Delegado ameaça dar "uns cascudos" em jornalista
No início da carreira, estagiando no jornal A Cidade, Cilênio Tavares (na foto, com o filho em um jogo do seu Flamengo, no Maracanã), não tinha muita noção de como funcionava o setor policial, por exemplo.
Na ocasião, também início dos anos 90, um motorista de ônibus que fazia a linha Campos-Ururaí foi atingido por uma pedrada, o que lhe causou a morte.
O editor Hélio Cordeiro pediu a Cilênio para apurar o fato com o delegado José Roberto Vieira. O rapaz chegou à porta de sua sala na DP e perguntou se tinha alguma pista do suspeito.O delegado respondeu:
— Ter, eu tenho. Mas não posso falar para não atrapalhar as investigações.
Mas, dentro do carro do jornal, no retorno à redação, Ronaldo Machado, repórter com prática na cobertura da área policial, acabou revelando o nome do suspeito.
E disse para Cilênio que todos já sabiam de quem se tratava.
A matéria foi publicada na edição do dia seguinte, com o nome do suspeito.
No mesmo dia, Cilênio participava de missa em Ação de Graças pelo aniversário do jornal e deu de cara com José Roberto.
O delegado mandou ver:
— Olha, Helinho! Uma hora dessas vou dar uns cascudos nesse rapaz — disse ele, dando uma bronca daquelas.
A sorte é que o ambiente da Catedral Diocesana facilitou o entendimento. Helinho aparou as arestas e o mal-entendido ficou por ali. As pazes estavam feitas.