Decadência do futebol e do carnaval em Campos a partir dos royalties
Saulo Pessanha 20/03/2024 07:39 - Atualizado em 20/03/2024 07:39
Pelo menos dois segmentos em Campos entraram em decadência a partir de quando o município passou a ser beneficiado com os royalties do petróleo: o futebol e o carnaval. Pode-se dizer que o dinheiro fez mal ao esporte e ao lazer.

O carnaval já não é representado por blocos e escolas de samba. As instituições saíram de cena. Até porque, nos últimos anos, o Cepop (Centro de Eventos Populares Osório Peixoto) permaneceu fechado nos quatro dias de folia.

Antes de a Prefeitura passar a alimentar as entidades carnavalescas com repasses financeiros — dinheiro dos royalties, embora não carimbado para tal — o cenário era outro. Os desfiles mobilizavam a população.

Sem o Cepop, o carnaval ocorria na Avenida 15 de Novembro. E era muito prestigiado. A plateia ocupava arquibancadas de madeira a partir da Ponte Barcelos Martins, no sentido centro da cidade.

O futebol foi para o mesmo caminho do carnaval: fundo do poço. O Goytacaz e Americano vão acabar saindo de cena, tal como Rio Branco, Campos, Sapucaia e outros clubes.

Coincidência ou não a decadência do futebol na cidade ocorreu justo quando os clubes passaram a ser beneficiados com a ajuda financeira da prefeitura.

Vejam que o Goytacaz, ainda possuidor de um estádio, não disputará competições oficiais este ano. Saiu de licença. A questão é financeira.

Daí que vale a pergunta: o Goytacaz, sem dinheiro para participar de competições este ano, vai ter fôlego financeiro para a temporada de 2025? É muito provável que não.
DECADÊNCIA 

A crise no futebol de Campos envolve até as categorias de base. A Copa São Paulo de Júniores chegou este ano à sua 54ª edição reunindo 128 clubes divididos em 32 grupos. Nenhum de Campos.

Já a Copa do Brasil, que oferece boas cotas a cada passagem de fase, começou, na versão 2024, com 92 clubes. Nenhum de Campos. E pensar que Olaria, Audax e Nova Iguaçu garantiram vaga.

Para se ter ideia, só na 1ª fase, ganhando ou perdendo, cada jogo, para os clubes das Série C para baixo, rendeu R$ 750 mil. Grana que faria muito bem aos carentes cofres do Goytacaz e do Americano.

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