O presidente da Petrobras, Pedro Parente, pediu, demissão do cargo, na manhã desta sexta-feira (1). O comunicado foi feito em fato relevante divulgado ao mercado. Parente se reuniu com o presidente Michel Temer, no Palácio do Planalto.
O comunicado da Petrobras informa que a nomeação de um CEO interino será examinada pelo Conselho de Administração da Petrobras ao longo do dia e que a composição dos demais membros da diretoria executiva não sofrerá alteração.
Às 11h20, logo após o anúncio da demissão de Parente, a Bolsa de Valores de São Paulo registrou queda. Em aviso de fato relevante, a estatal informou que as negociações das ações PETR-N2 foram suspensas das 11h22 às 11h42, mas as operações já foram retomadas.
Íntegra do Fato Relevante da Petrobras enviado ao mercado:
“A Petrobras informa que o senhor Pedro Parente pediu demissão do cargo de presidente da empresa na manhã de hoje. A nomeação de um CEO interino será examinada pelo Conselho de Administração da Petrobras ao longo do dia de hoje. A composição dos demais membros da diretoria executiva da companhia não sofrerá qualquer alteração. Fatos considerados relevantes serão prontamente comunicados ao mercado”.
Na carta de demissão entregue pessoalmente por Pedro Parente ao presidente Michel Temer, na manhã desta sexta-feira, ele relata que a greve dos caminhoneiros e suas consequências colocaram a política de preços da Petrobras sob “intenso questionamento” e “novas discussões serão necessárias”.
Parente diz que, diante desse quadro, sua presença à frente da empresa deixou de ser positiva e de contribuir para a construção das alternativas que o governo tem pela frente.
“Sempre procurei demonstrar, em minha trajetória na vida pública que, acima de tudo, meu compromisso é com o bem público. Não tenho qualquer apego a cargos ou posições e não serei um empecilho para que essas alternativas sejam discutidas”, registrou na carta.
No texto, Parente diz ainda que ao ser convidado por Temer para assumir o cargo para trabalhar pela recuperação da estatal, o presidente concordou inteiramente com sua visão e o concedeu a autonomia necessária para levar a cabo a difícil missão. “Os resultados obtidos revelam o acerto do conjunto das medidas que adotamos, que vão muito além da política de preços”, avalia.
Pedro Parente diz que entrega hoje uma Petrobras com reputação recuperada, indicadores de segurança em linha com as melhores empresas do setor e resultados financeiros muito positivos. Ele elogia a atuação do presidente Temer em relação à estatal.
Na carta, ele destaca, ainda, que o pedido de demissão é apresentado “em caráter irrevogável e irretratável” e se coloca à disposição para fazer a transição pelo período necessário.
Eunício e Maia se posicionam sobre saída de Parente
O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), comentou, nesta sexta-feira (1) — pelo twitter — a demissão de Pedro Parente da presidência da Petrobras. “O presidente de uma empresa monopolista como a Petrobras precisa reunir visão empresarial, sensibilidade social e responsabilidade política”, disse.
Ele defendeu ainda que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) deve ter “participação mais ativa na formação dos preços dos combustíveis”.
Em um tom diferente, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também falou sobre o assunto. Analisou como "muito ruim" a demissão de Parente da presidência da Petrobras que, a seu ver, “perde um quadro com grande qualidade técnica".