Witzel diz que Flávio Bolsonaro deveria estar preso e senador o chama de "louco"
26/05/2020 17:36 - Atualizado em 03/06/2020 19:11
Brasília(DF), 24/06/2019. Flávio Bolsonaro, Gov do Rio Wilson Witzel e presidente Jair Bolsonaro. Local: Palacio do Planalto. Foto: Igo Estrela
Brasília(DF), 24/06/2019. Flávio Bolsonaro, Gov do Rio Wilson Witzel e presidente Jair Bolsonaro. Local: Palacio do Planalto. Foto: Igo Estrela
O governador Wilson Witzel (PSC) disse, em pronunciamento na tarde desta terça-feira (26), que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) – filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) – deveria estar preso. Alvo da operação Placebo, que o acusa de fraude na contratação para construção dos hospitais de campanha, Witzel classificou a ação como “desproporcional” e “fantasiosa”. O parlamentar rebateu as acusações, disse que “não fez nada de errado” e chamou o governador de “louco”.
— Quero manifestar a minha absoluta indignação com o ato de violência que o Estado de Direito sofreu. Tenho todo respeito ao ministro Benedito Gonçalves (do Superior Tribunal de Justiça), mas essa busca e apreensão foi construída com uma narrativa fantasiosa. O ministro foi induzido ao erro — afirmou Witzel, que completou:
— Esse é um ato de perseguição política que se inicia nesse país e isso vai acontecer com governadores inimigos. O senador Flávio Bolsonaro, com todas as provas que já temos contra ele, que já estão aí sendo apresentadas, dinheiro em espécie depositado em conta corrente, lavagem de dinheiro, bens injustificáveis, ele já deveria estar preso — pontuou.
Por outro lado, Flávio acusou Witzel de ser corrupto, dizendo que "muita coisa pode vir à tona". Também sugeriu que o governador está se fazendo de louco para não ser preso.
— Não fiz nada de errado. Estou sendo investigado há mais de dois anos, governador. Dois anos! Nem denúncia tem contra mim, porque não tem elementos para denunciar. Não tem que ficar se preocupando comigo. Vá se preocupar em se defender, porque vai precisar.
Segundo Flávio, a investigação começou na Polícia Civil do Rio de Janeiro, mas, como esbarrou em Witzel, teve que ser levada ao STJ, onde o governador teve foro privilegiado. Na esfera federal, coube à PF cumprir as medidas autorizadas pelo tribunal. Assim, não há que falar em perseguição, acredita o senador, que aproveitou para refutar a tese de que as trocas realizadas em cargos de comando da PF, inclusive na superintendência do Rio de Janeiro, interessem a ele.
— Nunca vi na vida o superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro. O tempo todo grande parte da imprensa querendo ajudar nessa narrativa que tinha algum interesse meu ali. Não tinha, nunca teve. Sempre confiei na Polícia Federal — disse o senador.

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