Municípios produtores de petróleo e gás receberam, nesta quarta-feira (20), o repasse de royalties referente à produção de outubro pelo regime de concessão. Com exceção de Campos e Carapebus, as Prefeituras do Norte Fluminense registram queda na parcela deste mês, em comparação com o pagamento anterior.

Para Campos, foram depositados R$ 57.437.202,34, valor 0,2% superior ao que foi pago em novembro (R$ 57.314.081,00) e, ainda, 1% maior que o repasse de dezembro do ano passado (R$ 56.767.573,13). Até o momento, o município já recebeu, em 2023, R$ 740.221.906,88, entre royalties e participação especial.

O município de São João da Barra teve R$ 23.470.101,35 depositados nesta quarta, enquanto no mês passado o repasse foi de R$ 24.245.438,26 (-3,2%) e, em dezembro de 2022, de R$ 20.280.987,72 (+15,7).

— Apesar do aumento da produção de petróleo em 9,2% no mês de outubro, consolidando o Brasil no mercado de exportação, já era esperado um repasse menor para este mês, devido à queda no preço do petróleo Brent no mesmo período, influenciado, principalmente, por dois movimentos no mercado que têm levado à queda sustentada. Por um lado, tem diminuído o temor quanto a possíveis reduções na oferta pelo conflito no Oriente Médio, e a produção nos Estados Unidos e nos países da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) tem crescido. Por outro, há uma crescente preocupação com o desempenho da economia global, o que está diretamente relacionado com a demanda por petróleo. Há sinais de uma diminuição da demanda nos EUA e na China. Tivemos poucos municípios com alta no repasse, devido ao aumento da produção no pré-sal, no complexo de Marlon e Carapebus, com uma possível demanda judicial que estarei averiguando junto à Agência Nacional de Petróleo (ANP). Aguardar agora o repasse dos royalties da partilha para fazer o fechamento do ano, que tem sido bem generoso com os municípios e estados produtores. Devemos fechar 2023 com repasses bem próximos à arrecadação de 2022, quando tivemos ótimos valores. O ano de 2024 promete ser de grandes investimentos para os municípios de nossa região e demais municípios produtores. Obras estruturantes e investimentos em novas receitas são necessárias, pois o tempo está passando e o ciclo do petróleo, apesar de ainda ter bastante gás (literalmente), é finito e não podemos contar com tais recursos para sempre. Foco total nas novas fontes de energia, como os estados do Nordeste têm deito para atrair investimentos bilionários. Seguir observando o mercado para não sermos pegos de surpresa quanto a uma queda mais acentuada no preço do petróleo. Mãos à obra e gastar com responsabilidade em prol da população fluminense. Esse é o cenário de fim de ano — afirmou superintendente de Petróleo, Gás e Tecnologia de São João da Barra, Wellington Abreu.