O primeiro dia de Intervenção Federal na Segurança do Estado do Rio de Janeiro foi de reunião no Palácio da Guanabara, sede do governo Fluminense. Participaram o presidente Michel Temer e o governador Luiz Fernando Pezão, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles; e da Secretaria-Geral da Presidência da República, Moreira Franco; o general Walter Braga Netto, nomeado interventor, além de secretários de Estado e deputados da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, dentre eles, representantes da região, Geraldo Pudim (MDB), João Peixoto (PSDC) e Bruno Dauaire (PR) que é vice-presidente da Comissão de Segurança Pública e Assuntos de Polícia da Alerj e, em conversa com o general interventor, solicitou planejamento especial para evitar que a violência migre para municípios do interior. Na ocasião, o presidente Michel Temer, também anunciou o ministério da Segurança Pública, que deverá ser criado em duas semanas e supervisionará o setor no país, sem ferir as atribuições dos Estados.
Embora precise ser apreciado pelas duas Casas do Congresso Nacional, o decreto de Intervenção Federal no Rio de Janeiro já está valendo desde que foi encaminhado aos parlamentares. “Nós não vamos parar por aí. Muito brevemente, na próxima semana ou na outra no mais tardar, eu quero criar o Ministério Extraordinário da Segurança Pública, que vai coordenar a segurança pública em todo o país, evidentemente sem invadir as competências de cada estado federado”, disse o presidente.
Acompanhado da presidente da Comissão de Segurança Pública e Assuntos de Polícia da Alerj, deputada Martha Rocha (PDT), o deputado Bruno Dauaire conversou com o general Walter Souza Braga Netto, que está no comando das forças de segurança do Estado do Rio, e solicitou atenção especial no planejamento para evitar que a violência migre para o interior. Ele solicitou uma reunião, a fim de ampliar a cooperação com todos os órgãos envolvidos, como Ministério Público, Defensoria Pública e Tribunal de Justiça. “O momento é crítico e a intervenção era a única saída possível, mas o que precisamos agora é da união de todos e de um plano de contenção que proteja o interior, para que não aconteça o mesmo problema da época da criação das UPPs. É preciso impedir que a violência migre para o interio”, disse o deputado.
O deputado João Peixoto explicou que há preocupação com ações assistenciais às famílias. “O governador ressaltou que não é levar na força bruta, mas destacou que um dos graves problemas é a questão social. Disse que é preciso, por exemplo, retomar o programa Minha Casa, Minha Vida para a população de baixa renda, gerando empregos e moradia”, ressaltou o parlamentar.
Já o deputado Geraldo Pudim, ressaltou a ausência de perigo à democracia, através da atuação do TJ e Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ). “Numa parceria harmônica e cooperativa o TJ e o MP defenderam a Ordem Jurídica, o Estado Democrático de Direito e a Constituição Federal, e ainda o empenho na celeridade e prontidão nas medidas necessárias de apoio à intervenção. O governador fez referência elogiosa aos heróis policiais que mesmo com a segurança sendo a área mais afetada pela situação financeira do Estado, não recuaram do combate ao crime. Agora é aproveitar a excelência do país que são as Forças Armadas, no combate a criminalidade”, expôs.
Durante a reunião, o coronel Carlos Cinelli, chefe da comunicação do Comando Militar do Leste (CML), disse que a presença de militares em algumas regiões poderá gerar incômodo e que, será necessária a compreensão da população. “Algum desconforto vai existir. Uma revista, por exemplo, poderá gerar algum transtorno. O que, eventualmente, já ocorria”, disse. Segundo o coronel, a presença dos militares será notada após a anuência do Congresso, mas não impede ações pontuais.
O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, que estava fazendo desde o Carnaval uma viagem bastante questionada pela Europa, também compareceu à reunião. (A.N.) (D.A.)