A atuação da Polícia Militar para retirar barricadas tem sido cada vez mais frequentem em Campos e região, ampliando as ações de combate ao tráfico e reforçando a segurança aos moradores de comunidades. Segundo o 8º Batalhão de Polícia Militar (BPM), desde fevereiro, 41 ações foram realizadas na sua área de atuação, que também engloba São Francisco de Itabapoana, São João da Barra e São Fidélis. Campos é o município com o maior número de operações.

Nas 41 investidas anti-barricadas na área do 8º BPM desde fevereiro, foram retiradas 1.170 toneladas de objetos que obstruíam vias. Em Campos, as comunidades com maior frequência de ações foram Parque Prazeres, Parque Santa Clara, Eldorado, Santa Rosa, Santa Helena, Chatuba do Parque Lebret, Parque Aeroporto, Parque Bandeirantes, Baleeira, Tira-Gosto, Esplanada, Penha e Chatuba do Parque Aurora.

— As facções criminosas só conseguem ascender, de fato, na cidade, se tiver uma delimitação territorial — explica o comandante do 8º BPM, o tenente-coronel Ricardo Alexandre da Cruz. — Por isso, a gente vê processos como o Rio de Janeiro, por exemplo. Sem uma delimitação territorial, o tráfico continua existindo, mas não consegue ganhar uma expressão a ponto de perturbar uma cidade. Ele precisa disso para esconder o seu armamento, as grandes quantidades de drogas, veículos roubados, e poder fazer aquela população refém. Então, quando ele põe as barricadas, começa a delimitar e dizer as regras para você estar ali dentro — acrescenta o comandante.

Ao impedir o trânsito, a presença de entulhos em vias públicas também impede a realização de obras e limpezas nos bairros, entre outros serviços importantes para os moradores, como transporte e emergência.

— O que a gente tenta impedir é a violência praticada, libertar essa população que mora nessa área para fazer o que quiser com seu imóvel, chegar a hora que quiser, sair a hora que quiser — enfatiza o tenente-coronel Ricardo Alexandre da Cruz, citando já ter ouvido de uma moradora de Guarus que a retirada de barricadas no seu bairro foi positiva, pois havia mais de cinco anos que ela e o marido não conseguiam estacionar o carro na garagem de casa.

No mês de março, só uma ação foram removidas cerca de 70 toneladas de entulhos, além de quebra-molas irregulares em diferentes pontos e comunidades de Guarus. Na ocasião, pelo menos cinco caminhões foram usados na retirada do material. Até o final de maio, já tinham ocorrido 24 ações, com média de 40 toneladas de entulho retiradas em cada uma delas. A última ação divulgada ocorreu no dia 4 de outubro, na Penha e em Guarus, resultando em 50 toneladas de entulho removidas. A PM passou a receber denúncias por meio de telefonemas, representando que os campistas têm ficado satisfeitos com a iniciativa.

Segundo o batalhão, inicialmente, as operações ocorriam de uma a duas vezes por semana, devido à grande quantidade de barricadas existente. Atualmente, a média é de uma retirada por mês. O objetivo é que, em breve, seja necessário haver uma retirada a cada dois meses, e futuramente, uma a cada quatro meses. As operações acontecem em parceria com a Prefeitura e a Empresa de Obras Públicas (Emop).

— É um desafio manter a questão da segurança (...) Quando eu cheguei aqui, a gente usava oito viaturas para tomar conta de lá — ressalta o comandante Ricardo Alexandre sobre a região do Eldorado (Sapo). — Hoje, a gente usa duas viaturas, e a área está toda livre, transitável. Os indicadores despencaram naquela região. Hoje, a Prefeitura tem plenas condições de atuar onde quiser, assim como a Águas do Paraíba, em qualquer comunidade, a qualquer hora do dia ou da noite — finaliza. (I.S.)