Greve Polícia Civil: assalto com reféns sem registro
Daniela Abreu 02/03/2017 21:37 - Atualizado em 03/03/2017 14:04
Rodrigo Silveira
/ Rodrigo Silveira
Em greve desde o dia 20 de janeiro, parte dos policiais civis do Rio de Janeiro receberam nesta quinta as horas extras trabalhadas nos jogos Olímpicos, realizados em agosto do ano passado. Além disso, a categoria reivindica todo o Regime Adicional de Serviço (RAS) de 2016, e as gratificações às delegacias que bateram meta. Por conta da paralisação, há mais de dois meses somente flagrantes vem sendo registrados nas delegacias de todo o Estado. Um assalto com reféns ocorrido em estabelecimento comercial na tarde desta quinta-feira, ficou sem ocorrência por que nenhum suspeito foi detido.
Nenhum dos delegados titulares das duas delegacias de Campos, 134ª DP e 146ª DP, foram localizados para comentar o assunto e os adjuntos das duas unidades não quiseram se pronunciar.
Para permitir o registro online de quem não tem internet em casa, terminais foram colocados nas duas delegacias, no entanto, na 134ª DP, o dispositivo está fora de funcionamento. De acordo com inspetores, que não quiseram se identificar, a ocorrência online não gera processo, mas adianta o trabalho na delegacia e somente com o retorno da greve as partes serão chamadas para depoimento e análise policial. Ainda de acordo com os inspetores, todos os casos dependem de análise dos delegados de plantão.
Na tarde desta quinta-feira, uma ocorrência séria ficou sem registro e permanecerá sem investigação. Clientes e comerciantes ficaram sob a mira de assaltantes, em um estabelecimento, na avenida 28 de março, próximo à prefeitura. A Polícia Militar foi acionada e ao encaminhar para a 134ª DP, não conseguiram registrar o caso por ausência de flagrante, já que os suspeitos não foram detidos.
No dia 20 de fevereiro, um homem de 66 anos foi detido em flagrante por agentes do Grupamento Ambiental Municipal (GAM) em uma carvoaria ilegal, na localidade de Sapucaia, em Travessão. Foram encontrados cerca de 200m³ de madeira crua e outros cerca de 50m³ de carvão em fornos em fase de resfriamento. O caso foi encaminhado 146ª Delegacia de Polícia de Guarus, mas, por conta da greve, não houve registro. Ficou por conta do GAM a confecção de relatório a ser encaminhado para o Ministério Público Estadual (MPE).
Em Campos, nenhum agente da Polícia Civil que foi ouvido confirmou o recebimento das horas extras. Em nota à Agência Brasil, o Governo do Estado disse que ainda não tem previsão de pagar o décimo terceiro salário dos agentes.

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