Quando a Comunicação é Dominada pela Má-Vontade
Artigo NinoBellieny
Percebível e compreensível o acúmulo de tarefas e ocupações do ser humano, a ponto de impedir uma comunicação fluida e atualizada. Empresários, políticos, empreendedores, estudantes, profissionais liberais, se multiplicam para darem contas de tarefas e objetivos.
Querer que cada um deles responda imediatamente a chamados telefônicos e mensagens é pensar ser a vida do outro 100º disponível para quem chama. E obviamente não é, o tempo é escasso, o trabalho maior do que um dia de 24 horas.
Alguns conseguem organizar a agenda de modo a responderem mesmo não imediatamente a todos, estes são dignos de serem colocados em uma categoria especial de gentileza e atenção, são raros e essenciais.
O que faz com quem os chame, não abuse da prerrogativa, outra raridade, a de gente que não abusa da atenção dos que sempre dão atenção mesmo sendo de grande importância no que exerce.
Mas... os que oferecem a morosidade de uma resposta ou preferem o silêncio da indiferença, passados dias de uma chamada só mostram a humanidade e humildade quando é a vez deles. Basta terem a necessidade de algo, aí, vão entrar em contato à qualquer hora.
Se algo os aborrece, serão rápidos, se é para o próprio benefício, serão também. Conseguido o que desejam, voltarão para as respectivas ostras, caixas e cofres da autossuficiência.
Seria por não saberem dizer não, por não quererem desagradar, mas como saber se quem faz contato quer um não ou um sim, apenas um esclarecimento, uma versão dos fatos, uma palavra amiga talvez?
No entanto, aquele que se recolhe na frieza, forte sinônimo de insegurança, conta com a desmemória de quem o procurou, e com a própria, afinal, se algum dia houve vantagem, já esqueceu, retribuir não é obrigação, gratidão não faz parte do vocabulário. Quando ele precisar, vai voltar a sorrir e procurar como se nada houvesse acontecido, no melhor rosto de madeira que houver para usar.
Em tempos onde o caráter é maleável e circunstancial para uma maioria correndo por um lugar ensolarado, os que agem diferente ao modo antigo de honradez, passam a ser vistos como os errados.
Falta coragem em abrir o jogo, dizer a verdade pessoal, dar chance ao outro de uma nova visão mostrar, assumir posturas, mesmo que doa a que ouve, mas que oferecem chances de diálogo, só que o mais cômodo é fechar a porta, bloquear os acessos e enviar por terceiros a versão de um acontecimento em que a vítima é quem conta e o algoz quem não pode se defender.
Esquecem do agradável que um dia os fez orgulhosos e priorizam o aborrecimento que abalou seus frágeis egos, e vão ficando cada vez mais famosos como pessoas a serem , elas sim, realmente evitadas.
Até o dia em que um exame de consciência os faça refletir e mudar, e mudar para melhor é a grande meta dos humanos em evolução.