Matheus Berriel
30/08/2018 20:31 - Atualizado em 03/09/2018 16:48
Teve andamento, nessa quinta-feira (30), a investigação do assassinato de Layron da Silva Costa, 24 anos, morto durante ação policial, na praça do Repolhinho, em Atafona, entre a noite de domingo e a madrugada de segunda-feira. O jovem, que estaria na mesma moto que Layron, prestou depoimento na 145ª Delegacia, na companhia de um advogado, e contrariou a versão dos policiais, inclusive afirmando que ele e o amigo não estavam armados. A existência dessa versão, e que a mesma seria apresentada às autoridades policiais, foi antecipada pela coluna Ponto Final da última quarta. O delegado Carlos Augusto Guimarães e policiais civis acompanharam a testemunha até o local da ocorrência e fizeram anotações. O caso também é investigado pela 6ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar. Pela manhã, amigos e familiares de Layron realizaram mais uma manifestação. Desta vez, na rua Joaquim Thomaz de Aquino Filho, no centro de São João da Barra.
Em seu depoimento à Polícia Civil, o jovem falou que ele e três amigos saíram em duas motos do Balneário de Atafona, onde realizaram um churrasco. O depoente estaria na garupa de uma delas, pilotada por Layron. Porém, disse que ninguém do quarteto é o traficante conhecido como "Pica-Pau", que teria sido visto pela polícia e motivado a perseguição. O jovem que prestou depoimento não tinha antecedentes criminais, bem como Layron, como já havia sido confirmado pelo Instituto de Identificação Félix Pacheco.
— Segundo a versão do jovem, eles iam emparelhados pela avenida Atlântica quando, de repente, se surpreenderam com luzes fortes vindas de trás. Não teve sirene, nenhuma ordem de parada, segundo ele, e que teria escutado apenas estampidos de arma de fogo. Assim sendo, com medo de serem atingidos, porque não sabiam nem que era carro de polícia, empreenderam fuga. A outra motocicleta, por ser mais veloz, conseguiu se evadir mais rapidamente. Eles foram perseguidos por essa viatura e, em dado momento, o condutor Layron teria sido atingido por um disparo na cabeça — contou o delegado.
O laudo do Instituto Médico Legal confirmou a existência de um projétil no crânio de Layron. "Quando o disparo é de curta distância, ou à queima-roupa, geralmente fica o que a gente chama de zona de tatuagem, que são aqueles microfragmentos produzidos pelo chumbo, pelos gases de combustão da pólvora, etc. E não há isso no cadáver, o que denota que, realmente, foi à longa distância", afirmou Carlos Augusto. Os jovens que estavam na outra moto ainda serão ouvidos. A arma que teria sido apreendida no local será periciada. Nova perícia apontará o calibre da bala encontrada no crânio do rapaz. O aparelho celular do jovem também será examinado.