Mulher morre após ser atropelada pelo filho em Guarus
Rafael Khenaifes 28/10/2024 22:58 - Atualizado em 29/10/2024 14:55
Reprodução
Uma mulher, identificada como Eliana Tavares, morreu após ser atropelada na noite desta segunda-feira (28), na avenida Francisco Lamego, no Jardim Carioca, em Campos. Ela estava em uma bicicleta elétrica quando foi atingida pelo carro conduzido pelo próprio filho, o estudante de medicina Carlos Eduardo Tavares de Aquino Cardoso, de 32 anos, que também colidiu em outro veículo, deixando cinco pessoas feridas. Após passar mal ao saber da morte da esposa, Eduardo Aquino Cardoso, que também é pai do autor do atropelamento, já está em casa com os familiares. A informação de que ele tinha morrido no hospital, que inicialmente foi passada pela Polícia Civil, foi negada por parentes.
O homem foi quem reconheceu a vítima logo após o acidente. De acordo com a Polícia Civil, ele só percebeu que era a esposa quando viu a bicicleta elétrica caída na via e também reconheceu a bolsa de Eliana nas mãos dos bombeiros.
Segundo a Polícia Militar, testemunhas disseram que viram Carlos Eduardo acelerando o carro na direção de Eliana e passando por cima dela, quando ela já estava no chão. De acordo com a Polícia Civil, no local o rapaz teria confessado que tinha atropelado a mãe, mas disse que não sabia que era ela, que a bicicleta estava apagada. Ele, que estava com ferimentos no rosto, teria recusado atendimento médico, mas foi levado para o Hospital Ferreira Machado. Segundo a unidade, ele teve trauma de face e está estável na clínica cirúrgica. Ainda segundo a Civil, Carlos Eduardo está detido por homicídio culposo sob efeito de álcool e droga, porém acautelado pela PM no Ferreira Machado. O depoimento dele deve ser tomado após a alta.

“Agora estamos em diligências para tentar verificar imagens dos fatos para saber se o homicídio de trânsito poderá ser desqualificado para homologação doloso do Código Penal em razão do histórico de violência contra a mãe, para saber se foi uma simples inobservância de um dever de cuidado ou se teve intenção de matar a própria mãe. O autor está preso e acautelado pela PM no Hospital Ferreira Machado. Devemos também ouvir familiares, amigos e vizinhos para saber como era a relação dele com os pais”, disse o delegado Carlos Augusto Guimarães

O corpo de Eliana foi liberado hoje pela manhã do Instituto Médico Legal (IML) de Campos. O velório será realizado entre às 14h e às 16h desta terça-feira (29) no Salão do Reino das Testemunhas de Jeová, no Parque Calabouço, em Guarus. Já o sepultamento será em seguida, às 16h30, no cemitério do Caju.

Carlos é estudante da Faculdade de Medicina de Campos (FMC), que emitiu uma nota sobre a tragédia. De acordo com a instituição, "ações disciplinares estão sendo providenciadas pela Direção-geral da FMC".
"A Faculdade de Medicina de Campos lamenta profundamente a tragédia ocorrida na noite desta segunda-feira (28/10), que culminou na morte da Sra. Eliana Lima Tavares. Rogamos que sua Família encontre forças para enfrentar esta adversidade que chocou toda a comunidade. Por envolver um estudante da instituição, ações disciplinares estão sendo providenciadas pela Direção-geral da FMC baseadas no Art. 129, § 2º, VI do Regimento Geral da instituição", diz a nota.
Abalados, familiares falam com a equipe da Folha da Manhã
"Não esperava o que realmente ele fez com a mãe. O tio nunca espera o pior do sobrinho. Eu estou em choque. A Eliana deixou uma outra filha, a Lara, a minha sobrinha. O que posso dizer é que estamos com muita dor neste momento. Dor porque ela não era só minha irmã, ela era minha vida, um sentimento paternal. Eu moro há sete anos no Espírito Santo e o convívio foi o mínimo possível nos últimos tempos. Eu descobri a tragédia por meio de um amigo e que houve esse acidente com a minha irmã que ela tinha sido atropelada, e no momento só isso que eu soube. Eu não entrei em detalhes porque eu fiquei em choque", contou Sérgio Roberto de Lima Tavares, irmão da vítima.
Lara Maria, filha caçula de Eliana e irmã de Carlos Eduardo, estava muito abalada e não quis falar sobre a situação por não estar em condições emocionais, mas falou que o que for preciso ser feito, será realizado. Ela recebeu um abraço emocionante na frente do IML, sendo amparada por familiares. 

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