Amaerj marca ato em apoio a Glaucenir
Aluysio Abreu Barbosa 05/12/2019 20:15 - Atualizado em 12/12/2019 14:32
Glaucenir chegou a pedir desculpa em carta, mas ministro manteve procedimento
Glaucenir chegou a pedir desculpa em carta, mas ministro manteve procedimento / Divulgação
A Associação dos Magistrados do Rio de Janeiro (Amaerj) organizará um ato em solidariedade ao juiz da 2ª Vara Criminal de Campos Glaucenir Oliveira. O ato será às 13h desta terça (10), em frente ao Fórum Maria Thereza Gusmão, no Centro, com participação de juízes, promotores e servidores da Justiça local, além de membros da Polícia Civil do município, com a presença do magistrado Felipe Gonçalves, presidente eleito da Amaerj.
Como anunciou em primeira mão o blog De Fato, do jornalista da Folha Aldir Sales, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu no início da noite da última terça-feira afastar Glaucenir da suas funções. O período do afastamento, no entanto, ainda não está definido. O motivo foi o áudio em um grupo de WhatsApp, vazado e divulgado nacionalmente em dezembro de 2017.
No áudio, o juiz de Campos criticou a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de libertar o ex-governador Anthony Garotinho (sem partido), após 28 dias de prisão na operação Caixa d’Água, decidida por Glaucenir. Ele disse no grupo de WhatsApp sobre a decisão de Gilmar: “O que se cita aqui, dentro do próprio grupo dele (Garotinho) é que a quantia foi alta” ou “E segundo os comentários que eu ouvi hoje, de gente lá de dentro (do grupo de Garotinho) é que a mala foi grande”.
Sobre a libertação de Garotinho pela decisão de Gilmar, além de Glaucenir, quem também se pronunciou à época foi Zuenir Ventura, decano do jornalismo brasileiro. Ele comentou a comemoração da decisão pela deputada federal Clarissa Garotinho (Pros): “Na saída da cadeia, o ex-governador Garotinho e simpatizantes oraram agradecendo ao Senhor a liberdade sem tornozeleira. Clarissa, a filha, louvou: ‘Deus é fiel’. Deveria estender o gesto de gratidão e acrescentar: ‘Gilmar também’. Afinal, além de fiel, ele é monocrático — aquele que prefere decidir sozinho. Como o Senhor”.
Diferente do juiz de Campos, o mestre do jornalismo brasileiro não sofreu nenhuma sanção. Zuenir fez menção ao fato de que a decisão monocrática de Gilmar, favorável a Garotinho, se deu no seu primeiro dia no plantão no TSE, seguinte ao plenário encerrar a pauta do ano de 2017 sem apreciar o pedido de Habeas Corpus (HC). O que levou a pensar se o presidente da instância máxima da Justiça Eleitoral esperou apenas 24 horas para decidir sozinho o que, talvez, não tivesse o mesmo desfecho na decisão coletiva dos sete ministros do TSE. 

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