Caso Letycia: suspeito de conduzir moto diz que achava se tratar de um assalto
09/03/2023 16:04 - Atualizado em 09/03/2023 19:37
O suspeito de ser o condutor da moto usada no assassinato de Letycia, Dayson dos Santos Nascimento, confirmou ter pilotado a motocicleta em depoimento à 134ª DP de Campos, mas que teria sido contratado para realizar apenas um assalto. Segundo Dayson, ele foi contratado por um homem chamado Gabriel e que o crime iria acontecer na quarta-feira (1º), mas a corrente da moto soltou e o assassinato foi adiado para o dia seguinte. O crime que matou a gestante Letycia Fonseca Peixoto e, no dia seguinte, o bebê que chegou a nascer com vida, aconteceu na noite de quinta-feira, dia 2 de março.

Quando foi contratado, Gabriel falou para Dayson que “um menino dele” passaria para buscá-lo na BR-101, na altura da Igreja Universal de Ururaí, em Campos. Porém, na quarta-feira teve o problema da corrente no veículo e Dayson recebeu uma mensagem do Gabriel dizendo que “não era para ser hoje não”. 

As investigações apontam que Gabriel Machado Leite seria o intermediário, ou seja, quem fez a ponte entre o mandante e os executores. Além dele, há outros que estão sendo investigados, como o companheiro da vítima, o professor Diogo Viola de Nadai, suspeito de ser o mandante; João Gabriel Ferreira Tavares, apontado como proprietário do veículo e o Fabiano Conceição Silva, que estava na garupa da moto e atirou em Letycia. Os cincos passaram pela audiência de custódia e estão presos.
"Ele (Gabriel) ligou para o menor, falou que já estava a caminho o que a gente ia fazer. Eu fui pilotando. A placa do carro ele já tinha dado tudo certinho, desde então eu estava pensando que a gente ia assaltar o carro. Nisso cheguei, parei do lado do carro, pensei que ele ia assaltar: nisso que eu parei, ele entrou atirando. Fiquei nervoso", explicou Dayson em seu depoimento, quando também afirmou que fez o serviço por R$ 5 mill
O dinheiro foi entregue no mesmo dia do crime por um carro de aplicativo que Dayson não sabe informar os dados e, após o recebimento, o mesmo decidiu fugir para Macaé por medo de reações do tráfico próximo a sua casa. Porém, decidiu se entregar no último sábado (4).
O que já se sabe sobre o caso
  • A engenheira de produção Letycia Peixoto Fonseca, de 31 anos, estava grávida de sete meses, quando foi baleada dentro do carro da empresa que trabalhava, às 20h58 do dia 2 de março;
  • Letycia foi atingida por cinco tiros: um na face, um no ombro, um na mão esquerda e dois no tórax;
  • A mãe de Letycia, Cintia Fonseca, presenciou o crime e foi baleada na perna esquerda ao reagir;
  • Letycia foi socorrida com vida pelo tio, mas morreu logo após dar entrada no HFM, onde um parto de emergência foi realizado;
  • O filho da vítima, que recebeu o nome Hugo, nasceu com 30 semanas de gestação, com 1,725 kg. Ele foi transferido para a UTI da Beneficência Portuguesa por volta das 22h, mas não resistiu e morreu às 8h do dia 3 de março;
  • O bebê Hugo foi registrado pelo avô, pai de Letycia;
  • Material genético do bebê foi coletado no IML;
  • Companheiro de Letycia e suposto pai do bebê, o professor do IFF e empresário Diogo Viola de Nadai se negou a ceder material genético para confronto de paternidade;
  • Cinco suspeitos de envolvimento no crime foram presos:
          > Suspeito de ser o mandante: Diogo Viola de Nadai
          > Suspeito de ser o intermediador: Gabriel Machado Leite
          > Suspeito de ser o atirador: Fabiano Conceição Silva
          > Suspeito de ser o condutor da moto usada no crime: Dayson dos Santos Nascimento
          > Suspeito de ser o proprietário da moto usada no crime: João Gabriel Ferreira Tavares
  • Diogo é casado, mas mantinha um relacionamento com Letycia, com quem morava;
  • Familiares de Letycia contam que a relação dela com Diogo era conturbada, de idas e vindas, e descrevem o companheiro da vítima como uma pessoa, fria, inteligente e manipuladora;
  • Segundo a investigação, o intermediador, o atirador, o condutor da moto e o proprietário do veículo receberam R$ 1.250 cada um para executar o crime;
  • Diogo teria tentado apagar histórico de seu celular no dia do crime;
  • Familiares de Letycia informaram que Diogo teria pedido que ela fizesse um empréstimo de R$ 16 mil para pagar dívidas de sua loja;
  • Em depoimento, o suspeito de conduzir a moto na hora do crime admitiu participação, mas alegou que achava se tratar de um roubo;
O que ainda falta saber sobre caso
  • A motivação do crime ainda não foi divulgada ou ainda não foi fechada pela Polícia Civil. No início da investigação, a delegada Natália Patrão chegou a dizer que o crime teria sido passional, mas novas afirmações não foram feitas;
  • Ainda não se sabe qual é a relação do Diogo Viola de Nadai com o intermediário. Gabriel Machado Leite é suspeito de ter sido a ponte entre o mandante e os executores;
  • A arma e a moto usadas no crime ainda não foram encontradas. A arma usada foi um revólver, segundo a Polícia Civil. Já a moto, que seria de João Gabriel Ferreira Tavares, também preso, não teve o modelo divulgado. Em depoimento, ele disse que não viu a motocicleta desde o dia em que supostamente foi furtada;
  • Confirmação da paternidade do bebê Hugo;
  • A delegada Natália Patrão informou que ainda faltam dados e informações que foram solicitadas, por meio da Justiça, de aplicativos e outros recursos tecnológicos que possam ajudar na elucidação do crime;
  • Ainda falta saber também o que a esposa de Diogo disse em depoimento, antes da prisão dele. Os dois não viviam juntos, mas são casados judicialmente.
* Com informações do Extra 

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