Com a saúde fragilizada, uma criança de 12 anos diagnosticada com leucemia está internada, segundo familiares, há 10 meses na Sociedade Portuguesa Beneficência de Campos (SPBC) e, há cinco meses aguarda um tratamento especializado em outro local. Os parentes do pequeno Lucas Manhães Vianna dizem que tentam uma transferência do menino para o Hospital do Câncer, em Muriaé, mas reclamam da não liberação do relatório médico e atrasos na entrega dos prontuários por parte da equipe médica. Com a demora, o estado de saúde de Lucas se agravou e, de acordo com a família, o garoto foi transferido, ontem, para a UTI pediátrica do Hospital Ferreira Machado (HFM), em Campos, com quadro de pneumonia.
— Conseguimos em outubro, através de apelos nas redes sociais, o apoio de uma advogada, que passou a interceder pela viabilidade da transferência do Lucas. Ela veio a Campos, fez contato com as unidades hospitalares envolvidas e conseguiu uma vaga em Muriaé. Foi então que passamos a enfrentar a resistência da Beneficência em nos repassar o relatório médico e as cópias dos prontuários. Perdemos a vaga, a contribuição da advogada e o Lucas ainda não saiu da Beneficência — disse a vigilante patrimonial e avó de Lucas, Jocielma Manhães Gusmão, de 50 anos.
Segundo Jocielma, a necessidade de transferência aumentou depois que o garoto passou por cinco protocolos de quimioterapia e não teve melhora no quadro.
— Meu neto vinha sofrendo com febre alta constante e, ainda assim, ele foi liberado para ir para casa. Como na manhã da última terça ele não estava com febre, recebeu alta, mas um dia depois ele sentiu fortes dores e a febre voltou. Levamos ele novamente para a Beneficência, onde diagnosticaram uma severa pneumonia e nos revelaram que o câncer tinha avançado — contou Jocielma.
A secretaria de Saúde de Campos, através do Núcleo de Controle e Avaliação, informou que está em processo de finalização de auditoria dos serviços prestados pela Sociedade Portuguesa Beneficência de Campos, que faz parte da rede contratualizada do SUS, inclusive no que se refere ao caso mencionado. “Após este processo, a secretaria prevê melhorias no atendimento da prestadora de serviço, de acordo com as exigências posteriormente acordadas”, informou a nota.
A direção da SPBC foi procurada pela equipe de reportagem, mas, até o fechamento desta matéria, a unidade hospitalar não respondeu aos questionamentos.