Dora Paula Paes
28/09/2017 23:24 - Atualizado em 02/10/2017 14:34
A repercussão aponta saldo positivo para os resultados da 14ª Rodada de Licitações de Petróleo e Gás, realizada na quarta-feira, pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), que só confirma a perspectiva de retomada de crescimento da economia fluminense. O maior bônus da assinatura, para o Governo do Estado e especialistas ligados ao setor, foram os R $ 2,2 bilhões oferecidos por um bloco (C-M-346), na Bacia de Campos, arrematado pelo consórcio Petrobras - ExxonMobil Brasil; gigantes do setor de petróleo. No todo, a licitação registrou a maior arrecadação da história, mais de R$ 3,8 bilhões em bônus.
— O sucesso do leilão confirma nossa perspectiva de retomada do crescimento econômico, que ocorrerá não apenas no setor de petróleo, mas também em outras áreas. Os resultados mostram o forte potencial da rodada de licitação do pré-sal em outubro, com forte e positivo impacto no Estado — afirma o secretário de estado da Casa Civil e Desenvolvimento Econômico, Christino Áureo.
Para o consultor da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), Alfredo Renault, o resultado da licitação é extremamente positivo. “Essa disputa só mostra que a Bacia de Campos ainda tem muito a oferecer. O mais importante: houve a demonstração de que vale apena investir no Brasil. As alterações no setor, na questão da regulamentação, refletiram no interesse dos investidores”, ressaltou o consultor da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), Alfredo Renault.
Inicialmente, os efeitos na economia do Estado estarão concentrados na arrecadação dos royalties, quando os blocos entrarem em produção. Macaé e São João da Barra estarão entre os municípios que terão os maiores impactos positivos. “Acompanhei de perto o 18º Seminário de Gás Natural, no Rio, do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), onde o presidente da Repsol, Leonardo Junqueira, informou possível fornecimento de gás do consócio formado com a chinesa Sinopec, para o Porto do Açu. Na 14ª Rodada de Licitação, a ExxonMobil junto com a Petrobras adquiriram os seis blocos com grande possibilidade de pré-sal na Bacia e com certeza irão gerar demandas de serviços para o Porto do Açu (SJB) e para Macaé, assim como, futuramente, royalties para o município de Campos”, destaca ainda o consultor na área de petróleo na região, Wellington Abreu.
Firjan avalia resultado do leilão para setor
Durante a rodada de licitação, o diretor-geral da ANP, Decio Oddone, chegou a dizer que o diálogo que o governo do Estado tem mantido com as empresas do setor assegurou a estabilidade regulatória e refletiu no sucesso do leilão.
As licitações representam novo marco para o mercado de petróleo e gás no Brasil, abrindo um calendário regular de leilões, divulgado até 2019. O Rio de Janeiro representou 95% da arrecadação total de bônus de assinatura no leilão, tendo todos os seus blocos arrematados na Bacia de Campos.
Na avaliação do Sistema Firjan, a realização das rodadas possibilita previsibilidade e planejamento, essenciais para que essa indústria possa produzir nos patamares desejáveis e crie a escala necessária para nossa indústria alcançar maior competitividade. As expectativas para o mercado de petróleo e gás são de retomada com o início de novos ciclos de desenvolvimento, mas que dependem de outros fatores como o preço do barril no mercado internacional e os desejados avanços econômicos no país.