Em meio a reclamações e suposto risco de interrupção dos serviços de home care, o prefeito de Campos, Rafael Diniz (PPS), publicou, nesta sexta, no Diário Oficial (DO), decreto que intervém na empresa responsável pelo home care na cidade, a Igols. O mesmo DO também traz a contratação emergencial, por 120 dias, de uma nova empresa. O valor do contrato com a nova empresa é de R$ 7.285.000.

Segundo o decreto, “ficam requisitados temporariamente os bens (macas, camas hospitalares, respiradores, medicamentos, oximetros, sondas seringas e outros) e serviços porventura necessários na prestação do serviço essencial do Programa de Assistência Domiciliar (PAD) da Secretaria Municipal de Saúde para pacientes de patologia grave (home care)” de Campos “da empresa Igols”. As informações foram divulgadas no blog Na Curva do Rio, da jornalista Suzy Monteiro e hospedado na Folha 1.

Um dos que passa por transtornos é o aposentado João Batista Rangel, 79 anos. A filha dele, a comerciária Ana Paula Gomes Rangel, 40, contou que equipe de enfermagem teria faltado em um dia da semana passada e também entre o início da manhã e 13h do último sábado (25). Ela ainda disse que faltam medicamentos desde o dia 24 de janeiro. “Não temos estrutura para manter um paciente que clinicamente necessita de cuidados especiais. Ele precisa de uma dieta específica, aparelho para respirar, gaze, luva, fraudas geriátricas e estamos tendo que manter tudo, que dá pelo menos R$ 600 por semana, sendo que o que minha mãe tem é um salário mínimo. Está sendo necessário ajuda e doações de familiares e amigos para manter isso”, disse.

De acordo com o procurador Geral do Município, José Paes Neto, a contratação desta nova empresa irá atender todas as demandas de pacientes. Além disso, haverá uma economia aos cofres públicos de Campos, pois o valor do novo contrato é menor que o anterior. “É importante ressaltar que a secretaria de Saúde fez uma avaliação de todos os pacientes que já existiam e todas as demandas reprimidas, inclusive as judiciais, que determinavam internação. A partir deste novo contrato, vamos englobar todos os pacientes e acabar com uma prática rotineira que acontecia no município, que eram os bloqueios judiciais que determinavam o pagamento a empresas privadas para tratar alguns pacientes, gerando um prejuízo muito grande aos cofres públicos”, lembra o procurador.

José Paes Neto explica que a Igols prestará o serviço até 6 de março, mesmo período em que a Prefeitura fará os depósitos judiciais com os valores para o pagamento dos salários de dezembro, janeiro e fevereiro dos profissionais de saúde contratados da referida empresa.