Realocação de idosos ainda sem definição
Virna Alencar 31/01/2019 18:21 - Atualizado em 01/02/2019 18:17
Asilo do Carmo
Asilo do Carmo / Rodrigo Silveira
Faltando 11 dias para o fim do prazo judicial, que determina o realojamento dos internos do Asilo do Carmo, a Prefeitura de Campos ainda não tem definido o novo abrigo dos 59 idosos assistidos pela instituição. O poder público informou que, diante da negativa do Hospital Manoel Cartucho em receber os idosos, outras possibilidades estão sendo analisadas para o cumprimento da decisão da 2ª Vara Federal de Campos, publicada nessa segunda-feira (28). A medida é obrigatória para que a restauração do Solar Santo Antônio – prédio histórico que abriga a unidade – seja executada. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), em caso de descumprimento, começam a ser aplicadas as multas fixadas na decisão, mas não em desfavor do município, mas do prefeito e do presidente da associação mantenedora.
Segundo o presidente do Asilo do Carmo, Marcelo da Silva Azevedo, a instituição em nenhum momento se opõe a cumprir a decisão judicial e aguarda a definição da Prefeitura para realojar os idosos. “Tudo o que poderíamos fazer para colaborar com a Prefeitura já foi feito. Há cerca de dois meses entregamos um planejamento do que seria um espaço adequado para o realojamento dos internos. Entre as necessidades estão: sala de enfermaria e atendimento médico, cozinha, banheiros adaptados para cadeirantes, dispensa de alimentos, farmácia, área para estacionamento de veículos da instituição, entre outras questões. Entendemos que devemos acatar a ordem judicial. Cabe a nós fazer realojamento e à Prefeitura ajeitar o local adequado. Sem uma definição, não podemos sequer receber mais idosos, afinal, não sabemos se estamos de mudança”, disse.
Com a questão indefinida, o presidente do asilo afirmou que os idosos sentem um descontrole emocional por não saberem para onde vão. “Eles já se acostumaram com o espaço e a cada notícia sobre a mudança gera uma ansiedade ou frustração. Alguns perguntam: ‘como minhas coisas vão ficar?’. Os idosos carregam manias que a gente procura respeitar”, concluiu.
De acordo com a Prefeitura de Campos, “o município analisa outras possibilidades para a realocação, em espaço adequado, com capacidade para atender a todos os idosos, e que ofereça acessibilidade, conforto e segurança, atendendo às determinações do Ministério Público Federal (MPF). A busca pelo novo prédio vem sendo feita junto à direção do Asilo do Carmo. Importante destacar que a verba obtida para a reforma emergencial do Solar Santo Antônio, que abriga o asilo, é fruto do trabalho que vem sendo realizado pela administração municipal, que conseguiu o recurso através de emenda parlamentar”, disse.
Na segunda-feira (28), a Prefeitura informou, em nota, que aguardava resposta do Manoel Cartucho para realocar os idosos. No entanto, o diretor da Santa Casa de Misericórdia, Cléber Gloria, afirmou que a resposta será negativa, já que a unidade não apresenta condições mínimas de acolhimento de qualquer pessoa, seja paciente ou asilado.

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