Campos lidera ranking de focos de queimadas durante 85% de crescimento dos incêndios no RJ
Ingrid Silva 28/08/2024 07:41 - Atualizado em 28/08/2024 07:41
Dados do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) mostram que o número de incêndios florestais teve um crescimento de cerca de 85% em todo o estado. Só nos oito primeiros meses deste ano, a corporação já atendeu 6.178 ocorrências a mais do que no mesmo período do ano passado. Em 2024, até agora, houve 13.595 acionamentos, 2.558 a mais que em todo o ano anterior, com pouco mais de 11 mil combates a fogo em vegetação. Na região Norte Fluminense, de janeiro a julho deste ano, 759 queimadas foram registradas, enquanto apenas em Campos, no mesmo intervalo de tempo, foram 218 registros, aparecendo em 9º lugar no ranking de municípios mais afetados. Já em relação aos focos de queimadas observados por satélite desde janeiro até essa terça-feira (27), a planície goitacá lidera o ranking com 1.057 (7,5%), segundo números do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Ranking de focos de queimadas no estado do RJ
Ranking de focos de queimadas no estado do RJ / Reprodução: Inpe


Ficando atrás apenas de Seropédica no estado do Rio de Janeiro, Campos esteve em sexta posição no mesmo ranking do Inpe com 286 focos, mas no período compreendido entre janeiro a 20 de junho, enquanto Seropédica registrava 708. A situação ressalta o aumento de riscos e focos de incêndio durante o período de altas temperaturas, associadas a baixa umidade do ar e falta de regime de chuvas, como ressaltado pelo CBMERJ através de nota.
“Esses incêndios acontecem em todas as regiões do território fluminense, com prevalência nas áreas de maior incidência de calor e baixa umidade. As altas temperaturas, associadas a baixa umidade do ar e a falta de regime de chuvas, facilmente pode destruir os ecossistemas. Outras causas comuns são as guimbas de cigarro em locais inapropriados, a queima de lixo indiscriminada, além das queimadas de áreas de vegetação para transformação a pasto, acabam sendo as mais comuns desses eventos”, diz a nota.

Entre os dias 18 e 19, quatro municípios tiveram áreas em chamas, sendo necessária atuação do Corpo de Bombeiros. A maior parte dos casos ocorreu em áreas às margens de rodovias. Em São Fidélis, por exemplo, uma área extensa de 50 mil quadrados, às margens da RJ 158, foi tomada pelo fogo. O caso chegou a ser registrado na 141ª pela Polícia Ambiental. Já em Campos, também no dia 19, outro incêndio de grandes proporções destruiu a vegetação na altura de Martins Lage, na BR 356. Os motoristas tiveram que trafegar com cuidado e o fogo pôde ser visto do alto dos prédios da área central da cidade.
Fogo atinge vegetação da região
Fogo atinge vegetação da região / Foto: Reprodução


Nos dados do CBMERJ, foi informado que Rio de Janeiro (4.513), Säo Gonçalo (569) e Duque de Caxias (561) estão no topo do ranking dos municípios mais afetados pelas queimadas, seguidos por Maricá, Nova Iguaçu, Niterói, Araruama, Nova Friburgo, Campos dos Goytacazes e Volta Redonda. O CBMERJ também realiza operações simuladas periódicas e treinamento constante da tropa em preparação para estes tipos de ocorrências.

“Se você mora em locais próximos a vegetação e observou que o fogo está se aproximando de sua casa, o ideal é sair da residência o mais rápido possível e acionar o 193 para que os bombeiros militares possam o quanto antes atender a ocorrência. Os incêndios florestais causam sérios problemas também para o meio ambiente. O solo fica mais pobre, perde a cobertura vegetal e fica mais vulnerável para futuros problemas com chuvas e deslizamentos de terra”, finaliza a nota.

Existem, para além do Corpo de Bombeiros, outros meios para denunciar as queimadas, como através do programa Linha Verde, pelos números 0300-253-1177 (custo de ligação local), (21) 2253-1177 ou através do Whatsapp: (21) 99973-1177. Outras maneiras via internet são pelo próprio site do Disque Denúncia ou pelo Facebook do Linha Verde.

O Governo Federal definiu, na última semana, algumas diretrizes a partir de uma reunião entre integrantes do Governo, governadores e representantes dos nove estados amazônicos e do Pantanal, sendo elas: Proibir e combater o uso e manejo do fogo nos períodos de estiagem, concentrar ações de combate em 21 municípios que concentram mais de 50% dos focos de incêndio na região amazônica e adotar uma estratégia articulada entre forças de defesa e fiscalização que envolvam órgãos federais, estaduais e municipais.

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