Thiago Virgílio projeta de 18 a 19 nomes da base à Câmara e Wladimir reeleito no 1º turno
Rodrigo Gonçalves, Aluysio Abreu Barbosa, Cláudio Nogueira e Matheus Berriel - Atualizado em 13/03/2024 09:04
Thiago Virgílio
Thiago Virgílio / Antonio Leudo
Com esforços direcionados à montagem de duas nominatas para a Câmara de Campos, o ex-vereador Thiago Virgílio projeta, com sua contribuição no Agir e no Podemos, a possível eleição de até 19 candidatos da base para as 25 cadeiras do Legislativo. Ainda impedido de concorrer a um cargo eletivo, como consequência da operação Chequinho, de 2016, quando chegou a ser preso pela acusação de compra de votos, Thiago aposta no primo Juninho Virgílio pelo Podemos, mesmo sendo o presidente do diretório municipal do Agir. Segundo ele, tudo foi combinado estrategicamente com o prefeito Wladimir Garotinho (PP). No Folha no Ar dessa terça (12), na Folha FM 98,3, Thiago avaliou também a disputa à Prefeitura, projetando a vitória do prefeito no 1º turno, mas dispensando o uso de “salto alto”. Virgílio comentou, ainda, o recente conflito de Anthony Garotinho com o filho, por conta do PL, e a possibilidade da ex-governadora Rosinha concorrer a prefeita em São João da Barra. A especulação do nome dela ao município vizinho é uma resposta ao fato da ex-prefeita de SJB e deputada Carla Machado (PT) ter transferido seu título a Campos e passar a ser cogitada como uma pré-candidata à Prefeitura, mesmo que, juridicamente, esteja impedida de concorrer pela tese do “prefeito itinerante”.
Nominatas — Tem gente que fala que a escolha de um partido é 50% da eleição. Eu acho que a escolha de um partido é 60% da eleição, 40% é de voto. Estou montando minha quarta nominata. Eu tenho uma experiência de montar, mas nunca fiz sozinho. Sozinho a gente não faz nada, se não tiver um apoio. E aí eu não posso deixar aqui de registrar, que, desde o início, o prefeito falou: “Olha, não vamos ter como montar dez nominatas, vamos montar seis, no máximo sete”. E aí me fez dois convites em momentos diferentes. Um para ser o presidente do PL, partido que eu não queria assumir enquanto estiver aí sobre o comando dessa direita que está aí, do Bolsonaro. Quem me conhece sabe que sou de esquerda, mas também não sou a favor da esquerda que está aí hoje. Votei no Lula. Depois, o prefeito, em outro momento, me chamou para ser presidente do Podemos. Agradeci também. Falei: ‘Prefeito, vamos fazer o seguinte, vamos tentar colocar Juninho aí no Podemos, mas eu continuo no Agir. Eu tenho uma história no Agir, que é o antigo PTC, desde 2011 (...) O prefeito está muito empenhado agora para que o Podemos realmente faça três vereadores. Há um tempo atrás, conversei com o meu presidente nacional Daniel Tourinho e meu presidente estadual Osmar Brito, e expliquei a situação que o prefeito não poderia montar a nominata no Agir por questões óbvias. Qualquer prefeito está tentando hoje gastar energia para montar a nominata naqueles partidos que têm tempo de televisão e fundo partidário. O Agir está à disposição dos companheiros, que vão trabalhar muito mais animados em um partido sem medalhão do que naquele com vereadores de mandato (...) Eu tenho, sem atrapalhar o prefeito, sem atrapalhar nosso grupo político, conversado com pessoas que têm independência política. Por exemplo, estou conversando com pessoas que estão fora do nosso grupo político ou que estejam próximas, mas que têm independência para escolher partido. E aí eu acredito que a gente vai montar essa nominata no Podemos, junto com o nosso presidente municipal do Podemos, Marcelo Mérida. A gente sempre conversa, é alinhado, não tem aquela história de: “Ah, vamos colocar aqui na última hora um secretário, um subsecretário?” Não vai entrar.

Projeção de eleitos à Câmara —
No Podemos, eu acho que a gente vai montar para fazer três, e no Agir a gente vai montar para fazer um, pelo menos, vamos tentar. Estou tendo o apoio de algumas pessoas (...) Quanto pelo grupo (da base do prefeito)? Acho que a gente bate 19, a gente tem condições de bater 18, 19. Eu só tenho uma dúvida, porque Natália (Soares, do Psol) indo para o PT, eu acredito que lá tem chance de fazer um direto com outro na sobra. Só voltando à última pergunta... “Ah, você é presidente do Agir, Juninho candidato no Podemos? Eu acho que as pessoas, no primeiro momento, podem estranhar, mas vai ver, porque o coordenador geral da campanha do Juninho sou eu, então não tem problema (...) Por questão estratégica, combinada com o prefeito, a gente preferiu colocar lá no Podemos. Estratégia que a gente fala é de fazer o maior número de cadeiras na Câmara e ter a maioria, se Deus quiser, dessa vez, pessoas que entrem, pessoas que vistam a cabeça do nosso grupo político.

Atrito entre Garotinho e Wladimir — E
ntrando na questão do PL, é um conflito de família. Quando o pai diz que está sendo excluído pela questão do partido, eu acho que tem alguma coisa por trás disso. Eu não acredito que o prefeito iria excluir... Eu não sei como é que seria essa questão do Garotinho no mesmo partido do governador Cláudio Castro, entendeu? Eu não consigo entender. Eu vi o Garotinho articulando para trazer o PL. Teve uma reunião em que estávamos eu, Thiago Godoy, doutor Paulinho, e a gente acompanhou uma articulação sendo feita com o pessoal ali. O próprio Wladimir, quando esteve com o Flávio Bolsonaro, ligou para o Garotinho, colocou o Garotinho na ligação com o Flávio. O Eduardo Bolsonaro ligou para o Garotinho (...) Mas, é uma coisa que tem que ser resolvida num âmbito familiar. Nessa briga, eu não entro, não vou entrar. Eu acho que é uma coisa que a gente tem que chegar e colocar na mesa o que realmente está ocorrendo. Por um lado, eu dou graças a Deus de o Garotinho não assumir um partido desse. Ele tem outras raízes. Nessa questão aí, acho que eles (Garotinho e Wladimir) vão se entender, porque não é a primeira e nem será a última briga deles, desentendimento (...) Acho que Wladimir está mostrando que tem uma certa independência. E acho que não é só a independência do pai. Muitas vezes, fico imaginando assim: Wladimir, para tomar uma decisão dessa, todo tipo de decisão, com quem ele conversou? Ele conversou com alguém? Porque tem algumas coisas que a gente está no grupo e a gente não concorda. Mas, ele é o prefeito, hoje ele toma as decisões, Agora, em relação a essa questão, é pai e filho, é família, é sangue. Vai se ajeitar, daqui a pouco se ajeita. Na política, então, que é muito dinâmica, a tendência é isso acontecer mais vezes. Não só entre um pai e um filho; entre parentes na política acontece isso. No meu caso, eu com o Juninho, de vez em quando a gente diverge em algum ponto; e a gente senta, zera e toca para frente. Eu acho que não pode deixar se tornar público, trazer isso para dar publicidade. Acho que ninguém vai aplaudir uma briga de um filho com um pai nem de um pai com um filho.

Pleito de 2024 —
Acredito que vai ser um pleito muito tranquilo. Eu acho que 2020 foi um pleito tranquilo comparado a 2016, que nunca mais vai ocorrer nem deve ocorrer. Tem que deixar o povo escolher. É o que eu digo: tem julgamento aí dia 6 de outubro. Eu acho que, até o momento aí, não se coloca nenhum candidato. Tem o Jefferson (Manhães, do PT), que a gente tem um respeito. E não vejo candidato diferente para pintar, acho que é isso aí que está: Wladimir com o professor Jefferson. O PL não lança ninguém, vem apoiando a reeleição do prefeito Wladimir. Então, acredito que seria uma questão muito tranquila. Muita gente fala que é uma eleição de vereador, mas não concordo com isso, É eleição de prefeito, a gente tem que ter muita seriedade e serenidade nessa relação. Eu não falo do prefeito, mas sempre tem aquelas pessoas de sapato alto, de qualquer grupo político e no nosso não é diferente, achando que “já ganhou”. Não é assim! Vamos trabalhar com humildade. Eu tenho certeza que se tentarem fazer isso (sapato alto), o prefeito não vai deixar, porque o prefeito cobra. Ele cobra porque ele vai para a rua, ele trabalha. Eu acho que a humildade não pode faltar. Eu costumo dizer internamente, quando tenho a oportunidade de opinar, que a gente só perde para a gente mesmo. É só manter a humildade, manter o trabalho, não errar em algumas estratégias políticas, algumas alianças desnecessárias. Acho que o prefeito tem muita gordura para queimar, acho que ele está muito bem. Vamos queimar gordura com o que interessa, com quem interessa, com o que vai somar. Caso precisar queimar, aí é o prefeito quem decide, a gente só opina. Eu acho que vai ser uma campanha muito tranquila, acredito nisso.

Possível candidatura de Rosinha em São João da Barra — Na minha visão, o nosso grupo político, seja alguns que consideram o grupo dos Garotinhos ou o grupo de Wladimir em SJB, cada um vê de uma maneira. Mas, a gente tem lá, até onde eu sei, o Bruno Dauaire, que ainda não mudou o título dele para Campos. Quem mudou foi Carla Machado. Eu acho que, se tivesse que vir candidata, teria que passar uma conversa pelos Dauaire. Se me perguntarem se sou a favor de Rosinha ser candidata lá, eu, sinceramente, não sou. Acho que Rosinha tem muito a contribuir, pode contribuir muito para o nosso grupo político ainda, mas Rosinha, sempre que precisou, deu o seu sacrifício (...) Eu acho até covardia a gente colocar a Rosinha para um sacrifício desses de novo, tendo pessoas que se intitulam responsáveis pelo nosso grupo no município de SJB. E às vezes, “Ah, só vou se for para ganhar”... Eu sou contra isso. Acho que o grupo tem que marcar a posição, mesmo sabendo de resultado. “Ah, não vou porque a pesquisa deu isso; não vou porque a pesquisa não foi legal”... Eu sou contra. Eu acho que nós temos que ter no grupo pessoas que fiquem na sombra, mas que, quando precisarem ir para o sol, têm que ir para o sol. Então, eu não acredito que Rosinha deva ir para o sol. O sol de SJB é quente. “Ah, porque é uma decisão que está definida”. Não é por isso! Eu acho que não tem que ser ela, porque ela já deu contribuição, pode dar muita contribuição em outras esferas. Pode vir a deputada na frente, se o grupo entender assim. Então, se me pedirem opinião, eu direi isso: que acho que não. Temos que lançar um candidato lá? Eu acredito que sim, marcar a posição. Mas, não seria Rosinha. Esse é o meu entendimento.

Carla na disputa em Campos ? —
Com o Agir, eu fiz uma consulta, até pela estadual do partido, que não pode ser de caso concreto. Mas foi uma consulta com um caso idêntico ao de Carla Machado, até porque a gente queria saber a situação dela. Eu mesmo tenho decisões aqui, pareceres, de consultas no TSE de casos idênticos, casos parecidos. No TER, não tinha ainda, apesar de eu entender que estaríamos tratando de um terceiro mandato, que muitos chamam também de prefeito itinerante. Eu entendo que Carla Machado não poderá vir candidata. É uma pena, porque deixaria o pleito mais agitado, o pleito mais concorrido, porque a Carla é muito querida em Campos. É inegável. Eu mesmo nunca escondi, ela sabe disso: sou fã do trabalho dela, gosto muito dela, é minha amiga pessoal. Se ela passar lá em frente à minha casa em Chapéu de Sol, sempre para, tem um carinho imenso por mim não é de hoje. Independentemente de política, eu tenho uma admiração por ela. Eu brincava com ela antigamente assim: “Você é um Garotinho de calça” (risos). Tinha uma época em que ela gostava, hoje ela quer me bater: “Para, deixa quieto”. Mas, eu falo pela coragem, pela questão de desbravar. É uma pessoa que contribuiu muito para São João da Barra. Prova disso é que ela sai e, quando volta, tem que passar por um julgamento, porque quem julga é o povo. E o povo quer! Então, como é que você vai dizer que ela não foi uma boa prefeita? E aquela galera que diz que São João da Barra pode mais, coloca o nome lá e vai para a briga. Mas, eu entendo que Carla Machado não pode ser candidata aqui em Campos, pela questão do terceiro mandato, pelo prefeito itinerante. E quando a gente fez aquela consulta, apesar de não ter colocado o nome dela, era justamente para saber a ques-tão dela. Não escondi isso de ninguém. Mas, não foi com intuito de prejudicar (...) O movimento dela mudar o título de SJB para Campos mexeu com o cenário. Foi bom para o nosso grupo porque, se tinha alguém acomodado, começou a trabalhar. Se tinha alguém no grupo achando que tinha decidido, com o título dela, é inegável que deu correria aqui no nosso grupo. Isso é inegável.

Pesquisas apontam aprovação e reeleição —
Não acredito que Caio Vianna seja candidato, esse é o meu pensamento (..) Não posso afirmar, porque tem que afirmar é ele, mas acredito que Caio estará no nosso palanque. Eu acredito que as pesquisas vêm mostrando um reflexo do trabalho do prefeito Wla-dimir Garotinho. Nas zonas eleitorais vêm crescendo muito, na 98ª a gente cresce muito mais do que na outra, o prefeito Wladimir está entrando muito bem, numa zona eleitoral onde a gente tinha uma certa dificuldade, uma grande dificuldade, hoje a gente consegue penetrar bem, o prefeito consegue adentrar bem. Como eu digo, o prefeito tem uma gordura para queimar, se a gente errar pouco, eu acredito que a gente mate no primeiro turno. Esse é o sentimento que eu vejo. Muita gente fala, na internet é uma coisa, mas a gente que anda na rua, tem um feedback e a gente leva para o prefeito. “Ah, mas se comparar a Rafael (Diniz)”, como é um discurso que vem muito sendo usado pela oposição. Não é bem assim, o prefeito vem fazendo muita coisa e vem mostrando muito bem nas redes sociais, o que incomoda muito, inclusi-ve a oposição. Nunca vi uma oposição se incomodar tanto com o prefeito. Ele tem que mostrar o que ele está fazendo. São críticas infundadas. Eu acho que a oposição não consegue desempenhar um bom papel na questão de ficar mostrando, perdendo tempo em querer criticar (...) Eu acho que vai ser primeiro turno, com toda humildade e com muito trabalho. Não vai dizer que já ganhou, não. Quem está de sapato alto, está em tempo ainda, vamos descer.

Comparação do governo do filho com o da mãe —
Rosinha 1, sem comparação com Rosinha 2, até pela dificuldade que a gente encontrou. Rosinha 1 chegou fazendo vilas olímpicas, reformando, asfaltando, tirando o pessoal que morava na lama, calçando rua, melhorando a Saúde. No segundo momento, a mesma coisa quando falam de Rafael, o segundo governo de Rosinha também foi um momento totalmente diferente. Veio a queda do barril do petróleo, dos royalties do petróleo. Então, foram momentos diferentes ali. Hoje, o prefeito pegou uma cidade quebrada e, usando o poder de articulação que ele tem, que é indiscutível, mas que a gente não pode negar, ele mesmo nunca negou, (...) o sobrenome, abriu muitas portas. O Garotinho fez um ótimo mandato lá em Brasília, que abriu portas para o prefeito. Wladimnir também, como deputado, foi importantíssimo para hoje ele estar conseguindo esses recursos para o nosso município. O prefeito vem fazendo. Então, acredito, se for comparar o governo do prefeito, com o primeiro governo da mãe, eu acho que, com todas as dificuldades que Rosinha também enfrentou e o prefeito também enfrentou. E aí se articulou. O Garotinho junto com a Rosinha e o prefeito deram o almoço para o Cláudio Castro, que também recebeu eles no Palácio. O governador atendeu o pedido da família Garotinho. Então, acho que o Garotinho foi importantíssimo, como também o deputado Rodrigo Bacellar, que a gente sabe também que tem sua parcela, ajudou muito, estava ali do lado do governador, ajudou a trazer os recursos para Campos. Nunca neguei, nunca vou negar, porque, independente do político, tenho uma relação muito boa com o Rodrigo e toda a sua família. Mas, comparando o primeiro governo Wladimir 1, com o Rosinha 1, para mim, os dois foram excelentes. Tanto que Rosinha foi eleita no primeiro turno para o segundo mandato, e eu acredito que é isso que vai acontecer com Wladimir também.

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