Policia Civil faz coletiva de imprensa para esclarecer caso de fotógrafo agredido na Pelinca
Cerca de um mês depois que um fotógrafo denunciou ter sido agredido dentro de um bar na região da Pelinca, a Polícia Civil esclareceu alguns pontos do que aconteceu dentro do estabelecimento. Nesta quinta-feira (21), em uma coletiva realizada na 134ª DP, no Centro, a delegada Natalia Patrão informou que o fotógrafo Igor Gomes teria segurado ou acariciado o pescoço de uma mulher dentro do bar. O namorado dela, que estava no andar de baixo do bar, subiu e viu o ato, momento que teria iniciado as agressões contra Igor.
As versões sobre o Igor ter segurado ou acariciado o pescoço da mulher ainda não foram confirmadas porque existem incompatibilidade nos depoimentos dos envolvidos e testemunhas. Igor, segundo a polícia, nega ter segurado, acariciado ou apertado a moça. À época, Igor disse em suas redes sociais que o caso poderia ter motivação homofóbica ou de intolerância religiosa, mas a Polícia Civil já descartou essas hipóteses. Com o inquérito encerrado pela Civil, o caso seguirá para apreciação do Ministério Público. O agressor de Igor responderá pelo crime de lesão corporal.
Em depoimento, uma testemunha contou que o fotógrafo estava atrás da mulher -que estava sentada em uma cadeira- acariciando o peitoral dela como se ele estivesse numa "conexão espiritual" naquele momento. Ainda de acordo com a delegada, não há informações concretas do motivo que levou o a segurar ou acariciar a mulher pelo pescoço. Alguns hematomas foram encontrados no pescoço dela, mas ainda não há constatação que elas foram causadas por Igor.
"A mulher alega que ela subiu as escadas e Igor já estava lá em cima. Ela sentou em uma cadeira e, imediatamente, o Igor foi na direção dela já apertando o seu pescoço. O pescoço dessa mulher, segundo o laudo pericial, possui hematoma roxo, mas não podemos dizer a origem do hematoma, se realmente foi o Igor, se realmente isso é fruto de uma outra agressão. O autor, que é o namorado dessa mulher há três anos, diz que, quando subiu, presenciou o Igor apertando o pescoço dela. Motivo pelo qual, numa legítima defesa defesa, deu um soco no Igor, que caiu desacordado", disse a delegada em coletiva.
Também em depoimento, Igor contou à Polícia Civil que tinha bebido apenas uma caipirinha e que não estava embriagado. Porém, ele diz que não se lembra do que aconteceu depois de falar com a mulher. ”A vítima fala que subiu as escadas pro segundo andar do bar para ir ao banheiro, tinham algumas pessoas lá em cima. A partir do momento em que ele conversou com uma mulher, ele já não se lembra mais de nada, nem do que aconteceu e nem como foi embora. Ele se lembra apenas que uma colega o levou para casa. (...) O Igor, questionado sobre algum episódio espiritual, disse que faz parte da religião do candomblé, mas ele não tinha nenhum espírito neste momento, porque se ele tivesse, a própria religião diria para ele e ele mesmo não teria dúvida disso. Então, essa conectividade espiritual também é uma coisa que não está esclarecida”, disse a delegada.
Confira vídeo de parte da coletiva de imprensa:
A delegada informou ainda que foi feito um auto de acareação, mas que o agressor de Igor não compareceu. Ela diz também que a investigação está encerrada, visto que não há imagens de dentro do local para confirmar o fato. As únicas imagens arrecadadas são da saída do bar, que mostram apenas os envolvidos na situação saindo do local. Sendo assim, o caso irá para o Poder Judiciário para que o processo tenha sequência.
"O bar não possui câmeras, assim a gente não vai saber o posicionamento dessas figuras no momento do fato. Então, a gente teve que contar com testemunhas, que já prestaram depoimento, já passaram por auto de acareação e os depoimentos continuam antagônicos de forma que não temos mais nada a fazer", explica.
O caso
No mês passado, o fotógrafo Igor Gomes usou suas redes sociais para denunciar o caso, que teria acontecido na madrugada do dia 19, em um bar na rua Álvaro Tâmega, no Parque Tamandaré, em Campos. Ele registrou a ocorrência na 134ª Delegacia de Polícia (Centro). De acordo com informações do boletim feito naquela semana, Igor disse que estava no bar com amigos, quando em determinado momento foi agredido por outro homem, que não tinha sido identificado. A vítima disse que só conseguia lembrar de ter sido socorrido por conhecidos e levado para o Hospital Ferreira Machado (HFM), onde foi atendido e liberado.
O fotógrafo, que divulgou nas redes sociais imagens do rosto machucado e inchado pelas agressões sofridas, pediu para que o culpado seja punido.
“Estou aguardando a Polícia, delegados e pessoas que estão a favor da lei, da ética moral e social, para que da melhor maneira transcorra o andamento da queixa registrada contra a agressão física e o caso seja elucidado o mais rápido possível com a identificação e punição do agressor”, publicou.
No mês passado, o fotógrafo Igor Gomes usou suas redes sociais para denunciar o caso, que teria acontecido na madrugada do dia 19, em um bar na rua Álvaro Tâmega, no Parque Tamandaré, em Campos. Ele registrou a ocorrência na 134ª Delegacia de Polícia (Centro). De acordo com informações do boletim feito naquela semana, Igor disse que estava no bar com amigos, quando em determinado momento foi agredido por outro homem, que não tinha sido identificado. A vítima disse que só conseguia lembrar de ter sido socorrido por conhecidos e levado para o Hospital Ferreira Machado (HFM), onde foi atendido e liberado.
O fotógrafo, que divulgou nas redes sociais imagens do rosto machucado e inchado pelas agressões sofridas, pediu para que o culpado seja punido.
“Estou aguardando a Polícia, delegados e pessoas que estão a favor da lei, da ética moral e social, para que da melhor maneira transcorra o andamento da queixa registrada contra a agressão física e o caso seja elucidado o mais rápido possível com a identificação e punição do agressor”, publicou.
Em vídeo publicado nas redes sociais, um dos sócios do estabelecimento, que se identificou apenas como Fred, disse que o bar estava disposto a colaborar com as investigações e que não compactua com a violência, nem com discurso ideológico preconceituoso. "Em primeiro lugar queria prestar minha solidariedade à vítima e dizer que dentro das nossas possibilidades vamos fazer o que for possível para ajudar e para cooperar nas investigações, para que o responsável por isso seja identificado e preso. Obviamente, o bar não está aberto a pessoas homofóbicas, a pessoas racistas, a pessoas violentas. Nosso espaço foi sempre voltado na arte local, nos artistas independentes, e eu quero dizer a todos que a gente não concorda, não compactua, não estimula qualquer tipo de discurso ideológico que seja avesso ou preconceituoso com as diversidades. Quero dizer que a pessoa que estava responsável pela administração no momento da agressão já foi afastada da administração do bar", informou.
Procurado pela Folha, o advogado Elísio Vasconcelos, que faz parte da defesa do fotógrafo, se posicionou sobre o caso. "O Igor é vítima nessa história. Ele não tem histórico de agressividade, com bebida ou sem bebida. Ele é bem quisto e pacífico. No inquérito, não tem nada de que o Igor tenha agredido ninguém. O fato dela (a mulher) estar com o pescoço machucado, não confirma que ação foi feita por ele. Ele foi agredido covardemente e agora estamos correndo para elucidar o caso", explicou.