MPRJ visita ETA em Campos para apurar causas do aparecimento de Geosmina no Paraíba
Ingrid Silva 02/08/2024 12:12 - Atualizado em 02/08/2024 15:22
MPRJ visita Estação de Tratamento de Água para apurar caso em Campos
MPRJ visita Estação de Tratamento de Água para apurar caso em Campos / Divulgação MPRJ
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) visitou, nessa quinta-feira (1º), a Estação de Tratamento de Água (ETA) Coroa, em Campos. O objetivo da visita, segundo o MPRJ, foi apurar as causas que deram origem ao aparecimento e à proliferação da substância Geosmina na água que é captada no Rio Paraíba do Sul e distribuída pela concessionária Águas do Paraíba no município, além de verificar a conduta adotada para resolver o problema. Os promotores de Justiça Gisela Pequeno, Victor Miceli e Tiago Veras, por meio do Grupo Temático Temporário para atuação em Saneamento Básico, Desastres Socioambientais e Mudanças do Clima (GTT-Ambiental/MPRJ), Fabiano Rangel, da 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal de Campos e Patricia Finamore, da 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo Campos vistoriaram a ETA e o local de captação de água bruta para tratamento.
Acompanhados de representantes do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), do Comitê de Bacia da Região Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana, da comunidade acadêmica e da sociedade civil, os representantes do MPRJ ouviram da concessionária os procedimentos que vêm sendo adotados para combater e prevenir novas florações de alga nas águas do Rio Paraíba do Sul, bem como para garantir que a água distribuída à população receba o tratamento adequado, que assegure os padrões de potabilidade. A vistoria teve objetivo de colher informações para eventual responsabilização do poluidor e acompanhar a política pública de tratamento e abastecimento de água no município.
Águas do Paraíba informou que os técnicos conheceram todo o processo da ETA, desde a captação até a saída da água tratada.

A situação tem chamado a atenção dos campistas há pouco mais de uma semana após percepção e reclamação de clientes da concessionária sobre os aspectos diferentes na água. Amostras foram colhidas tanto pelo Inea quanto pelo Laboratório de Ciências Ambientais (LCA) da Uenf, além da concessionária. O MPRJ tem acompanhado o caso desde o início, acionando o laboratório da Uenf e também da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para que pesquisas sejam realizadas. Segundo prévia da análise feita pela UFRJ, não há presença da Saxitoxina, como informado também pela Águas do Paraíba depois de amostras colhidas.

Tanto pesquisadores quanto a concessionária afirmaram que a situação tem sido causada por conta da proliferação das algas, que geram o composto Geosmina, responsável pelas alterações no odor e gosto da água. Nessa terça, o rio Paraíba do Sul apresentou uma mancha preta devido ao excesso de carvão ativado para tentativa de resolver o problema, como afirmado pelo Inea e também pela Águas do Paraíba. O laboratório da Uenf, acionado pelo MPRJ, também colheu amostras para confirmar a situação da coloração diferente no rio.
Após vistoriarem a ETA, os membros do MPRJ foram à sede do Comitê de Bacia da Região Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana, onde discutiram questões macro da Bacia do Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana, além de iniciativas que envolvem o Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, que abrange múltiplas bacias hidrográficas.
Com informações do MPRJ

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