Ex-músico de ONG é assassinado
Marcus Pinheiro e Camilla Silva 06/02/2017 08:52 - Atualizado em 06/02/2017 09:43
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Ex-trompista da Orquestra Sinfônica Mariuccia Iacovino, da ONG Orquestrando a Vida, foi morto a tiros, por volta das 18h30 de sábado (4), enquanto caminhava na rua Álvaro Cristiano de Assis, no Parque São José, em Guarus. Marlon da Conceição Gomes, de 21 anos, conhecido como Bolacha, e era morador do Parque São Silvestre, chegou a ser socorrido e encaminhado para o Hospital Ferreira Machado (HFM), no entanto, não resistiu aos ferimentos e morreu ao dar entrada na unidade hospitalar. O músico, que também trabalhava como eletricista deixou esposa e filha de três anos. Integrantes da ONG a qual Marlon fez parte por 10 anos lamentaram o ocorrido nas redes sociais. Mantendo os elevados índices de violência do município, em menos de 24h outro homicídio foi registrado na área de Guarus. Outros dois homicídios foram registrados em Campos no domingo na comunidade de Sapo I e na localidade de Montenegro. Com mais esses crimes, subiu para 7 o número de homicídios registrados, em Campos, no mês de fevereiro, e para 27, em 2017, segundo estatística do jornal Folha da Manhã.
De acordo com testemunhas do homicídio ocorrido no Parque São José, dois homens encapuzados teriam desembarcado de um Citroën C4 Pallas, de cor prata, e efetuado os disparos contra o trompista. Segundo elas, que optaram por não serem identificadas, após atirarem, os homens voltaram para o veículo e fugiram em alta velocidade.
Emocionada a esposa da vítima, Talita Tavares, informou que Marlon fez parte da Orquestrando a Vida dos 10 até os 20 anos, onde tocava trompa. Segundo ela, ele também tocava em igrejas. O sepultamento ocorreu na tarde desse domingo, no Campo da Paz.
Em sua página em uma rede social o presidente da ONG, Jony William Villela Vianna, lamentou a morte do jovem. “O coração chora a perda de um dos filhos queridos da família Orquestrando a Vida. Quisera eu ter condições financeiras para espalhar o projeto em bairros de nossa cidade… Crianças, adolescentes e jovens sendo presas fáceis da violência. Vidas Ceifadas. Hoje, esta trilha é para curtir o luto que vai no coração da Orquestrando a Vida. Marlon Gomes, gostaria de ainda conseguir a camisa branca que você a todo concerto me pedia. Saudades”, escreveu Jony Willian.
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Ambos os homicídios ocorridos durante o final de semana foram registrados na 146ª Delegacia de Polícia (DP), onde serão investigados. Até o fechamento desta edição, não haviam informações sobre suspeitos de autoria dos crimes.
Homicídios no domingo - O primeiro crime de domingo ocorreu logo pela manhã. Walace Reis Nogueira, 41 anos, foi atingido por diversos disparos de arma de fogo, enquanto pedalava na rua 4, da comunidade Sapo I, no Parque Eldorado. Ele foi encontrado pela PM por volta das 10h30, após denúncia anônima.
Pela noite, outro homem foi morto a tiros, na estrada Principal de Montenegro, em Campos. A vítima foi identificada como José Elias Nunes da Silva, de 36 anos, era morador do Parque Vera Cruz em Guarus. O corpo foi levado para o Instituto Medico Legal (IML). Ainda não há informações sobre o motivo e o autor do crime.
Continua crescente o índice de violência
Com 26 homicídios registrados até o dia de ontem, o município de Campos segue a média de assassinatos registrados no ano passado – que foi de 22 por mês – e mantém a elevação acentuada nos índices de violência, apontados em dados oficiais do Instituto de Segurança Pública (ISP), em 2016.
De acordo com o órgão, em 2016, o número de crimes contra a vida ultrapassou em 65% a marca de 2015 e a quantidade de tentativas, ultrapassou em 44,9% a média do mesmo ano. Desde que o órgão começou a contagem, em 2002, esse foi o ano mais violento com 272 homicídios registrados, sendo 120 deles na área da 134ª DP (margem direita do rio), um acréscimo de 57,9% em relação ao ano anterior, e 152 na área da 146ª DP de Guarus (margem esquerda), 65,2% a mais que em 2015.
O comandante do 8º BPM, tenente-coronel Fabiano Souza, atribui o alto índice de homicídios à guerra do tráfico na disputa de território e diz que continua a contar com a ajuda de todos, através do disque denúncia. Já o delegado titular da 134ª Delegacia de Polícia (DP), Geraldo Rangel, tranquiliza a população e afirma que, mesmo em paralisação, a Polícia Civil – em greve por causa da crise financeira do estado – não para quando o assunto é crime contra a vida.

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