'O Beijo da Mulher Aranha' estreia nesta sexta no Teatro de Bolso
Dora Paula Paes - Atualizado em 27/06/2024 17:02
Divulgação - Patrícia Bueno
A atmosfera visceral do espetáculo "O Beijo da Mulher Aranha" toma conta do Teatro de Bolso Procópio Ferreira, em Campos. A estreia acontece nesta sexta-feira (28), às 20h. O romance do argentino Manuel Puig foi adaptado por Edeilson Fernandes e tem a direção de Fernando Rossi, que foi responsável há 30 anos pela primeira montagem no palco da cidade. Na coxia, a ansiedade e frio na barriga de estreia rolam soltos, o que é supernatural, com toda essa energia cênica.
Com classificação de 16 anos, serão sete sessões - 28, 29, 30 de junho e 4, 5, 6 e 7 de julho. A peça tem o apoio da Folha da Manhã. Os ingressos estão à venda na megabilheteria.com. O romance é de 1976 e tem abordagem no pungente e sensível mergulho no relacionamento de um preso político, Valentin, com seu companheiro de cela homossexual, Molina, acusado por comportamento imoral.
Divulgação - Patrícia Bueno
Responsável pela direção, Rossi salienta: "A expectativa é grande. Principalmente, por estar revisitando uma obra depois de 30 anos, quando realizei a primeira montagem. Espero que o público receba bem esse trabalho que está sendo realizado com muita dedicação por todo o elenco".

A produção é do Estúdio Gente é Para Brilhar, e não Para Morrer de Fome. No elenco da peça estãoVitor Belém, Ítalo Guimarães, Clara Abreu, Gaia Paz, Arnaldo Zeus e Pedro Fagundes. Juntos, os atores em cena vão abordar temas importantes e atuais; um dos principais é a repressão política durante a ditadura militar e como a opressão afeta a vida das pessoas e como elas lutam para manter sua identidade e liberdade.
A história se passa em uma prisão na América do Sul, quando dois prisioneiros dividem a mesma cela. Molina é homossexual e condenado por comportamento imoral. Valentin é um prisioneiro político, que é torturado para delatar seus companheiros. Molina, para suportar a prisão, inventa filmes cheios de mistério e romance, distraindo também seu companheiro de cela. A enorme diferença entre os dois se transforma, tecida pela história do beijo da mulher aranha, em cumplicidade, repletos de mistério e romance, evocando o poder da imaginação e do cinema.

- O espetáculo é uma reflexão profunda sobre a identidade, repressão, amor, uma importante, emocionante e impactante narrativa - destaca Rossi.

Adaptado para o teatro em vários países e no cinema pelo diretor também argentino Hector Babenco que teve seu filme indicado a muitos prêmios internacionais, ganhando alguns deles. No Oscar de 1986, foi indicado a melhor direção, melhor filme, melhor roteiro adaptado e melhor ator para William Hurt (que venceu). William Hurt também venceu a Palma de Ouro e o Bafta. O filme também foi indicado à Palma de Ouro em Cannes (1985).
 

ÚLTIMAS NOTÍCIAS