Doença da Urina Preta
Nesses tempos de calor acima da média, mesmo no recém-findo inverno, os casos de rabdomiólise tem aumentado em todo o país.
Popularmente chamada de Doença da Urina Preta, a rabdomiólise não é uma doença com causa isolada e constitui na verdade uma síndrome, que pode ser desencadeada por vários fatores: traumatismos, excesso de atividades físicas (principalmente no calor), infecções, ou mesmo devido ao consumo abusivo de álcool (e outras drogas).
Quando decorrente do consumo de pescados, a síndrome é chamada de Doença de Haff, sendo os sintomas principais, mialgia (dores musculares), mal-estar, náuseas, fraqueza muscular, dores abdominais, vômito e urina escura obviamente.
Na Haff as lesões musculares resultam na elevação dos níveis séricos de creatina fosfoquinase (CPK), podendo ocasionar escurecimento da urina, variando de avermelhada a marrom.
A rabdomiólise na doença de Haff tem início rápido, após o consumo de peixes e crustáceos cozidos, indicando que toxinas resistentes ao calor (termoestáveis) são a causa da doença. Importante ressaltar que essas toxinas ainda não são definidas ou conhecidas.
Segundo pesquisadores da FIOCRUZ, os peixes não produziriam essas toxinas, que seriam secretadas por microalgas tóxicas e se acumulariam na carne do pescado.
Os pescados de origem marinha parecem responsáveis por 74% dos casos, principalmente das espécies olho-de-boi e badejo.
Apesar de parecer bem óbvia, a recomendação geral é o acondicionamento do pescado no gelo no momento da captura/ abate.
_Caso observe alterações súbitas na coloração da urina, procure imediatamente um serviço de saúde e observe criteriosamente o que ingeriu nas últimas 24 h.