Desconto de R$ 0,46 no preço do diesel ainda não chegou às bombas
Verônica Nascimento, Dora Paula Paes e Jane Ribeiro 01/06/2018 11:57 - Atualizado em 04/06/2018 13:32
Jane Ribeiro
A redução de R$ 0,46 no preço do diesel em Campos ainda não chegou às bombas. Na manhã deste sábado (2), em vários postos do município, principalmente na área central, o preço apresentava variações entre R$ 3,57 e R$ 4,25. Caminhoneiros explicam que a mudança ainda não ocorreu porque não tem óleo em todos os postos do município. Já as distribuidoras de combustíveis em todo o país afirmam que a redução no preço do litro do diesel será, no primeiro momento, de R$0,41 centavos na maioria dos estados, e que o desconto de R$0,46 centavos, como quer o governo, só deve ocorrer, primeiro, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Nos outros estados, a redução dos R$ 0,05 centavos restantes pode demorar até 15 dias.
Os trabalhadores afirmaram que o movimento continua fora das estradas e que estão felizes com o saldo, que foi a tabela do frete e o preço do diesel, mesmo sabendo que, na cidade, o valor não foi aplicado no primeiro dia determinado pelo governo federal. De acordo com o caminhoneiro Márcio Oliveira, o governo pediu que o repasse do desconto nos combustíveis fosse aguardado pela categoria até este sábado, pois tomaria medidas para fazer valer o reajuste.
— Continuamos brigando e as lideranças estão em reunião com o governo federal, também com relação ao preço mínimo dos fretes, mas não temos uma pauta que justifique outra paralisação de imediato, justamente porque as negociações ainda acontecem. O governo se comprometeu a fiscalizar os postos e vamos aguardar. Também já tínhamos a orientação das lideranças nacionais de aguardar dois meses, tempo que o valor do diesel permanecerá congelado. Depois, conforme novos reajustes dados pelo governo, podemos parar de novo — explicou Márcio.
Apesar de o valor ainda não ter sido aplicado em Campos, os caminhoneiros explicaram que, em outros estados, como Espírito Santo, os postos já fixaram o preço do litro do diesel: entre R$ 3,03 e R$ 3,05. Agora, eles esperam pela reunião da categoria em Brasília, com o presidente Michel Temer, na segunda-feira (4), para traçar diretrizes do movimento. O grupo declarou que agradece à população que apoiou a paralisação, mas lamenta pelos que correram para as bombas logo que o combustível chegou, pagando mais de R$ 5 pelo litro da gasolina.
Nesta sexta-feira (1), o governo assina um Termo de Cooperação Técnica, por meio da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), com a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis), e distribuidoras se comprometem a fazer o desconto chegar à bomba de combustível.
Os postos que não repassarem o desconto estarão sujeitos a multas de até R$ 9,4 milhões, suspensão temporária das atividades, interdição e até mesmo cassação da licença. 
Ministro garante que desconto chega até segunda
Nesta sexta-feira, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, reafirmou que o governo garante a vigência do desconto do diesel. "O prazo é de 72 horas, na segunda-feira todos os postos deverão praticar o preço com desconto no óleo diesel", acrescentou.
Padilha destacou que outros pontos do acordo já estão em vigor: a não cobrança de pedágio do eixo suspenso, em vigor desde quinta, a reserva de 30% de frete na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para caminhoneiros autônomos, e tabela preço mínimo para o frete.
Fiscalização — Em Campos, conforme divulgado pela Prefeitura, não houve fiscalização em postos nesta sexta-feira por equipes do Procon. De acordo com o órgão, desde a semana passada, funcionários realizaram diariamente fiscalizações, nas quais foram observados os preços praticados de todos os combustíveis à venda.
“Os consumidores que constatarem cobrança abusiva devem pedir a nota fiscal, em que o preço é discriminado, e procurar o Procon através do aplicativo Meu Procon, na sede do órgão, localizado na avenida José Alves de Azevedo, 236, Centro, ou através do telefone (22) 98175 2561”.
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