Justiça bloqueia bens de diretores da Santa Casa de Misericórdia
Dora Paula Paes 25/09/2024 16:34 - Atualizado em 26/09/2024 13:52
A 1ª Vara Federal de Campos determinou o bloqueio de bens de diretores da Santa Casa de Misericórdia de Campos, na casa dos R$ 3 milhões. A denúncia que levou à decisão surgiu a partir de um "suposto esquema fraudulento para desvio de verba milionária" envolvendo a empresa LVR Materiais Hospitalares Ltda, com sede em São João de Meriti. O embargo de declaração ainda aponta que a empresa está envolvida diretamente em suposto esquema de fraudes em licitação, além de esquema eleitoral de um candidato a vereador, neste pleito, fora de Campos. A ação partiu do Ministério Público Federal, já o despacho é de 20 de setembro.
A denúncia partiu da direção financeira da Santa Casa ao Ministério Público Federal, que aponta que teriam sido feitas aquisições de equipamentos com preços acima do mercado. Material que não teria sido entregue à unidade hospitalar. Quanto a LVR Materiais, segundo a sentença, a empresa também estaria envolvida em outros esquemas fraudulentos, além de amargar prejuízo líquido que ultrapassa os R$ 618 mil; ou seja, envolvendo mais da metade do seu capital social que está na casa dos R$ 1,2 milhão.
O trabalho de inteligência da Polícia Federal ainda chegou ao endereço da suposta empresa, que funciona como comitê eleitoral, no Centro de São João de Meriti, na Baixada Fluminense.
Pelo embargo, o juízo bloqueou, através da liminar, a indisponibilidade de bens imóveis, veículos e valores depositados em nome de Maurício Carvalho Piaciaba, Manoel Corraes Neto, LVR Materiais Hospitalares Ltda, Elcio Angelo da Rocha e Cleber Gloria Silva.
Em nota enviada à Folha nesta quinta-feira (26), os três diretores citados disseram que o processo está em fase inicial e que a denúncia partiu de forma anônima, podendo ter sido por alguém sem conhecimento dos trâmites legais,

“Cumpre esclarecer que o processo, que está em sua fase inicial, partiu de uma denúncia anônima, aparentemente, feita por uma pessoa sem conhecimento das leis e regras de uma instituição filantrópica privada. Ainda, ressalta-se que as medidas até aqui tomadas pela justiça, foram efetuadas em caráter liminar e sem que os diretores tivessem, sequer, tido a oportunidade de se manifestar nos autos”, disseram

Ainda em nota, os diretores afirmaram que a compra, em sua totalidade, foi feita dentro dos valores de mercado, sendo que, os materiais hospitalares e medicamentos adquiridos, já vem sendo utilizados e colocados à disposição dos pacientes da Santa Casa. “Não há qualquer irregularidade na aquisição de tais insumos, o que será comprovado no avançar do processo, através de documentos que já estão sendo enviados, de forma voluntária, e que esclarecerão todas as dúvidas porventura existentes”, afirmaram.
Por fim, eles finalizam a nota dizendo que em sete anos de gestão nunca passaram por denúncias de irregularidades e que vão permanecer na missão de reconstituir a imagem da Santa Casa.
“Estes diretores que, desde 2017, entregam profissionalismo e seriedade na gestão, sempre atuando com total lisura, nunca sofreram, sequer, uma insinuação de qualquer irregularidade e permanecerão na missão de reconstruir, diariamente, a imagem desta bicentenária instituição filantrópica de assistência à saúde. A certeza é que a Santa Casa de Misericórdia de Campos seguirá prestando um serviço de excelência no atendimento à população que mais precisa, da forma que manda seu objetivo original, desde 1792”, finalizaram.

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