Daniela Abreu
25/02/2017 14:27 - Atualizado em 28/02/2017 15:53
Apesar do preconceito que ainda existe em meio a sociedade, a Associação Irmãos da Solidariedade, que trabalha com apoio e assistência de soropositivos em Campos, diz que tem esperança de um ano mais tranquilo, principalmente em relação à questão de repasses do convênio com a Prefeitura de Campos, que durante oito anos aconteceu de forma irregular, segundo a fundadora da instituição, Fátima Castro. No último dia 13, foi renovado o convênio com o Fundo Municipal de Saúde que estabelece a cooperação do município em R$ 40.320,00 no tratamento dos 42 internos e 208 assistidos pela instituição.
Segundo publicação no Diário Oficial (DO), o termo estabelece o repasse do valor durante três meses, até o próximo 31 de março, e tem como objetivo garantir alimentação, habitação, medicamentos, vestuário, roupa de cama e banho, materiais de higiene pessoal e atendimento médico. Após o prazo, a instituição tem 90 dias para a prestação de contas.
Fátima Castro contou que os últimos oito anos foram de muitas perdas para instituição por conta da irregularidade no repasse das verbas que acarretou dívidas por acúmulo de juros nos gastos essenciais da instituição. A fundadora da Associação disse, ainda, que foi também na gestão anterior que a ambulância foi trocada por uma de menor porte. “A verba do repasse municipal, que era de R$ 49 mil, sofreu corte de 25%. Para manter toda a estrutura, além da verba municipal, a casa conta com R$ 21 mil destinados através do Programa DST/Aids, do Ministério da Saúde, por ser reconhecida como pelo Governo Federal como casa de apoio e oferecer”, disse.
Com a continuidade do convênio municipal, Fátima Castro disse que pretende dar sequência ao projeto que ampara portadores de HIV, contando ainda com a ajuda de parceiros importantes que têm garantido mantimentos e serviços, além da sociedade que através de um carnê, pode colaborar com a quantia que quiser. Interessados devem entrar em contato através do novo telefone 27339610.
Ao contrário de outras instituições, como os asilos de Campos, a Casa Irmãos da Solidariedade não conta com contato direto da população no amparo aos assistidos. O preconceito ainda mantém as barreiras que afastam os portadores de HIV do resto da sociedade.
— Eu já desisti, por exemplo, de por barracas na festa da Coesa, por que ninguém compra nada. Eu já coloquei uma banca aqui na rente da casa, mas tirei por que ninguém comprava — lastimou Fátima que ainda não consegue entender o preconceito que limita o contato, mesmo com tanta informação disponível atualmente.