Das mesas bem servidas, o público ouve o soar dos instrumentos das bandas. Em meio ao público as batutas dos maestros bailam na regência de um repertório que vai do clássico ao popular. Das sacadas e janelas dos casarões coloniais, os músicos vão além, brincam com os sons, se deixam levar pela apresentação, e levam sua emoção para o público que retribui aplaudindo, soltando a voz e até arriscando alguns passos de dança. Assim é a Vesperata de Diamantina!
Na Vesperata é fácil se deixar envolver pela acústica, pelo ritmo, pela harmonia. O cenário é centenário, e a iluminação amarelada dos lampiões lhe confere um caráter aconchegante e nostálgico. Cada detalhe do casario colonial parece acompanhar o ritmo do espetáculo, a exemplo dos gradis das sacadas, uns com formas leves e delicadas e outros com formas densas e fortes, que inspiraram a marca da Vesperata. Não importa de onde se assista o evento, a acústica da Rua da Quitanda mistura e propaga o som de cada instrumento, como uma verdadeira “concha acústica”, brindando a cada expectador com um verdadeiro espetáculo musical.
Nem tão inédita assim é a pratica de dispor músicos nas sacadas dos casarões de Diamantina. Na cidade que respira música, a prática já era recorrente em meados do século XIX, mas foi reeditada a fim de criar um produto cultural que expressasse as potencialidades culturais de Diamantina no pleito ao título de Patrimônio Cultural da Humanidade, conquistado com mérito e louvor em 1999.
A Vesperata conta com 16 apresentações oficiais, distribuídas entre os meses de abril a outubro. Encampada pela Administração Municipal, é objeto do projeto “Vesperata Para Sempre”, que busca o permanente aperfeiçoamento do evento turístico cultural, reconhecido e premiado no ano de 2010, durante o Salão de Turismo Roteiros do Brasil, como responsável pela “Sustentabilidade Cultural do Município”.