Morte de Layron ainda é apurada
Victor de Azevedo 04/09/2018 21:04 - Atualizado em 10/09/2018 13:48
Layron morreu após ser baleado em ação da PM
Layron morreu após ser baleado em ação da PM / Reprodução
A Polícia Civil segue a investigação do assassinato de Layron da Silva Costa, 24 anos, ocorrido na semana passada, na praça do Repolhinho, em Atafona. A oitiva das testemunhas começou nesta terça-feira. Três testemunhas foram ouvidas pelo delegado da 145ª DP (SJB), Carlos Augusto Guimarães. A investigação sobre a ação dos policiais no caso também prossegue na 6ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar.
Das três testemunhas ouvidas, duas delas estavam na outra moto no momento da ação. Segundo Carlos Augusto, as investigações prosseguem e ainda faltam algumas pessoas a serem ouvidas. “O trabalho está prosseguindo. Hoje (terça-feira) ouvimos três testemunhas e vamos ouvir mais nos próximos dias. Mas, até o momento, com os depoimentos, não houve ainda nenhuma grande mudança nas investigações”, disse.
O assassinato de Layron chocou amigos e familiares que realizaram diversas manifestações durante a última semana, inclusive, em uma delas, o trânsito na BR 356 chegou a ser interrompido. No último dia 30, o jovem que estaria na mesma moto que Layron prestou depoimento contrariando a versão dos policiais. Os dois não tinham antecedentes criminais.
Durante o depoimento, o jovem chegou a solicitar medida protetiva, mas até o momento não obteve resposta. “A medida protetiva é caso haja algum tipo de ameaça concreta, é assim que a Lei prevê”, disse o delegado.
A existência de um projétil no crânio de Layron foi apontada pelo laudo do Instituto Médico Legal (IML). A perícia que vai apontar o calibre da bala encontrada no crânio de Layron ainda não foi entregue. O aparelho celular do jovem e arma encontrada no local também serão periciados.
Contraste de versões - Layron morreu na semana passada no Hospital Ferreira Machado (HFM) após ser baleado durante uma ação policial, na praça do Repolhinho, no distrito de Atafona. Segundo depoimentos de dois policiais militares envolvidos, um agente em serviço no DPO de São João da Barra os informou que um foragido do sistema prisional estava em atitude suspeita, acompanhado por outros três homens, em duas motos. O suspeito citado seria o suposto chefe do tráfico local e que já teria praticado roubo em ônibus da empresa 1001, além de comércio e residências. Ele teria sido visto na garupa da moto que era pilotada por Layron.
Ainda segundo a versão dos militares, o suposto chefe do tráfico atirou contra a guarnição, que revidou os tiros e um deles atingiu Layron, que caiu da motocicleta. Porém, na última quinta-feira (30), em depoimento, o jovem que estaria na carona da vítima relatou que ele e três amigos saíram em duas motos do Balneário de Atafona, onde realizaram um churrasco. Porém, disse que ninguém do quarteto é o traficante conhecido como “Pica-Pau”, que teria sido visto pela polícia e motivado a perseguição.

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