A partir desta sexta-feira (1), o preço do diesel estará R$ 0,46 mais barato nas bombas para o consumidor. A medida, para cumprir promessa que o governo fez aos caminhoneiros, terá dinheiro de programas sociais para pagar a conta. Nessa quinta-feira (31), foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) a medida provisória que estabelece o cancelamento de dotações orçamentárias em diversas áreas, como programas de fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), concessão de bolsas, aquisição de áreas para a reforma agrária e policiamento de rodovias, entre outras.
No total, foram extintas despesas que somam R$ 1,2 bilhão. A meta é viabilizar recursos para o programa de subsídio do óleo diesel, que manterá preços fixos do combustível até o fim do ano.
O governo também vai usar recursos de reservas de contingência que não estavam sendo usadas porque extrapolam a emenda do teto dos gastos, no valor de R$ 6,2 bilhões, bem como outra reserva de capitalização de empresas públicas: R$ 2,1 bilhões.
Além disso, o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, anunciou a sanção do projeto de reoneração da folha de pagamento para 39 setores da economia, que vai gerar economia de R$ 830 milhões, além da redução e eliminação de incentivos fiscais para exportadores e indústrias química e de refrigerantes, somando outros R$ 3,18 bilhões. No total, o governo espera arrecadar R$ 13,5 bilhões para viabilizar o desconto no diesel.
Corte nos ministérios — Segundo o secretário-executivo do ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Gleisson Cardoso Rubin, o corte orçamentário foi pulverizado entre praticamente todas as pastas federais e se deu sobre despesas que já estavam bloqueadas.
Reabastecimento da Ceasa — Aos poucos a Central de Abastecimento do Estado do Rio de Janeiro vem se normalizando. Na manhã dessa quinta, entraram na Ceasa-RJ 450 caminhões carregados vindos dos mercados do interior do estado, sendo 183 para o pavilhão 21, que atende aos agricultores do Rio de Janeiro.
Segundo a gerência de mercado, cerca de 80% das lojas abriram no feriado de Corpus Christi. Ainda continuam em falta produtos como cebola, beterraba, cenoura, banana e abacaxi, entre outros, porém, por volta das 11h, chegaram 300 sacos de batata e laranja, vindo dos estados de Minas Gerais e São Paulo.
Fazendo um comparativo, antes do início das greves, na quarta-feira (16), houve a entrada de 850 caminhões carregados na unidade. Na quarta-feira passada (23), entraram 245 e na manhã dessa quinta, entraram uma média de 450 caminhões carregados.
Locaute — O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, também confirmou nessa quinta-feira que houve a primeira prisão de empresário suspeito de interferir na paralisação dos caminhoneiros. Ele teria incentivado o locaute, quando patrões influenciam greve de trabalhadores na tentativa de obter vantagens, prática proibida no país.
ANP informa reabastecimento dos postos
A Agência Nacional de Petróleo (ANP) divulgou nota informando que, desde o início da noite de quarta-feira, o suprimento de combustíveis já estava sendo normalizado na maioria das capitais brasileiras.
De acordo com balanço feito às 18h de quarta-feira pela ANP, em locais como os estados do Rio de Janeiro, Acre, Amapá, Amazonas, Espírito Santo, Ceará e em cidades paulistas como São Paulo, Campinas e Sorocaba, o fornecimento de combustíveis já ocorria sem problemas. Em Campos, as filas nos postos de gasolina estão bem menores.
Nas bombas — Uma das conquistas do movimento dos caminhoneiros deve se concretizar nesta sexta-feira. O ministro da secretaria de Governo, Carlos Marum, afirmou que o preço do diesel estará R$ 0,46 mais barato para o consumidor do que no dia 21 de maio, quando começou a paralisação nas estradas do país.
Marum informou ainda que os postos de combustíveis serão obrigados a informar quanto era o preço no dia do início da greve e quanto ficou após a redução dos impostos e com o subsídio governamental.
Para o ministro, não importa a forma como se dará essa redução. A declaração de Carlos Marum é uma tentativa de tranquilizar os caminhoneiros, que esperam a publicação do projeto aprovado no Congresso que zera o PIS/Confis sobre o diesel.
O governo analisa vetar parte do texto, o que poderia gerar dúvidas sobre a redução dos preços nas bombas de combustíveis. (D.P.P.) (A.N.)