Jonatha Lilargem e Daniela Abreu
28/05/2018 11:59 - Atualizado em 29/05/2018 14:55
A dificuldade de locomoção imposta pela paralisação nacional dos caminhoneiros passou a afetar, além das aulas na rede municipal, as atividades nas redes estadual e particular de ensino em Campos. Grande parte das escolas particulares do município anunciou a suspensão das aulas nesta segunda-feira (28) por conta do desabastecimento de combustível. Uma nova avaliação da situação será feita até o final da tarde para definir o que será feito nos próximos dias.
A Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf) informou que as aulas foram suspensas até quarta-feira (30), porque grande parte dos estudantes da unidade está encontrando dificuldades com o transporte público, já que as linhas de ônibus tiveram redução da frota devido à falta de combustível. Segundo a direção da instituição, muitos alunos entraram em contato com a unidade para que não tivessem falta.
Em reunião, na tarde desta segunda-feira (28), o reitor da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), Luis Passoni, informou que, apesar da suspensão das aulas na instituição de ensino, os setores e a área de pesquisa e extensão permanecerão em funcionamento.
Passoni disse que eles estavam abonando as faltas dos alunos, mas viram que a situação se tratava também de perda de conteúdo. Por isso, a universidade optou por parar, acompanhando a movimentação da greve dos caminhoneiros. De acordo com o reitor, eles entendem que, mesmo com a possibilidade de reabastecimento de combustível, haverá demora para normalizar a situação em municípios vizinhos, e muitos alunos moram em outras cidades.
Apesar de a secretaria de Estado de Educação ter informado que as escolas da rede estadual estão funcionando nesta segunda-feira, no Liceu de Humanidades de Campos, diversos alunos que se dirigiram à unidade informaram que não houve aula. Nesta tarde, a direção da unidade escolar negou a suspensão das aulas, esclarecendo que “a escola encontra-se aberta e que todos os alunos que entraram na escola tiveram aulas diversificadas e que não foram liberados”.
A Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec) informou que “está acompanhando a greve e, junto com a equipe do Governo do Estado, está monitorando a situação, inexistindo até o momento autorização para fechar ou interromper as suas atividades. Assim, as unidades e a administração Central da Faetec deverão funcionar prevalecendo o bom senso, respeitadas as dificuldades de cada uma”.
Também a partir desta segunda-feira, as aulas estão suspensas nas escolas e creches da rede municipal de ensino de Campos. A decisão da secretaria municipal de Educação, Cultura e Esporte é em decorrência do desabastecimento de combustível nos postos da cidade, em virtude da paralisação nacional dos caminhoneiros, que reflete no transporte público, dificultando assim a locomoção de professores e alunos.
Na semana passada, a secretaria suspendeu as aulas em algumas escolas e creches, onde o abastecimento de água é feito por caminhão pipa.
De acordo com a secretaria de Educação, tão logo a situação seja normalizada, as aulas serão retomadas com reposição dos dias parados em calendário especial.
A greve dos caminhoneiros também levou o Instituto Federal Fluminense (IFF), Centro Universitário Fluminense (Uniflu) e a Universidade Cândido Mendes (Ucam) a suspenderem as aulas em Campos, a partir desta segunda-feira. Em notas publicadas publicadas em seus portais, as instituições não confirmam data para retorno.
O IFF comunicou que, “em virtude da greve dos caminhoneiros e suas consequências em todo território nacional, as atividades letivas estarão suspensas no dia 28 de maio de 2018 em todos os campi da instituição”. Os serviços considerados essenciais para atendimento e manutenção do instituto serão mantidos.
O Uniflu informou que "atendendo à demanda da Comunidade Acadêmica, as atividades de ensino estão suspensas no dia 28 de maio, ficando os serviços administrativos com funcionamento reduzido até as 18h. “Este cancelamento leva em conta o momento de instabilidade social que acontece em nosso país”.
A Ucam divulgou que as aulas desta segunda-feira foram suspensas em função dos problemas na oferta de transporte público devido à falta de combustível. “Na sexta-feira, embora a frequência de alunos tenha sido significativa, os que não puderam comparecer não foram prejudicados, visto que os professores foram orientados a não realizar chamada, dar novos conteúdos, tampouco aplicar atividades valendo ponto. Quanto aos demais dias, a manutenção das aulas será avaliada de acordo com o andamento das negociações entre o governo e os caminhoneiros, sendo retomadas na terça, a princípio”.
Macaé — A Prefeitura de Macaé informa que estão suspensas as aulas nas unidades municipais de ensino nesta terça (29) e quarta-feira (30). As escolas estarão abertas somente para atividades administrativas. Todos os demais órgãos municipais mantém atividades inalteradas.