O ano de 2023 revela-se bastante promissor para a Academia Campista de Letras (ACL), com a realização de palestras, cursos, lançamento de livros, parcerias acadêmicas com diversas instituições da região.
Nessa toada de interlocução com a sociedade, a ACL foi escolhida pela universitária do Curso de História da UFF, Ana Tereza Carvalho Viana, para a pesquisa do seu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), que já vem recebendo prêmios.

A pesquisa sobre a Academia Campista de Letras surgiu de um projeto de iniciação científica financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ). O projeto tem como título “Identidade Regional, Memória e Pat-rimônio em Campos dos Goytacazes (Séculos XX e XXI)”, sendo vinculado ao La-boratório de História Regional e Patrimônio (LAHIRP), localizado no Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional (ESR), da Universidade Federal Fluminense (UFF), sob a orientação da professora Isadora Tavares Maleval.

O projeto, que foi finalizado agora em setembro de 2023, procurava refletir sobre a valorização de bens patrimoniais entre os séculos XX e XXI na região de Campos dos Goytacazes. Procurava investigar de que forma essa valorização de bens patrimoniais se relacionava com a construção de identidades, problematizando a ideia de patrimônio. No projeto, a bolsista pôde investigar os chamados lugares de memória da cidade, como o Liceu de Humanidades de Campos, o Museu Histórico de Campos, a Casa de Cultura Villa Maria, a Câmara Municipal (local onde está localizado o Corredor Cultural Histórico de Campos dos Goytacazes) e a Academia Campista de Letras.

Por uma relação de afeto com o campo da literatura e com a temática da identidade regional, Ana Tereza acabou transformando a Academia Campista de Letras no seu objeto de pesquisa para o Trabalho de Conclusão de Curso, que será defendido em novembro.

A pesquisa que está em desenvolvimento investiga a Academia Campista de Letras enquanto um lugar de memória e também como um lugar de produção de identidade, a partir de fontes como o próprio prédio da Academia, que era, no século XX, a Escola Wenceslau Brás. Além disso, Ana Tereza pretende analisar o projeto que transformou a praça municipal na praça Nilo Peçanha, a fim de investigar a transformação de sociabilidade que esse território teve, tanto com a fundação da Escola, quanto com o uso do prédio como sede da Academia.

Além das transformações do próprio prédio e da praça Nilo Peçanha, Ana Tereza também usa, como fontes, as edições de revistas antigas da ACL, livros que apontam o movimento literário em Campos e documentos relacionados à Academia, buscando sempre refletir sobre a instituição da Academia Campista de Letras na passagem entre os séculos XX e XXI.

Cabe mencionar o destaque da participação e da apresentação do projeto no Congresso Fluminense de Iniciação Científica e Tecnológica (Confict), realizado pela Universidade Estadual do Norte Fluminense (UFF) em junho deste ano, oportunidade em que o banner da bolsista foi premiado com o primeiro lugar em Ciências Humanas da UFF.


(*) Christiano Abelardo Fagundes Freitas é presidente da ACL
(**) Ana Tereza Carvalho Viana é graduanda do curso de História da UFF