Professoras de São João da Barra e Campos têm projetos reconhecidos no Prêmio Arte na Escola Cidadã
Matheus Berriel 05/10/2023 14:11 - Atualizado em 06/10/2023 12:28
Beatriz Póvoa Coutinho e Amanda Bastos
Beatriz Póvoa Coutinho e Amanda Bastos / Foto: Divulgação/Uenf
Duas professoras do Norte Fluminense tiveram os seus trabalhos reconhecidos no Prêmio Arte na Escola Cidadã, principal honraria do Brasil voltada exclusivamente para professores de educação artística. Amanda Cristina Figueira Bastos de Melo, que leciona no Instituto Federal Fluminense (IFF) em São João da Barra, foi a campeã nacional da categoria ensino médio com o projeto “Arte e espaços: visualidades, afetos e pertencimentos em São João da Barra”, realizado no ano passado com turmas de segundo ano do ensino médio integrado. Já Beatriz Póvoa Coutinho, educadora do Colégio Estadual Nelson Pereira Rebel, em Campos, recebeu menção honrosa pelo projeto “Marias, não se calem”, também feito em 2022 com estudantes do segundo ano do ensino médio.
No caso de Amanda, o projeto, idealizado durante a pandemia da Covid-19, partiu da percepção da ausência de identificação dos alunos com São João da Barra.
— Percebia que eles não tinham uma relação afetiva com o município, e aquilo me incomodou. Então, a gente começou a analisar esses espaços à distância. Trabalhamos com alguns artistas que produziram obras de arte em São João da Barra, com o objetivo de desenvolver nos alunos um olhar estético, reforçando a importância do valor simbólico, da memória e do afeto com os espaços, com as nossas origens — explica ela.
Ao final, foi construído um mapa afetivo do município. O projeto ainda será registrado num documentário.
Já o projeto “Marias, não se calem”, desenvolvido em Campos por Beatriz, envolveu leituras, pesquisas, debates, oficinas, produções, exposições artísticas, performances e apresentações teatrais sobre a violência doméstica e familiar contra a mulher.
— Durante a realização do projeto, os alunos puderam exercer protagonismo de forma crítica e criativa, sensibilizando-se e sensibilizando a comunidade para o combate a esse grave problema social — explica a professora.
Tanto Amanda quanto Beatriz participam do programa de formação continuada do Polo Arte na Escola, da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf).
O prêmio — Voltado a incentivar os professores de educação artística do Brasil, dando visibilidade a projetos com potencial para transformar estudantes, cidadãos e as suas comunidades, o Prêmio Arte na Escola Cidadã faz um mapeamento de trabalhos desenvolvidos em escolas das cinco regiões do país. Na primeira etapa, os projetos são avaliados a nível local por professores de arte de universidades integrantes da Rede Arte na Escola. Na segunda fase, a mesma avaliação acontece a nível regional. Por fim, há uma avaliação composta pela Comissão Nacional, composta por especialistas em arte, educação e cidadania.
Este ano, integraram a Comissão Nacional o pedagogo e psicólogo Jadson Levi San'Anna Lima, coordenador da superintendência de Agricultura Familiar de Povos e Comunidades Tradicionais (SDR) do Estado da Bahia; o produtor cultural Márcio Black, fundador do Coletivo Sistema Negro, que mescla cultura e ações sobre pautas antirracistas em São Paulo o educador Rodrigo Monteiro, doutor e mestre em Comunicação; e Semiótica e bacharel em Comunicação das Artes do Corpe; e a produtora cultural e pesquisadora Thaís Póvoa, docente na Escola Livre de Teatro de Santo André.

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