Marcus Pinheiro
10/03/2017 22:14 - Atualizado em 10/03/2017 22:14
Os oito médicos anestesistas da Sociedade Portuguesa de Beneficência de Campos (SPBC) suspenderam as cirurgias eletivas para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) na última quarta-feira. De acordo com o blog Ponto de Vista, de Christiano Abreu Barbosa, hospedado na Folha 1, o motivo seria o atraso de cinco meses dos salários, abrangendo dezembro de 2015, janeiro, fevereiro, outubro e novembro de 2016, além de recebimento apenas parcial do mês de janeiro de 2017.
De acordo com o diretor da Beneficência, Jorge Miranda, a medida tomada pelos anestesistas não comprometeu os atendimentos nos setores de urgência e emergência, maternidade, oncologia e clínica médica. Segundo ele, as causas do problema seriam atrasos nos repasses municipais e federais orçados em R$ 10 milhões, que deveriam ter sido realizados pela Prefeitura entre os anos de 2013 e 2016. “Deste valor, cerca de R$ 1 milhão é referente a verba do governo federal e R$ 9 milhões da complementação municipal. Talvez a maior parte deste dinheiro seja referente à honorários profissionais que não foram pagos. Acontece que o governo anterior deixou essa conta pendente para o atual”, informou o diretor.
Jorge contou que no último dia 16 de janeiro a equipe administrativa do hospital se reuniu com representantes da gestão municipal para discutir soluções. “Nesta reunião ficou acordado que até o final deste mês seria apresentada pelo município uma resposta em relação aos repasses que ficaram retidos. Enquanto isso, estou fazendo um levantamento de todos os honorários que ficaram pendentes, para podermos ter um controle efetivo disso”, disse.
Em nota, a secretaria municipal de Saúde informou que os repasses das verbas federais e municipais deste ano para a Beneficência estão sendo feitos normalmente. A secretaria ressaltou que quando a atual gestão assumiu o governo, foi identificado um atraso no repasse de verba federal no mês de novembro de 2016 e de verba municipal nos meses de outubro e novembro de 2016. “Estes atrasos herdados estão sendo auditados por um comitê de gestão, implantado neste ano para averiguar as heranças da gestão anterior”, disse a nota.
A secretaria de Saúde informou também que irá buscar informações com a administração do hospital para saber de que forma poderá auxiliar.