Jhonattan Reis
24/03/2017 17:28 - Atualizado em 27/03/2017 17:43
A primeira palestra do IV Seminário Cultural da Academia Pedralva de Letras e Artes acontece neste sábado (25), a partir das 16h30, no auditório do Museu Histórico de Campos, localizado na praça do Santíssimo Salvador, no Centro de Campos. O pesquisador e professor Marcelo Sampaio vai falar sobre os 90 anos de nascimento do compositor Tom Jobim. A entrada é franca. Sampaio, que também é coordenador do seminário, explicou que este ano ainda haverá outras quatro palestras. Os encontros também celebram os 70 anos de existência da Academia Pedralva, completados em fevereiro.
— Tom Jobim é um dos músicos mais completos que o Brasil já teve em todos os tempos, na minha opinião. Um homem que passeia, com absoluta competência, tanto no popular quanto no clássico, e isso se tornou uma característica muito importante dele. É importante lembrar desta data, dos 90 anos que ele completaria em janeiro. Tom é genial, um profundo estudioso, que gostava de trabalhar exaustivamente até a harmonia ficar o mais perfeito possível — destacou Marcelo Sampaio, que comentou que vai abordar a vida e a obra de Jobim.
— Vou falar sobre a vida dele, que nasceu na Tijuca e, quando era mais velho, foi morar nos Estados Unidos, onde faleceu. Importante lembrar que minhas palestras são musicais, sempre com companhia de músicos. Neste sábado estarei acompanhado de Matheus Nicolau, no piano e voz, e Carol Poesia e Tim Carvalho nas vozes. Então, entre uma fala e outra minha haverá músicas tocadas e cantadas por eles, o que é um atrativo a mais para as palestras.
O professor e pesquisador contou que usará informações a que teve acesso quando pesquisava para seu trabalho de mestrado, defendido na Universidade Estadual de Campinas, em 2004.
— Chico Buarque foi meu tema. Levaremos ao público alguns detalhes curiosos e informações privilegiadas que tive acesso por conta desse trabalho acadêmico, sendo que Chico foi um dos parceiros mais relevantes de Jobim.
Marcelo traz, também, histórias curiosas sobre Jobim.
— Tom, uma vez, entrou em uma livraria carioca, onde também vendia discos, e perguntou à balconista: “Vocês têm CD do Tom Jobim aí?”. A balconista olhou para ele e perguntou: “Mas você não é o Tom Jobim?”. Ele respondeu: “Não, mas dizem que pareço muito com ele” — contou, aos risos. — Tom é sensacional, e de uma simplicidade tamanha. Tem gente que não é nada e se acha. Ele é o Tom Jobim, e com toda essa simplicidade — disse.
Sampaio lembrou, ainda, que o I Seminário Cultural ocorreu em 2014. “E ele aconteceu, assim como o segundo, na sala três do Palácio da Cultura, onde funciona a Academia. Só que como o palácio está impossibilitado de funcionar, estamos provisoriamente nos reunindo no museu”.
Outras palestras
De acordo com Marcelo Sampaio, as próximas palestras, que ainda não têm ordem definida, acontecerão em maio, julho, setembro e novembro, sempre em sábados. Ele explicou sobre os temas.
— Convidaremos o professor Gustavo Soffiati para falar em relação aos 50 anos do filme “Terra em Transe” (1967), de Glauber Rocha, que é uma das maiores obras cinematográficas brasileiras de todos os tempos. Outra palestra que vai ter será sobre o centenário do nascimento do escritor Antonio Callado, com a professora, atriz e cantora Carol Poesia — disse ele, que será o palestrante em outras duas ocasiões.
— Eu também ministrarei palestras sobre os 120 anos de nascimento do compositor Pixinguinha e, em outra, sobre os 50 anos do festival de música popular brasileira da TV Record, de 1967, que foi aquele emblemático em que o Sérgio Ricardo quebrou o violão no palco, sendo que só tinha feras concorrendo, como Chico Buarque, Gilberto Gil, Edu Lobo e Caetano Veloso, que depois viraram monstros sagrados da MPB.