A Associação de Pais de Pessoas Especiais de Campos (Apape) também teve o convênio renovado com a Prefeitura de Campos. A verba de R$ 43 mil, somada a outros R$ 40 mil oriundos de convênio direto com a Secretaria Municipal de Saúde, garantirá o atendimento de 268 famílias. Há 17 anos a instituição nasceu dos esforços de três mães de crianças portadoras de necessidades especiais que ansiavam por tratamento de qualidade, direcionados para a especificidade de seus filhos. De lá até hoje, os trabalhos foram ampliados, contando com 36 profissionais dos quais 28 compõem uma equipe especializada para o atendimento às crianças e adultos assistidos.

Para Naira Pessanha, que está à frente da instituição desde 2010, a manutenção do repasse da Prefeitura garante a continuidade do atendimento que corria riscos de diminuir as vagas, comprometendo a evolução de pacientes, desde que o Estado cortou o repasse através da Fundação da Infância e Juventude (Fia), em 2015.

— Nós atendíamos 168 famílias. Destas, 50 foram encaminhadas pela Fia, mas no ano passado o Ministério Público Estadual identificou 100 autistas em Campos com necessidade de atendimento. Daí veio o convênio com a Secretaria de Saúde, além do repasse. Nós fomos indicados pelo Ministério Público, pela qualidade do atendimento que fazemos aqui — revelou Naira ao acrescentar que também precisa da ajuda da sociedade civil e parceiros.

A presidente da Apape contou ainda que o trabalho desenvolvido na instituição não trata somente do portador de necessidades especiais, sejam elas mentais, físicas, intelectuais ou sensoriais, mas prepara a família para o entendimento das limitações do indivíduo e dos avanços que são possíveis dentro da realidade dele. Isso garante mais qualidade de vida e também os resultados do tratamento.

— Nós já tivemos casos de uma criança que chegou aqui com diagnóstico médico apontando autismo e quando passou pela nossa equipe, nós não contestamos o laudo, mas sugerimos que fosse feito uma nova análise que acabou apontando deficiência auditiva. Aqui nós temos um médico que, além de atender ao paciente, ensina à família a administrar a medicação para que não comprometa a evolução do tratamento — contou Naira.

Para ampliar a renda da instituição e chamar a sociedade para perto da causa dos portadores de autismo, Naira contou que no dia 2 de abril, Dia Internacional do Autista, acontecerá um jantar onde deverá contar com a apresentação de alguns cantores da coletânea cristã vendida pela casa dentro do projeto “Cuidando de Quem Cuida”. Cada banda doou uma música para compor o CD.

Também é um sonho da presidenta que deverá ser realizado este ano, a criação de um site onde será possível adotar uma família de portador de necessidade especial. Através da ferramenta, o voluntário poderá acompanhar o assistido.

— A ajuda vai acontecer através de um carnê, onde o voluntário poderá escolher a doação entre R$ 20 e R$ 200. No site ele vai poder acompanhar a vida dessa criança e o desenvolvimento dela com o tratamento — contou Naira ressaltando que o objetivo além da ajuda às famílias mais carentes, é desmistificar as diversas necessidades especiais existentes e dar mais dignidade aos portadores no convívio com a sociedade.