Comitê organizador da campanha SOS Ao Livro Verde solicita reunião com Wladimir
Campos ainda pode voltar a ter a livraria mais antiga do Brasil em funcionamento. Pelo menos é nisso que acreditam alguns membros da campanha SOS Ao Livro Verde, encabeçada pelo jornalista Aldefran de Lacerda. Nesta quinta-feira (21), um ofício foi enviado ao prefeito Wladimir Garotinho solicitando uma reunião com o comitê organizador da campanha, em caráter urgente e prioritário, para tratar do relatório final da comissão mista sobre o tema. Apresentado na Câmara Municipal em 10 de outubro do ano passado, o documento sugere medidas originalmente voltadas a evitar o fechamento da livraria, mas que agora podem servir para a sua reabertura.
Ao todo, são 19 as propostas da comissão mista. Uma delas é a desapropriação dos dois imóveis que formam o prédio onde funcionava a Ao Livro Verde, na rua Governador Teotônio Ferreira de Araújo, evitando que um dia venham a ser demolidos ou abandonados. Outro passo considerado importante é a criação da Casa de Cultura Livraria Ao Livro Verde, que funcionaria no próprio local, como um marco da revitalização do Centro Histórico de Campos. Nesse equipamento, haveria espaço para a manutenção de uma livraria, bem como áreas para venda de artesanato e souvenirs, exposições artísticas, pesquisas, cursos, exibição de filmes, cyber café e praça de alimentação, esta priorizando comidas campistas.
Fundada em 1884, a Ao Livro Verde fechou as portas em novembro do ano passado. Em pedido de autofalência feito à Justiça no final de maio, foi relatado que as dívidas da livraria totalizavam R$ 1.886.264,91. Colaboraram para o acúmulo de débitos fatores como a pandemia da Covid-19, o esvaziamento do Centro de Campos nos últimos anos e a consequente queda nas vendas — não apenas de livros, mas também de materiais escolares.
Desde julho, a campanha que tentou evitar o fechamento da livraria Verde ganhou apoio de mais de 60 entidades, entre elas a Academia Brasileira de Letras (ABL), a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e as associações Estadual e Nacional de Livrarias (AEL e ANL, respectivamente). Um abaixo-assinado on-line da SOS Ao Livro Verde (aqui) conta com mais de 2.100 assinaturas.