Irmã do estudante de medicina que atropelou e matou a mãe dá detalhes sobre o caso
Lara Maria Aquino, irmã do estudante de medicina Carlos Eduardo que atropelou e matou a mãe em Campos, concedeu uma entrevista na manhã desta quarta-feira (13) ao programa "Encontro", da TV Globo. O caso chocou o Brasil e as declarações da jovem repercutiram após ela dar detalhes sobre o que sua família sofria com Carlos Eduardo, antes dele ser acusado de atropelar e matar a própria mãe enquanto ela estava de bicicleta, no centro do município. Eliana Cardoso morreu na hora, no dia 28 de outubro deste ano.
Segundo Lara, a mãe era agredida constantemente pelo filho, assim como ela. A jovem contou que o medo era de toda a família e fez os vídeos da agressão para denunciar, ressaltando que em todos os momentos ela tentou ajudar, até mesmo na tentativa de denunciar as agressões. O único dia em que ela não conseguiu intervir seria para produzir provas contra o irmão.
"Eu comecei a presenciar as agressões do meu irmão contra minha mãe antes da minha adolescência. Eu ainda era uma criança, ele é oito anos mais velho que eu, então, eu ainda não entendia no começo o que estava acontecendo. Mas eu sabia que precisava pedir ajuda (...) Eu comecei a entrar, eu sempre entrava em atrito com ele, eu defendia, entrava na frente, todas as vezes. Ele começou a me agredir, porque eu via o que ele fazia e eu não conseguia ficar quieta, Mesmo sendo muito menor, eu dava o meu jeito. Eu falava: ‘para você bater nela, você vai ter que bater em mim primeiro’. E ele batia", relata.
Ela falou ainda sobre as diversas denúncias que realizou e também sobre a dificuldade em realizar essas denúncias, até mesmo envolvendo assédio dos policias contra ela.
Segundo Lara, a mãe era agredida constantemente pelo filho, assim como ela. A jovem contou que o medo era de toda a família e fez os vídeos da agressão para denunciar, ressaltando que em todos os momentos ela tentou ajudar, até mesmo na tentativa de denunciar as agressões. O único dia em que ela não conseguiu intervir seria para produzir provas contra o irmão.
"Eu comecei a presenciar as agressões do meu irmão contra minha mãe antes da minha adolescência. Eu ainda era uma criança, ele é oito anos mais velho que eu, então, eu ainda não entendia no começo o que estava acontecendo. Mas eu sabia que precisava pedir ajuda (...) Eu comecei a entrar, eu sempre entrava em atrito com ele, eu defendia, entrava na frente, todas as vezes. Ele começou a me agredir, porque eu via o que ele fazia e eu não conseguia ficar quieta, Mesmo sendo muito menor, eu dava o meu jeito. Eu falava: ‘para você bater nela, você vai ter que bater em mim primeiro’. E ele batia", relata.
Ela falou ainda sobre as diversas denúncias que realizou e também sobre a dificuldade em realizar essas denúncias, até mesmo envolvendo assédio dos policias contra ela.
"A gente ia até a polícia, eu cheguei a denunciar diversas vezes. E todas as vezes que eu cheguei à delegacia sozinha foi assim, praticamente, impossível, pra não dizer impossível, completar uma denúncia. Quando eu ia sozinha e não era eu que havia sido agredida, o comportamento dos policiais era o seguinte: 'foi você que foi agredida hoje?' E aí eu respondia, ‘hoje não, mas eu fui agredida tal dia. Hoje, ele agrediu a minha mãe’. ‘Então somente a sua mãe pode prestar ocorrência’. Essa era a resposta. Inclusive, os policiais me viram desconfigurada, tinha tudo para ter uma prisão em flagrante, os policiais chegaram a me assediar e não levar meu irmão preso (...) O meu irmão conseguiu, inclusive, manipular os policiais. Eles ficaram ali conversando com meu irmão, pegaram, foram embora e nada aconteceu", complementou Lara.
A equipe da Folha entrou em contato com a assessoria da Polícia Civil do Rio de Janeiro para saber o posicionamento quanto às denúncias e aguarda um posicionamento.
Lara ainda relatou sobre os julgamentos que tem sofrido na internet em relação a possível omissão dos crimes, explicando que ela também foi vítima e falando sobre como se sente quanto às críticas sofridas em um momento como esse.
“Não se calem e mesmo que vocês não consigam falar, vocês não são culpadas. Porque, culpar, responsabilizar uma vítima por uma agressão é tão violento quanto a própria agressão. E é isso que estão fazendo comigo nesse momento na internet, dizendo que eu fui uma filha omissa. Eles estão me violentando tanto quanto meu irmão me violentou. Porque eu também sou uma vítima. Eu fiz o que eu pude e sei que eu fiz. E mesmo se eu não tivesse feito, eu era vítima, eu merecia apoio e não julgamento da sociedade", pede.
Ainda segundo a jovem, o pai também tinha medo dele, além de um sentimento de dependência. Também tinha uma dívida de aproximadamente R$ 340 mil para prover tudo do bom e do melhor para o filho, que nem chegou a terminar a faculdade de medicina, faltando apenas um mês para se formar.
Lara ainda relatou sobre os julgamentos que tem sofrido na internet em relação a possível omissão dos crimes, explicando que ela também foi vítima e falando sobre como se sente quanto às críticas sofridas em um momento como esse.
“Não se calem e mesmo que vocês não consigam falar, vocês não são culpadas. Porque, culpar, responsabilizar uma vítima por uma agressão é tão violento quanto a própria agressão. E é isso que estão fazendo comigo nesse momento na internet, dizendo que eu fui uma filha omissa. Eles estão me violentando tanto quanto meu irmão me violentou. Porque eu também sou uma vítima. Eu fiz o que eu pude e sei que eu fiz. E mesmo se eu não tivesse feito, eu era vítima, eu merecia apoio e não julgamento da sociedade", pede.
Ainda segundo a jovem, o pai também tinha medo dele, além de um sentimento de dependência. Também tinha uma dívida de aproximadamente R$ 340 mil para prover tudo do bom e do melhor para o filho, que nem chegou a terminar a faculdade de medicina, faltando apenas um mês para se formar.
"Meu pai fez de tudo pra formar esse filho. E não só isso, mas também dar tudo do bom e do melhor. Ele tinha tudo o que ele queria a hora que ele queria. Meu pai fazia isso sem poder fazer. Fazia por amor e por dependência, já era uma doença. Só que nem ele nem minha mãe enxergavam isso. Por isso eles não tinham forças pra sair".
"Espero apenas que a Justiça seja feita e que essa realidade mude. Que as mulheres tenham força, voz e que elas consigam sair desse ciclo vicioso e doentio. E não só isso, mas que elas consigam receber ajuda porque, uma delegacia da mulher, não conseguir prestar suporte à mulher, eu acho isso muito contraditório. Não é simplesmente fazer uma denúncia, mas chegar lá, sentar e esperar 4, 5 horas”.
"Espero apenas que a Justiça seja feita e que essa realidade mude. Que as mulheres tenham força, voz e que elas consigam sair desse ciclo vicioso e doentio. E não só isso, mas que elas consigam receber ajuda porque, uma delegacia da mulher, não conseguir prestar suporte à mulher, eu acho isso muito contraditório. Não é simplesmente fazer uma denúncia, mas chegar lá, sentar e esperar 4, 5 horas”.
O advogado Eduardo Linhares, que está cuidando do caso, também falou no programa sobre a prisão preventiva decretada. No momento, ele está no presídio de Itaperuna depois de transferência de Campos.
"Ele já está preso, já foi decretada a prisão preventiva dele. Essa prisão preventiva é decretada sem prazo. Então, ele pode continuar preso durante todo o processo", disse.
Carlos Eduardo de Aquino foi preso em flagrante e se tornou réu no processo pelos crimes de feminicídio e lesão corporal contra cinco pessoas, logo após o carro perder a direção durante o atropelamento. O veículo colidiu em um outro carro, em que estavam outras cinco pessoas, que ficaram feridas. O caso está sendo acompanhado também pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro que, segundo o delegado que foi responsável pelo caso, caso tenha algo em desfavor do pai ele também responderá. Porém, isso só será possível depois que os celulares forem analisados pelo MP.
Carlos Eduardo de Aquino foi preso em flagrante e se tornou réu no processo pelos crimes de feminicídio e lesão corporal contra cinco pessoas, logo após o carro perder a direção durante o atropelamento. O veículo colidiu em um outro carro, em que estavam outras cinco pessoas, que ficaram feridas. O caso está sendo acompanhado também pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro que, segundo o delegado que foi responsável pelo caso, caso tenha algo em desfavor do pai ele também responderá. Porém, isso só será possível depois que os celulares forem analisados pelo MP.