Delegados da 134ª DP dão detalhes sobre o caso de pai que sequestrou o próprio filho 3 em Campos
Em uma coletiva de imprensa realizada na manhã desta quinta-feira (14), os delegados titular e assistente da 134ª Delegacia de Polícia (Centro) divulgaram mais informações sobre o caso de um pai que sequestrou o próprio filho, de 3 anos e 10 meses, em Campos. O suspeito, que é caminhoneiro, estava viajando com a criança após dizer para a mãe que a devolveria o filho no dia 1º de janeiro de 2024. Ele foi localizado e preso no último sábado (9) na cidade de Diamantino, no Estado de Mato Grosso, para onde levou a criança, que dormia na boleia do caminhão. Durante 85 dias, ele ficou longe da mãe e familiares, passando noites em fazendas daquela região.
De acordo com o delegado assistente da DP, Giordano Barreto, o pai pegou o filho com a mãe no dia 26 de dezembro e teria que devolvê-lo no dia 1º, como ficou acordado com a genitora. Porém, depois da citada data, a mãe fez contato com o homem, que inventava desculpas, pedia para ficar mais tempo com o filho e até mesmo negava devolvê-lo. Giordano ressaltou que o homem não tinha a guarda compartilhada da criança, mas apenas o direito de visitação. Em 2019, outras situações com a devolução do filho aconteceram. A primeira ocorrência informada pelo delegado era de subtração de incapaz, enquanto ele ainda tinha poder familiar sobre a criança. As investigações continuaram e foram aprofundadas, enquanto a mãe seguia relatando sobre a dificuldade de reencontrar o filho para os agentes.
“A mãe foi fazendo contato com o pai via telefone e ele sempre apresentando uma desculpa e negando devolver a criança. A mãe procurou a delegacia, afirmando que não teria sido a primeira vez que ele pegava a criança e não devolvia no tempo estipulado (...). As investigações foram, então, sendo aprofundadas. A mãe continuou relatando, passando informações para a gente, e afirmando que a criança não tinha sido restituída. E ele atendia o telefone e ficava falando para ela que não iria devolver, gerando um desespero nela. Depois, já no final do mês de janeiro, nós obtivemos a informação de que o pai tinha saído da cidade com a criança, que não estava mais em seu endereço”, explicou o delegado em coletiva de imprensa.
Depois que a Polícia Civil descobriu que a criança não estava mais em Campos, foi emitida uma ordem de busca e apreensão em desfavor do pai, algo que é comum nesses casos. No decorrer das investigações, foi constatado que o homem havia saído do Estado do Rio de Janeiro. Com essa informação, o poder familiar que ele ainda tinha sobre o filho foi suspenso e, dessa maneira, foi registrado o caso como sequestro.
“Continuamos e aprofundamos mais ainda a investigação. Recebemos a informação de que, na verdade, o pai tinha saído do estado e não só da cidade e estaria, possivelmente, no estado do Mato Grosso com o menor. E essa criança estaria morando com ele na boleia do caminhão e pernoitando em algumas fazendas de plantio de soja naquela região. Essa informação também foi passada ao juízo de família, suspendendo qualquer poder familiar do pai em relação ao menor. Diante da informação, houve aí a configuração e consumação do crime de sequestro”, disse Giordano.
Diligências e dificuldades de encontrar o menino
As diligências começaram e foram coordenadas pelo delegado titular Alexandre Netto, com a aprovação do 6º Departamento de Polícia de Área (DPA), Departamento-Geral de Polícia do Interior (DGPI), e Subsecretaria de Inteligência Operacional. Com o processo autorizado para embarcar para o Mato Grosso, onde ele possivelmente se encontrava, em contato com a polícia foi verificado que o veículo estava em trânsito para o município de Vilhena, em Rondônia. Dessa maneira, todos os trâmites de passagens tiveram que ser refeitos e também o contato com a Polícia Civil de Rondônia. Com diversas dificuldades de distância, meteorologia e até mesmo locomoção, depois de chegar no município, os policiais não conseguiram interceptá-lo. O homem conseguiu ir para outro município, o de Comodoro, em Mato Grosso. O delegado titular Alexandre explicou que era difícil saber a localização exata do suspeito por causa de localização e sinalização de celular.
“O setor de busca eletrônica e de investigação nos dava algumas informações, porque a gente não tinha precisão em relação a placa do veículo. O que a gente tinha, de fato, eram as características do veículo, as características do acusado, e óbvio, o do menor. Era impossível saber a localização exata do homem, já que passava por lugares sem sinalização de celular (...) Por vezes, parávamos em postos de gasolinas, já que o caminhão era de carga dupla e não podia transitar pela via no período da noite, não podia ser estacionado em qualquer lugar, então eu e o inspetor parávamos nos postos com o intuito de localizar esse veículo. Essa busca durou um dia, de Vilhena até Comodoro”, contou o delegado. Depois, a Polícia Civil de Campos obteve a informação de que o veículo estaria em Diamantino, onde foi realizada a prisão.
“Chegando ao município de Diamantino, nós conseguimos identificar o veículo. Num primeiro momento, estava estacionado em um posto de gasolina. Mas a gente não tinha contato visual com o acusado e nem tinha certeza se a criança estava no interior do veículo. Então, nós paramos o nosso veículo nas proximidades e ficamos monitorando até ter certeza e o contato visual da presença da criança e do acusado”. Os agentes cercaram o veículo, prenderam o caminhoneiro e resgataram a criança, que não possuía nenhum ferimento, apenas estava em um local inadequado: na boleia do caminhão, onde passou quase 90 dias longe de qualquer familiar, que não fosse o pai, e também de instituições de ensino.
Em uma coletiva de imprensa realizada na manhã desta quinta-feira (14), os delegados titular e assistente da 134ª Delegacia de Polícia (Centro) divulgaram mais informações sobre o caso de um pai que sequestrou o próprio filho, de 3 anos e 10 meses, em Campos. O suspeito, que é caminhoneiro, estava viajando com a criança após dizer para a mãe que a devolveria o filho no dia 1º de janeiro de 2024. Ele foi localizado e preso no último sábado (9) na cidade de Diamantino, no Estado de Mato Grosso, para onde levou a criança, que dormia na boleia do caminhão. Durante 85 dias, ele ficou longe da mãe e familiares, passando noites em fazendas daquela região.
De acordo com o delegado assistente da DP, Giordano Barreto, o pai pegou o filho com a mãe no dia 26 de dezembro e teria que devolvê-lo no dia 1º, como ficou acordado com a genitora. Porém, depois da citada data, a mãe fez contato com o homem, que inventava desculpas, pedia para ficar mais tempo com o filho e até mesmo negava devolvê-lo. Giordano ressaltou que o homem não tinha a guarda compartilhada da criança, mas apenas o direito de visitação. Em 2019, outras situações com a devolução do filho aconteceram. A primeira ocorrência informada pelo delegado era de subtração de incapaz, enquanto ele ainda tinha poder familiar sobre a criança. As investigações continuaram e foram aprofundadas, enquanto a mãe seguia relatando sobre a dificuldade de reencontrar o filho para os agentes.
“A mãe foi fazendo contato com o pai via telefone e ele sempre apresentando uma desculpa e negando devolver a criança. A mãe procurou a delegacia, afirmando que não teria sido a primeira vez que ele pegava a criança e não devolvia no tempo estipulado (...). As investigações foram, então, sendo aprofundadas. A mãe continuou relatando, passando informações para a gente, e afirmando que a criança não tinha sido restituída. E ele atendia o telefone e ficava falando para ela que não iria devolver, gerando um desespero nela. Depois, já no final do mês de janeiro, nós obtivemos a informação de que o pai tinha saído da cidade com a criança, que não estava mais em seu endereço”, explicou o delegado em coletiva de imprensa.
Depois que a Polícia Civil descobriu que a criança não estava mais em Campos, foi emitida uma ordem de busca e apreensão em desfavor do pai, algo que é comum nesses casos. No decorrer das investigações, foi constatado que o homem havia saído do Estado do Rio de Janeiro. Com essa informação, o poder familiar que ele ainda tinha sobre o filho foi suspenso e, dessa maneira, foi registrado o caso como sequestro.
“Continuamos e aprofundamos mais ainda a investigação. Recebemos a informação de que, na verdade, o pai tinha saído do estado e não só da cidade e estaria, possivelmente, no estado do Mato Grosso com o menor. E essa criança estaria morando com ele na boleia do caminhão e pernoitando em algumas fazendas de plantio de soja naquela região. Essa informação também foi passada ao juízo de família, suspendendo qualquer poder familiar do pai em relação ao menor. Diante da informação, houve aí a configuração e consumação do crime de sequestro”, disse Giordano.
Diligências e dificuldades de encontrar o menino
As diligências começaram e foram coordenadas pelo delegado titular Alexandre Netto, com a aprovação do 6º Departamento de Polícia de Área (DPA), Departamento-Geral de Polícia do Interior (DGPI), e Subsecretaria de Inteligência Operacional. Com o processo autorizado para embarcar para o Mato Grosso, onde ele possivelmente se encontrava, em contato com a polícia foi verificado que o veículo estava em trânsito para o município de Vilhena, em Rondônia. Dessa maneira, todos os trâmites de passagens tiveram que ser refeitos e também o contato com a Polícia Civil de Rondônia. Com diversas dificuldades de distância, meteorologia e até mesmo locomoção, depois de chegar no município, os policiais não conseguiram interceptá-lo. O homem conseguiu ir para outro município, o de Comodoro, em Mato Grosso. O delegado titular Alexandre explicou que era difícil saber a localização exata do suspeito por causa de localização e sinalização de celular.
“O setor de busca eletrônica e de investigação nos dava algumas informações, porque a gente não tinha precisão em relação a placa do veículo. O que a gente tinha, de fato, eram as características do veículo, as características do acusado, e óbvio, o do menor. Era impossível saber a localização exata do homem, já que passava por lugares sem sinalização de celular (...) Por vezes, parávamos em postos de gasolinas, já que o caminhão era de carga dupla e não podia transitar pela via no período da noite, não podia ser estacionado em qualquer lugar, então eu e o inspetor parávamos nos postos com o intuito de localizar esse veículo. Essa busca durou um dia, de Vilhena até Comodoro”, contou o delegado. Depois, a Polícia Civil de Campos obteve a informação de que o veículo estaria em Diamantino, onde foi realizada a prisão.
“Chegando ao município de Diamantino, nós conseguimos identificar o veículo. Num primeiro momento, estava estacionado em um posto de gasolina. Mas a gente não tinha contato visual com o acusado e nem tinha certeza se a criança estava no interior do veículo. Então, nós paramos o nosso veículo nas proximidades e ficamos monitorando até ter certeza e o contato visual da presença da criança e do acusado”. Os agentes cercaram o veículo, prenderam o caminhoneiro e resgataram a criança, que não possuía nenhum ferimento, apenas estava em um local inadequado: na boleia do caminhão, onde passou quase 90 dias longe de qualquer familiar, que não fosse o pai, e também de instituições de ensino.
Relações passadas entre a mãe, o pai e o processo com o filho
O delegado assistente Giordano contou que existiam reiterações nas visitações do pai com o menino desde o ano de 2019. Os dois não eram casados no civil, mas possuíam uma união estável, com idas e vindas antes de terminar de vez.
O delegado assistente Giordano contou que existiam reiterações nas visitações do pai com o menino desde o ano de 2019. Os dois não eram casados no civil, mas possuíam uma união estável, com idas e vindas antes de terminar de vez.
“Desde o ano de 2019, ele tinha umas reiterações nas visitações com o menor de pegar a criança e não devolver no dia marcado. A mãe da criança relatou, algumas vezes, dentro desse processo de família, esse comportamento dele. Ao fim, ele sempre devolvia depois de muito esforço. A mãe insistia por telefone, demonstrava sentimento, então ele praticava essas condutas. Subjetivamente, a gente não consegue entender a motivação, se ele tinha um intuito de reproduzir algum sentimento negativo ou uma violência psicológica contra ela, mas ao fim, termina que a mãe da criança sofria em relação a essas posturas”, explica. (I.S.)