A pressão sobre Tite no Flamengo sempre foi mais externa, em um movimento da torcida. Afinal, o técnico que está prestes a completar um ano no cargo nunca caiu nas graças dos rubro-negros de um modo geral. Mas agora a insatisfação com o trabalho começa a ganhar ecos dentro dos corredores da Gávea e do Ninho do Urubu.

Após a eliminação nas quartas de final da Libertadores para o Peñarol, um time muito inferior tecnicamente ao Flamengo, a pressão sobre Tite aumentou internamente. Apoiadores de Rodolfo Landim e conselheiros já defendem uma troca de comando antes da semifinal da Copa do Brasil contra o Corinthians na próxima semana.

Uma corrente interna acredita que só um fator novo manterá a esperança de conquistar o último título que restou em 2024. E esse eco ganha maior proporção justamente por ser ano de eleição no clube. Como o futebol é o carro chefe e não atravessa um bom momento, a demissão do técnico poderia ser não só um fator esportivo, mas também político.

Porém, nada vai acontecer antes do Athletico-PR neste domingo, às 20h (de Brasília) no Maracanã, pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro. O jogo que inicialmente não teria muita importância ganhou um peso extra para a situação de Tite. Uma vitória com bom desempenho pode significar um voto de confiança para a Copa do Brasil.

Fato é que Tite dificilmente continuará no Flamengo em 2025. O trabalho sofreu com lesões de jogadores importantes, mas só teve regularidade durante a conquista do Campeonato Carioca, competição de nível técnico muito inferior no calendário brasileiro. E os principais candidatos à eleição do clube têm resistências ao treinador.

Previsão de clima hostil
Na derrota por 1 a 0 para o Peñarol na semana passada, Tite vivenciou algo até então inédito no Flamengo: o Maracanã em peso o xingando, tanto no intervalo quanto nos minutos finais da partida (veja no vídeo abaixo). E neste domingo, o técnico deve encontrar um clima ainda mais hostil desde o pré-jogo, devido ao aumento da insatisfação com a eliminação.