Ana Laura Ribeiro
17/03/2017 14:04 - Atualizado em 18/03/2017 13:12
“Eu fiz uma pesquisa nas salas de aulas, onde em cada turma três a cada cinco alunos já foram assaltados, inclusive com armas na cabeça”. Esse foi o desabafo de Fernando Vasconcelos, diretor do Colégio Estadual Constantino Fernandes. Alunos e professores realizaram uma manifestação em frente à unidade, localizada no Jóquei Clube, na manhã desta sexta-feira (17), para reivindicar mais segurança. Outra reclamação constante é a quantidade de acidentes nas ruas do entorno da unidade.
Fernando contou que a comunidade está com medo e que alunos estão sendo assaltados em diferentes turnos, principalmente à noite. “A gente está pedindo socorro. Os alunos estão sendo assaltados direto. Pais até já tiraram os filhos da escola devido à frequência em que vem acontecendo. Carros de professores também já foram assaltados, tendo aparelhos de som roubados”, contou ele.
—Na maioria dos casos, são os aparelhos celulares que são roubados, entre bicicletas e outros pertences — complementou.
Estudante e professores fazem manifestação
Estudante e professores fazem manifestação
Estudante e professores fazem manifestação
As histórias de roubo são comuns entres os alunos e professores. Rafael Faria, de 18 anos, que teve a mochila levada por criminosos no final do ano passado quando chegava à escola. Ele também se mobilizou junto aos colegas, relembrando o caso. “Eu estava vindo para escola, por volta das 12h30, quando quatro rapazes pegaram minha mochila”. A professora Tatiana da Silva Medeiros, de 30 anos, que trabalha no Constantino Fernandes, disse que a área é muito violenta e não há policiamento em volta da escola, gerando a insegurança de toda a comunidade. Ela contou que também foi assaltada quando saía da escola à tarde, por volta das 14h.
Acidentes – Outra reclamação foi a falta de redutores de velocidade em frente à escola. Manifestantes contaram que inúmeros acidentes já aconteceram na rua Júlio Barcelos, onde fica localizado o colégio. A ambulante Vera Lúcia Alves do Rosário, de 67 anos, que também participou do ato, comentou que um acidente em frente à escola deixou o seu irmão sem os movimentos da perna.
— O meu irmão foi atropelado aqui em frente, faz uns três anos. Dois jovens de carro o arrastaram até a esquina. Ele hoje é paralitico, vive em cima da cama. Se houvesse quebra-molas vários outros acidentes seriam evitados. Sem policiamento e redutores de velocidades, eu já presenciei varias situações que colocaram a vida de alunos e moradores em risco – disse ela, que vende doces no portão da unidade escolar.
Em resposta aos questionamentos, o comando da Guarda Civil Municipal (GCM) explicou que, ao assumir o governo, a nova gestão encontrou grande parte das viaturas pertencentes ao projeto Ronda Escolar sem funcionar. “A Guarda vem tomando medidas para que todas as viaturas do Projeto voltem ao funcionamento pleno. Além disso, mesmo com a frota reduzida, vem atendendo às escolas municipais e, pontualmente, às escolas estaduais”. A Guarda informou ainda que, a partir da próxima semana, o comando prevê encaminhamento de viatura ao colégio.
O Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT), informou que vai encaminhar equipe para averiguação e realização de relatório para definir próximas ações a serem realizadas no local.
A Folha também tentou contato com o 8º Batalhão da Polícia Militar, mas não obteve resposta.