Com turismo brasileiro em alta, agências de viagens de Campos acompanham o crescimento
Éder Souza - Atualizado em 21/09/2024 09:38
Turismo registra o maior patamar desde a pandemia
Turismo registra o maior patamar desde a pandemia / Foto: Rodrigo Silveira
Quando em 2020, ano do início da pandemia de covid-19, as medidas sanitárias para evitar a propagação da doença foram adotadas, como cancelamento de voos e estadias em hotéis, o setor do turismo foi um dos mais impactados no país. Agora, em 2024, uma pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio) indica que o turismo nacional retomou os níveis anteriores à pandemia.
O faturamento turístico do brasileiro registrou crescimento no primeiro semestre do ano, alcançando o maior número desde 2019. O setor foi responsável por injetar na economia R$ 95,3 bilhões, 1,9% a mais que o registrado no mesmo período do ano passado. Segundo a entidade, a alta foi impulsionada principalmente pela locação de meios de transporte para viagem, com aumento de 11%. Outros segmentos também apresentaram um bom desempenho, como a área de hospedagem (6,7%) e atividades culturais, recreativas e esportivas (3,9%).

Em Campos, os serviços que envolvem o turismo também acompanham a mudança de cenário e o crescimento do setor. Da cidade, os viajantes seguem para os seus destinos nas estradas ou pelo ar, impulsionando também o faturamento das agências de viagens. Em uma delas, que é especializada em oferecer pacotes nacionais e internacionais, o período pós pandemia é considerado o melhor, já que, segundo o proprietário, houve uma mudança no comportamento do cliente.
Alessandro Barreto, agente de viagens
Alessandro Barreto, agente de viagens / Foto: Rodrigo Silveira
"Na pandemia foi muito difícil o setor sobreviver, porque fomos um dos primeiros a ter que parar. Na volta, o turismo cresceu cerca de 30% e a gente percebe isso. Apesar do dólar estar um pouco alto, o brasileiro gosta de viajar. Por aqui, a gente percebe que após a pandemia as pessoas resolveram viver experiências, sendo no Brasil ou fora do país”, disse Alessandro Barreto, que tem mais de 26 anos de trabalho no ramo como agente de viagens. 

Alessandro ainda explica que o destino mais procurado pelos campistas dentro do país continua sendo o Nordeste. Além disso, as viagens estão cada vez mais direcionadas aos festivais gastronômicos.

"A viagem nacional sempre atraiu muito, porque somos de um país quente e temos o Nordeste. Depois da pandemia, com essa vontade de viver experiências, as pessoas também começaram a procurar viagens para explorar a gastronomia. Isso vai além do Nordeste, chegando ao Sul do país também. Além disso, temos grande procura por viagens de lua de mel, em grupo e em família”, explicou. 
Viagens custam entre R$ 2 mil a R mil, dependendo do pacote
Viagens custam entre R$ 2 mil a R mil, dependendo do pacote / Foto: Rodrigo Silveira
Os pacotes são variados, tanto nos preços como na modalidade. Algumas viagens com pacotes rodoviários, aqueles oferecidos no transporte de ônibus, custam cerca de R$ 2 mil. Já os pacotes internacionais podem custar R$ 40 mil, com voos, hospedagem, translado, alimentação, city tour, guias, com aproximadamente 18 dias. Porém, dependendo da classificação do hotel, pode chegar a R$ 70 mil por pessoa.

Eu digo que não há pacote de viagens, mas experiências. Eu percebo que as viagens em grupos mudaram o seu perfil, porque antes a gente vendia os pacotes com vários casais dentro daquele grupo, mas hoje em dia é o contrário. Se tem um grupo de 40 pessoas, são 30 solteiras e 5 casais. Não quero dizer que os casados estão se separando, mas são as pessoas independentes que querem viajar e viver mais”, finalizou.


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