A Casa de Cultura Villa Maria, em Campos, terá uma nova ocupação artística de Alexandre Mury: "Formas Múltiplas de Continuidade no Espaço". O projeto estará aberto ao público para visitação a partir do próximo dia 24 e seguirá até 23 de outubro. Mury, que já ocupou os jardins da Villa em evento fechado, está preparado para essa exposição. Seu trabalho constrói uma metanarrativa que desafia não só a própria arte, mas também as fronteiras entre o real e o virtual, propondo diálogos entre o humano e a tecnologia, o tangível e o digital.

O público encontrará esculturas fragmentadas por espelhos, projeções, ready-mades inusitados e um código de algoritmo que promete a continuidade infinita da criação artística, tudo isso configurando uma narrativa metalinguística que brinca com a própria estrutura da arte e suas possibilidades. A obra final não é tangível, mas reside na totalidade da experiência, onde Mury transforma o espectador em cúmplice de sua crítica à previsibilidade da arte e da vida contemporânea.

Conhecido por sua prática que mistura fotografia, performance e intervenções conceituais, Mury se firma como um dos artistas contemporâneos mais instigantes do cenário nacional. Nesta ocupação, ele leva ao limite a noção de coautoria, envolvendo a Inteligência Artificial em um processo de diálogo e criação que transcende as abordagens convencionais. Cada peça da exposição não é uma obra isolada, mas um fragmento de um mosaico maior que questiona as noções de originalidade, autoria e autenticidade na arte contemporânea.

A proposta de Mury vai além da exibição estética: ela provoca um tensionamento das convenções artísticas, oferecendo ao espectador uma experiência que escapa do conforto interpretativo. "Formas Múltiplas de Continuidade no Espaço" se revela como um grande simulacro, onde a ironia é uma ferramenta crítica poderosa. A exposição se constrói como uma crítica das práticas artísticas atuais, sem deixar de lado a poética sofisticada que permeia cada uma de suas peças.

"Ao subverter as expectativas, Mury não oferece respostas, mas provoca o espectador a repensar sua relação com o espaço e o tempo, com a arte e a tecnologia. A obra não se encerra em si mesma, mas continua nas interpretações e diálogos que ela gera", comenta um dos curadores envolvidos no projeto.

Serviço:

Local: Casa de Cultura Villa Maria, Campos dos Goytacazes
Data: de 23/09 a 23/10
Horário: de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h
Entrada: Gratuita