A pressão imediata sobre quem ganha as eleições
Artigo NinoBellieny ( Atualizado)
O conceito de esperar os 100 primeiros dias de uma nova gestão para avaliar, elogiar ou criticar, ficou ultrapassado.
As angústias acumuladas durante dezenas de anos em obras inacabadas, atitudes proteladas, omissões e inércia, deixaram a população impaciente, ao ponto de antes mesmo de tomarem posse, prefeitos serem merecidamente bombardeados nas esquinas reais, nos grupos virtuais, e pela mídia da qual faço parte, e tem mesmo de exigir e cobrar o melhor.
Não há mais o romantismo do “espere mais um pouco", o normal é pressão, falação, raiva de um lado, e de um outro, o telefone silenciado, a mensagem não visualizada, a resposta que não chega, o contato de quem se elegeu ficando frio e distante.
A insatisfação coletiva não é somente com o que deveria ser: as ruas sujas, o asfalto esburacado, o atendimento letárgico da Saúde, a falta de saneamento, lazer e cultura, o cidadão quer o problema dele resolvido, a cidade é só dele, esquece que há o convívio, a divisão de espaços, as necessidades de todos.
A culpa não é só do indivíduo e das massas, mas obviamente da classe minoritária que comanda destinos com canetadas e indecisões, especialista em trocar ilusões por vitórias nas campanhas eleitoreiras. Os vícios de poder se perpetuam, nomes mudam, porém ideias arcaicas permanecem, e mudança é apenas uma palavra muito usada em slogans repetitivos.
O velho crédito dos 100 dias ainda pode ter utilidade, talvez em alguma eleição do futuro, dar um segundo voto de confiança e paciência ao novo líder, não engrossar o caldo dos que elogiam por terem garantido boquinhas nem o dos que perderam a mordida, mas pensar mais no município do que em si mesmo.
Ainda existem pessoas assim, mas a cada ano, o número diminui, encolhendo a cidade, enfraquecendo o estado, apodrecendo o país.