José Eduardo: Falando de Deus sobre o prisma científico-espiritual
José Eduardo Pessanha 23/10/2023 15:55 - Atualizado em 23/10/2023 15:56
José Eduardo  Advogado e professor universitário
José Eduardo Advogado e professor universitário
Inicialmente destacamos que estas breves elucubrações se dão sob a ótica espiritualista. O espiritualismo é uma denominação comum da mescla de várias doutrinas filosóficas e/ou religiosas, e tem como fundamento básico a afirmação da existência do espírito (ou alma) como elemento primordial da realidade, bem como sua autonomia, independência e primazia sobre a matéria. Pensar é um ato que nos distingue! Assim, teceremos humildes considerações sobre temas que suscitam a natureza humana (discursões evolucionistas), de forma que possamos receber contribuições agregadoras, rumando, todos, em busca de um crescimento que possa trazer, ao final, o entendimento de nossa parcela de somatório na conjuntura do todo. Inevitavelmente, quando passamos a falar de destino, metas, jornadas e evolução, temos de perpassar pela energia controladora do universo, comumente nominada de “DEUS”. A criação, na sua acepção mais simples, é o fruto do sopro divino que concedeu vida ao ser inanimado, de forma que este, amado como filho, desenvolva bons atos e tenha uma vida profícua de amor ao Criador e a todos os irmãos de raça. (A razão de estarmos aqui)
Ocorre que algumas não conformidades passam a se destacar quando as evidências emergem, como, por exemplo, no Livro de Gênesis 1, de 1-3, aceito como por muitos como escrito por Moisés, mas alvo de muitas dubiedades (Moisés era um guerreiro - Êxodo 2, 12;17; Moisés não tinha o dom da palavra– Êxodo 4, 10, mas seu irmão Arão o tinha – Êxodo 4, 14), inclusive quanto à autoria, onde temos que: “no princípio, Deus criou os céus e a terra. a terra estava informe e vazia as trevas cobriam o abismo e o espírito de Deus pairava sobre as águas. Deus disse: “faça-se a luz”!" e a luz foi feita”.
Bem, antes de mais nada, algumas elucubrações devem ser realizadas: no “princípio”, ao que se deflui do Gênesis (que significa nascedouro) se amolda, de fato ao início de tudo e não deste planeta de classe habitável, de aproximadamente 4,5 bilhões de anos, onde as primeiras evidências de vida tem, em média, 3,5 bilhões de anos, sob o aspecto microscópico, logo nos afigura que o Texto Bíblico em comento não trata da Raça Humana (não a nossa), mas sim de como o Universo, com as primeiras Galáxias, foi formado a quase 14 bilhões de anos. A própria formação da luz, por vias físicas, não se amolda a esta galáxia, eis que o nosso sol (e muitas outras estrelas) já existiam de forma precedente (4,6 bilhões de anos) à Terra, logo, sob o aspecto literalista, já haveria luz.
Mais adiante, ainda em Gênesis, temos que é atribuída ao Criador a frase: “façamos o homem à nossa imagem e semelhança” – notem que Deus é plural - coletividade (essa semelhança era corpórea ou energética – que chamamos espírito?). Neste ponto, outra clara incongruência (se pensarmos que se tratava do Planeta Terra), pois faz 65 milhões de anos que os dinossauros foram extintos, enquanto que o homo sapiens começou a evoluir há 200 mil anos. Ainda que existisse alguma espécie de primatas (que não era dominante no planeta), não afigura crível que seriam estes a imagem e semelhança a que o Livro Sagrado se manifesta. O fato é que todo o universo é sustentado por um complexo de energia que, pulsante, mantem a ordem, a fim de evitar que o caos, sempre presente também, possa imperar (a contenda de Deus x diabo). Não há como esclarecer, ainda, uma série de acontecimentos exógenos a nosso planeta que destoam, em muitos casos, das leis da física conhecida (ex.: a matéria escura cósmica que não é a antimatéria; a entropia e o seguimento do tempo ou a possibilidade de universos paralelos, entre outras). Assim, fica evidenciado que este estuário de energia mater no universo pode (e deve) ser o que se apregoa chamar de DEUS. Sem dúvidas nossa ínfima parcela de evolução não nos permite compreender como procede esta energia criadora e mantenedora do universo, mas nos dá a estreita visão que, certamente, somos “nano parte” integrante deste Todo. (aqui reside a teoria do Deus onipresente, onipotente e onisciente)
Neste ponto, as teorias religiosas e científicas se encontram, onde uma visão menos estereotipada pode levar ao vislumbre de como o Grande Arquiteto do Universo operou (e opera), de forma que não haja qualquer necessidade de dissenso. Uma das verdades incontestes, seja pelo aspecto religioso, seja pelo aspecto científico, é que nosso crescimento ainda é embrionário e muito temos a evoluir, em que pese nossa tendência suicida, pois a todo momento a raça humana trabalha, arduamente, por sua autodestruição. (O planeta não sucumbirá; a raça humana talvez). Conceitos como fronteiras, países etc., afastam o homem de sua natureza de espécie e colocam em evidência os sentimentos mais grotescos e pérfidos desta raça. A evolução passa por uma forma de desapego material - até corpóreo, mesmo - (Será este o caminho? Volvermos a ser energia pura? E para purificar, haverá estágios? Aqui se encontram teorias espíritas, afros ou mesmo católico/protestantes, apenas com a diversidade sobre o “juízo final” – fim dos tempos e o juízo sobre cada um), onde o conjunto deve estar sempre acima das partes, de forma que o todo seja mais que o somatório das partes. Assim, como espécie, muito provavelmente não sozinha neste universo (neste ponto, nossa vaidade e prepotência, com antolhos, nos leva a inúteis crenças incipientes equivocadas, como a que somos os detentores da vida de todo o universo- 100 bilhões de galáxias, no universo estimado – só a Via Láctea tem quase 200 bilhões de estrelas (no universo estimado: 70 sextilhões) – leva quase 230 milhões de anos para completar um ano galáctico – uma volta – não conhecemos nem 1% das estrelas da Via Láctea); estamos no nascedouro da evolução (verdadeiro berçário), onde a lapidação é extremamente necessária, também, neste ponto encontrando com várias vertentes religiosas que se amoldam a clássica necessidade evolucionista, simplistamente representada pelo luta do Bem contra o Mal (caos).
A vinda do Cristo; a necessidade de sua aparição, as razões de sua presença, estereotipadas na forma humana, todas, podem ser claramente compatíveis com as teorias evolucionistas (a Trindade: Deus, Cristo e o Espírito Santo – a Energia Mater, a Parte que veio a este planeta, humanizada, e a Parte do poder do Todo), pois o que difere é apenas a forma com a qual estes eventos foram repassados de um tempo pretérito até o momento, notadamente considerando a aridez do discernimento e da amplitude da mente humana. De fato, não há nada em que possa ser dispensada da presença de Deus (fonte integradora de todas as coisas), de forma que mesmo os que Nele afirmam não crer, são obrigados a concordar que existem energias, muitas ainda não fisicamente esclarecidas, que mantem o universo em equilíbrio, logo, mesmos os ateus admitem que seu entendimento não alcança o Todo (como de fato), logo a presença da Energia Suprema não pode ser abolida ou dispensada. O assunto comporta ainda muitas aposições, como a importância do tema suscita, mas sua consideração neste momento é apenas para catalisar a cognição humana. Pensar não dói!

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