Em meio à epidemia de dengue, agentes de endemias vão á Câmara cobrar realocação
A sessão da Câmara de Campos desta terça-feira (19) foi marcada por uma manifestação pacífica de agentes de combate à endemias que alegaram que foram afastados pela Prefeitura, mesmo tendo o direito a estabilidade através da lei federal 11.350/06. Em meio a maior epidemia de dengue da história do Brasil, os trabalhadores pedem que eles sejam realocados em suas funções. No plenário, alguns vereadores também falaram sobre o assunto.
Representante do grupo de manifestantes, a agente Iara relatou que na primeira reunião do Gabinete de Crise da Dengue e outras Arboviroses, realizada no dia 6 de março, foi mencionada a abertura de um processo seletivo "Nós fomos dispensados da Prefeitura Municipal de Campos e o Gabinete de Crise colocou a informação de que estaria fazendo um edital de retorno do agentes de combate à endemias e que sairia no Diário Oficial que constaria 362 agentes. Nós estamos hoje aqui reivindicando porque a dengue mata. Morador não faz o trabalho nosso. Quem faz todo o trabalho nas casas somos nós, os agentes de combate à endemias. Nós somos preparados. E estamos aqui pedindo ao prefeito que ele olhe com carinho essa situação porque dengue mata. São quase 5 mil casos registrados e a população está descoberta", explicou ao acrescentar que o município possui somente 197 agentes de combate à endemias. "Estamos pedindo o apoio da população para que se conscientize conosco, pois o prefeito precisa reconhecer e assinar o acordo que ele mesmo solicitou através de processo judicial", concluiu.
O presidente da Câmara, vereador Marquinho Bacellar (SDD), comentou sobre a denúncia recebida sobre a situação dos agentes de combate à endemias. "Hoje recebi uma denúncia de uma pessoa que faz parte de um grupo de 237 trabalhadores e dentro dessa denúncia podemos nos aprofundar um pouco. Fizemos contato com doutora Aline, defensora pública. E pude ver, me aprofundando, que o doutor Paulo Hirano numa reunião que teve com vocês e demais autoridades, no dia 6, falou, inclusive na presença da doutora Aline, que seriam anunciados 362 vagas para agentes para ajudar no combate à dengue. E hoje, como a pessoa que me procurou trouxe, de 362 vagas prometidas caiu para 146. Então, como prometido, me aprofundei e vamos pressionar não só aqui como vamos pressionar também as autoridades para que o secretário de Saúde cumpra sua palavra", disse.
O vereador Fred Machado (Cidadania) ressaltou que a situação dos agentes é antiga. "Acompanho essa situação desde o último mandato meu. Já tive pessoas aqui que estão presentes que estiveram comigo na Procuradoria do Município para que a gente tentasse resolver esse problema. Não conseguimos e vocês continuam lutando. Isso vem lá de trás. Foi falado que vocês não teriam condições, que não valeria aquilo que estava escrito. O Monitor Campista antigamente era o Diário Oficial do município e no Diário Oficial vocês foram considerados sem contestação efetivados. E até hoje nada disso aconteceu, além de termos buscado isso juridicamente", explicou.
Projetos aprovados - Também na sessão desta terça, os vereadores aprovaram em primeiro turno o projeto que altera o horário das sessões ordinárias durante o período eleitoral. O texto será votado em segundo turno nesta quarta-feira (20) e, caso aprovado, o novo horário passa a valer a partir do próximo dia 26.
Outro projeto aprovado foi apresentado pela Mesa Diretora para a abertura de crédito adicional suplementar do Legislativo, no valor R$ 5.460.000. Também foram aprovados projetos de lei apresentados pelos vereadores Anderson de Matos, Marcione da Farmácia, Marquinho do Transporte e Raphael Thuin.