Catadores recicláveis reivindicam contratação das cooperativas em Campos
As cooperativas chegam a receber uma entrega de resíduo do município, que chega a, aproximadamente, mil toneladas. Porém, não é o puro reciclado, é um reciclado misturado com orgânico, com animais mortos, madeira. No total, são entre 60 e 80 pessoas trabalhando nas cooperativas e tentando se manter com luta, que acontece há mais de 10 anos, desde quando o lixão foi fechado. O grupo de percussão da Universidade Federal Fluminense (UFF) Campos, chamado Aqualtune, também esteve presente trazendo mais som ao movimento.
O Movimento “Reciclando Justiça”, em conjunto com as quatro cooperativas de catadores de reciclagem de Campos, está acontecendo em formato de manifestação nesta quinta-feira (4), na Praça do Santíssimo Salvador, no centro do município. Catadores recicláveis estão reivindicando a contratação das cooperativas Reciclar, Cata-sol, Renascer e Nova esperança no Plano Municipal de Resíduos Sólidos. Segundo eles, o município fecha os olhos para a causa e o trabalho acontece, praticamente, de graça. Com cartazes pela praça, apoio do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) de Campos e de agentes do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), o movimento passa pela Câmara de Vereadores mostrando suas reivindicações.
As cooperativas chegam a receber uma entrega de resíduo do município, que chega a, aproximadamente, mil toneladas. Porém, não é o puro reciclado, é um reciclado misturado com orgânico, com animais mortos, madeira. No total, são entre 60 e 80 pessoas trabalhando nas cooperativas e tentando se manter com luta, que acontece há mais de 10 anos, desde quando o lixão foi fechado. O grupo de percussão da Universidade Federal Fluminense (UFF) Campos, chamado Aqualtune, também esteve presente trazendo mais som ao movimento.
De acordo com a representante do Movimento Nacional de Catadores Recicláveis, Maria da Penha, a situação é refletida nas quatro cooperativas que vivem com dificuldade até mesmo de conseguir materiais recicláveis que dêem retorno para os trabalhadores.
“A gente já está cansada de prestar um serviço escravo para o município e não ser reconhecida. Hoje, em Campos, tem quatro cooperativas que vivem a capenga. Material reciclável lá não chega. O que chega é um reciclável imundo, muito sujo, que não dá capacidade para as cooperativas sobreviver. Então, é um absurdo. Campos, o município, onde paga rios de dinheiro a empresas privadas para aterrar o resíduo aonde deveria entregar as cooperativas (...) O que a gente pede é que o município contrate as cooperativas por esse serviço prestado, um serviço de coleta seletiva. A lei de resíduos sólidos é bem clara, ela diz que onde tem cooperativa, a prefeitura tem que apoiar as cooperativas, ela tem que dar suporte às cooperativas, contratar ela por esse serviço prestado, esse serviço de coleta seletiva, o que não é feito aqui em Campos”, explicou Maria da Penha.
Ela falou, ainda, sobre as cooperativas estarem trabalhando sozinhas, até mesmo alugando caminhões, algo que deveria ser oferecido pela Prefeitura.
“As cooperativas trabalham por conta própria, elas alugaram caminhão. O município deveria dar todo esse apoio estrutural às cooperativas para que elas se mantenham. Hoje as cooperativas se mantêm com pouco de resíduo. Que elas saiam para fazer a coleta na rua, tem cooperativa que já tem seus próprios pontos de coleta, mas porque elas mesmas alugaram um caminhão, tira essa renda do próprio bolso delas, que é onde deveria a Prefeitura, que deveria dar suporte a elas”.
A cooperativa Renascer, que atualmente fica no bairro da Codin, em Guarus, está lutando cada vez mais para sobreviver, precisando até mesmo dividir espaço com outra devido a problemas passados. Renascer começou em Santo Amaro e, depois, se mudou para a Codin. Porém, nesse meio tempo, com a dificuldade da distância, material caindo e o preço diminuindo, além da falta de apoio da Prefeitura, a cooperativa precisou ser fechada. Um tempo depois, foi possível compartilhar do espaço com a Nova Esperança, em um galpão dividido ao meio para as duas.
“A gente, atualmente, trabalha no chão, nosso material cai no chão, a gente não tem mesa de separação, todo mundo agachado no chão, ou sentado, ou em pé, literalmente sem apoio da Prefeitura. Ano passado, o prefeito ficou de fazer uma visita na nossa cooperativa, só que até hoje não foi feita. Ficou de fazer uma doação de prensa adequada, que as cooperativas precisam pra poder trabalhar pra duas cooperativas (...) Atrapalha tudo, porque hoje, se a gente tivesse a contratação, que é o que a gente precisa, a gente teria caminhão, teria motorista, poderia trabalhar na rua pra coletar mais, porque hoje a gente recebe só o resíduo da Vital, que é o que entrega pra gente, cerca de 2 mil quilos”, ressalta Myllena Gomes, presidente da cooperativa Renascer que atualmente conta com 5 funcionários trabalhando, já que as vendas, no total, davam R$ 4 mil, o que precisaria ser dividido para 10 cooperados anteriormente.
“A gente já está cansada de prestar um serviço escravo para o município e não ser reconhecida. Hoje, em Campos, tem quatro cooperativas que vivem a capenga. Material reciclável lá não chega. O que chega é um reciclável imundo, muito sujo, que não dá capacidade para as cooperativas sobreviver. Então, é um absurdo. Campos, o município, onde paga rios de dinheiro a empresas privadas para aterrar o resíduo aonde deveria entregar as cooperativas (...) O que a gente pede é que o município contrate as cooperativas por esse serviço prestado, um serviço de coleta seletiva. A lei de resíduos sólidos é bem clara, ela diz que onde tem cooperativa, a prefeitura tem que apoiar as cooperativas, ela tem que dar suporte às cooperativas, contratar ela por esse serviço prestado, esse serviço de coleta seletiva, o que não é feito aqui em Campos”, explicou Maria da Penha.
Ela falou, ainda, sobre as cooperativas estarem trabalhando sozinhas, até mesmo alugando caminhões, algo que deveria ser oferecido pela Prefeitura.
“As cooperativas trabalham por conta própria, elas alugaram caminhão. O município deveria dar todo esse apoio estrutural às cooperativas para que elas se mantenham. Hoje as cooperativas se mantêm com pouco de resíduo. Que elas saiam para fazer a coleta na rua, tem cooperativa que já tem seus próprios pontos de coleta, mas porque elas mesmas alugaram um caminhão, tira essa renda do próprio bolso delas, que é onde deveria a Prefeitura, que deveria dar suporte a elas”.
A cooperativa Renascer, que atualmente fica no bairro da Codin, em Guarus, está lutando cada vez mais para sobreviver, precisando até mesmo dividir espaço com outra devido a problemas passados. Renascer começou em Santo Amaro e, depois, se mudou para a Codin. Porém, nesse meio tempo, com a dificuldade da distância, material caindo e o preço diminuindo, além da falta de apoio da Prefeitura, a cooperativa precisou ser fechada. Um tempo depois, foi possível compartilhar do espaço com a Nova Esperança, em um galpão dividido ao meio para as duas.
“A gente, atualmente, trabalha no chão, nosso material cai no chão, a gente não tem mesa de separação, todo mundo agachado no chão, ou sentado, ou em pé, literalmente sem apoio da Prefeitura. Ano passado, o prefeito ficou de fazer uma visita na nossa cooperativa, só que até hoje não foi feita. Ficou de fazer uma doação de prensa adequada, que as cooperativas precisam pra poder trabalhar pra duas cooperativas (...) Atrapalha tudo, porque hoje, se a gente tivesse a contratação, que é o que a gente precisa, a gente teria caminhão, teria motorista, poderia trabalhar na rua pra coletar mais, porque hoje a gente recebe só o resíduo da Vital, que é o que entrega pra gente, cerca de 2 mil quilos”, ressalta Myllena Gomes, presidente da cooperativa Renascer que atualmente conta com 5 funcionários trabalhando, já que as vendas, no total, davam R$ 4 mil, o que precisaria ser dividido para 10 cooperados anteriormente.
"Nossas vendas dão 4 mil reais, como que você paga 4 mil reais pra 10 cooperados? Impossível, então por isso hoje realmente a nossa cooperativa se encontra com menos cooperado pra ver se a gente consegue suprir um pouco mais a necessidade nossa, porque não adianta colocar 10 pessoas numa cooperativa pra dividir 4 mil reais. Não adianta (...) A gente é catador, a gente já veio de baixo, a gente já veio catando da rua, a gente sabe o que é material e o que não é. Eu não vou abrir uma sacola de lixo pra pegar um vidro, porque o vidro, pra gente nesse momento, não é reciclável. É um material reciclável, só que tem que ter equipamento certo, coisa que nenhuma cooperativa tem", explica Myllena.
A Folha entrou em contato com a Prefeitura de Campos e aguarda posicionamento.