errou gravemente. É o ex-vereador, ex-presidente da Câmara, Marcão. O Marcão, ele errou muito comigo, porque ele fez compromisso e não cumpriu, não vou nem dizer que foi o Rafael, o Rafael não fez compromisso comigo. Foi o Marcão que fez um compromisso comigo, contratou um escritório de advogado no Rio de Janeiro, e na verdade, quando chegou no julgamento da Aije do processo eleitoral, no TRE, ele não cumpriu as suas obrigações que tratou com o escritório do Rio de Janeiro. Então, o meu processo foi julgado em Brasília e, na verdade, eu fiquei, sim, inelegível. Hoje, a minha ficha, tranquilamente, sem nenhum problema, tranquilo, as eleições de 2016 foi dia 2 de outubro, a eleição desse ano é dia 6 de outubro. Eu fui absolvido em Campos porque, na verdade, provei que eu não tinha envolvimento, mas há um erro jurídico, a Aije desceu, mas hoje estou limpo, a minha ficha para a minha pré-candidatura de prefeito.
Projeções das pesquisas — As pesquisas são o indicador. Essa aprovação do governo de Wladimir, a gente não vê nas ruas, olhando na cara do povo. Não vê essa aprovação toda. Jamais aqui o instituto de pesquisa eu vou desconfiar. Mas eu convivo com o povo dia a dia, nos distritos, na Baixada, dentro de Guarus, em qualquer lugar. Aposto que o CPF de Vladimir esteja bem, pessoa física, que ele é habilidoso. Agora, o CNPJ, que chama o governo Prefeitura, eu vejo hoje um governo muito ruim. Eu não vou falar que está regular, não. Um governo ruim porque não atende às necessidades da população, mas não atende mesmo. O instituto de pesquisa, a gente confia plenamente, desde que seja legalizado, nós confiamos. Mas sei que o indicador não é uma real situação que vive o povo em nossa cidade hoje. Ele estava aí, 50 e poucos por cento, 60% para a reeleição. Chegaram até a falar em 92% de aprovação do Governo Vladimir. Então, na verdade, agora o Wladimir começou a enfrentar umas pré-candidaturas. As pré-candidaturas que estão aí são para valer. Não tem essa história de ninguém recuar. Hoje todo mundo é pré-candidato, mas o Wladimir jogando sozinho é uma coisa. Ele hoje, com essas pré-candidaturas que serão confirmadas só nas convenções, não acredito na eleição de Wladimir no primeiro turno. Posso praticamente confirmar hoje que a eleição em Campos já está no segundo turno.
Reaproximação dos Vianna e os Garotinho — Tenho certeza que todo povo de Campos não pode confiar nessa parceria entre Caio Vianna e Wladimir. Porque, claro, existe altos e baixos na política. Hoje é inimigo, amanhã é amigo. Está dentro da política isso aí. Desde o momento que eu acho que não poderia acontecer o que aconteceu. Agressão familiar, foi muito grande. Agressão por parte do Garotinho, principalmente, quando acusou o doutor Arnaldo, chamando de ladrão e outras coisas mais. Eu não acredito nessa parceria, nessa união. O melhor prefeito da cidade até hoje foi o doutor Arnaldo Viana. Bem, que passei por oito ou nove prefeitos comigo e eu lá na Câmara, com mais de 20 anos de mandato. Então, eu vejo o doutor Arnaldo como um prefeito que foi quase que perfeito. Agora, quando se fala a parceria Wladimir com Caio Viana, por onde? Pela boa política, para o bem da população, da sociedade? Não é. Eu até gostaria que um dia o Caio pudesse me explicar como que aconteceu essa parceria, porque não é pelo bem do povo. Isso aí tem alguma coisa a mais. Eu acredito que a aproximação de Caio com o Wladimir, ele ajuda a levar a eleição para o segundo turno. Aí por que que hoje ele (Caio) não quis ser candidato? Direito dele, claro. Não quis ser candidato a prefeito. Preferiu fazer um acordo. Porque ele sabe que se ele fosse candidato, seria uma grande derrota política. Quando o povo falou não para o Caio, ele encosta em Wladimir hoje, ele está ajudando, com certeza, a levar a eleição para o segundo turno. Não acredito nessa união pelas agressões que foram feitas pessoalmente, família contra família.
Nominata — Hoje a nominata nossa é bem montada. O presidente de partido, os seus grupos políticos falam, ó, o meu partido vai fazer seis vereadores, vai fazer três, vai fazer quatro, então na verdade Não existe isso. Se for essa conta que estão fazendo pelas ruas, vai ter que crescer aquele plenário da Câmara e comprar mais cadeiras para dar lá. Então não existe isso. Eu acho que a eleição disputada o voto cai de 1 a 1. Tem que ter muito cuidado com as pessoas que estão falando. O nosso partido, Solidariedade, ele está montado de uma maneira bem equilibrada. Nós temos ali um partido bem montado, na certeza de eleger dois vereadores, e se a galera apertar mesmo o pé, nós vamos conseguir fazer um na sobra, e hoje está cotado o nosso partido para fazer três vereadores. Dois, com certeza, e a galera, todos os pré-candidatos precisam de apertar o pé para que possa fazer o terceiro na sobra. Então nós vamos fazer três vereadores lá no nosso partido. São 18 homens e 8 mulheres. Eu acho que todos os cuidados são poucos. Já aconteceu o que aconteceu em Campos, com seis vereadores perderam o mandato agora pela questão da cota de gênero do partido. As mulheres que estão no partido, eu acho não só no Solidariedade, todas as mulheres pré-candidatas que estão aí, elas precisam ter a certeza que elas começam uma campanha e precisam terminar essa campanha.
Projeção do atual governo — A população sabe o que está acontecendo em Campos. Do como que o governo está fazendo um governo ruim. O povo está fazendo essa avaliação, o nome do prefeito, pré-candidato Wladimir, e também, claro, está fazendo a avaliação dos pré-candidatos que estão junto com o Wladimir. Então, se não vai votar ou vai votar, tem que ter muito cuidado para não ter um erro do pessoal continuar sofrendo mais quatro anos, inclusive na Câmara de Vereador. Então, quando você vê que tem o grupo da base que fala uma besteira dessa, que eles vão fazer até 21 cadeiras, aí o grupo de Rodrigo (Bacellar), que está nos partidos, são quatro partidos montados, ué, vai fazer só quatro vereadores? Então, não há dúvida nenhuma que o grupo, a base de Rodrigo, vai estar entre 10, 11, até 12 vereador vai ser eleito lá. Porque os partidos estão bem montados e o povo reconhece o trabalho do líder desse grupo, chamado Rodrigo Bacellar, aonde, através do governo do Estado, já investiu mais de R$ 1,3 bilhão em Campos.
Avaliação do governo Wladimir — Se ele (Wladimir) tivesse um pouquinho de humildade e tivesse copiado um pouquinho o que a mãe dele fez quando foi prefeita… Primeiro mandato da prefeita Rosinha, ela conseguiu construir mais de 3 mil casas no município. Construiu nove creches modelo. Isso é até projeto nosso. Construiu sete vilas olímpicas, projeto nosso. O Cepop foi construído contra a minha vontade, porque eu achava que não dava certo. É um elefante branco. Eu fui contra naquele tempo. Mas hoje, o governo Wladimir acabou. Então, se você pedir uma obra que ele construiu, não é obra paliativa. Se perguntar a ele uma obra, ele não construiu uma casa, ele não construiu uma creche, ele não construiu uma escola, ele não construiu uma ponte. O que ele fez? Qual a obra que ele vai deixar? Ele não tem uma obra sequer. Enfim, o que ele faz é paliativo. O transporte público é a maior vergonha dessa cidade. Nunca teve um transporte tão ruim na cidade. O transporte alternativo é a complementação do transporte. A saúde em campos hoje... Ah, a saúde melhorou. Melhorou em quê? Onde? As UBSs, tem 16 UBSs fechadas, com falta de ambulância. Eu cheguei até o local, conheço, fui ver de perto, conversar com os moradores de Murundu, Chá de Paraíso, Serrinha, Espinho, Parque São Mateus e por aí afora. É difícil. O Estado mandou o Samu, nove ambulâncias de UTI do Samu. Está escondido há um ano, não está atendendo a população.
Ponte da Integração — A Ponte da Integração será entregue esse ano, pois é um compromisso do deputado Rodrigo Bacellar também com o Cláudio Castro e todos que trabalharam pela essa ponte merecem todo o nosso respeito.
Trajetória política — A política é saudável para quem quer caminhar no caminho da política, dentro da honestidade, junto do povo, da população. E foi assim todo o meu início político e continua até hoje. Eu, candidato a vereador em 1996, minha primeira eleição, ganhei com 1.288 votos, trabalhando junto da população, com a equipe bem reduzida, pequena. E daí eu segui em frente, em 2000 fui reeleito vereador, em 2004 eu fui o quarto candidato a vereador com a maior votação, com 4.212 votos. Em 2006, eu fui candidato a deputada estadual e fiquei na segunda suplência, logo a seguir um deputado ganhou para prefeito e eu fui para a primeira suplência com apenas 700 votos de diferença, por falta de apoio do grupo que eu apoiava. A injustiça começou lá atrás. E eu fui injustiçado muitas vezes dentro do próprio grupo do Garotinho. Em 2008 fui reeleito vereador mais uma vez, com uma votação acima de 4 mil votos. Em 2012, fui reeleito vereador mais uma vez e em 2014 foi o grande problema meu com a família Garotinho. Eu era candidato a deputado estadual, eles fizeram uma manobra muito grande e me convenceu. Nós conversamos, aí eu saí da candidatura estadual e fui para uma candidatura de deputado federal. E ali foi tudo que eles marcaram, não cumpriu nada comigo.