Edgar Vianna de Andrade
30/01/2017 19:30 - Atualizado em 31/01/2017 15:10
Resident Evil: o capítulo final Dos seis filmes da série “Resident Evil”, só o terceiro, de 2007, foi dirigido por Russell Mulcahy. A direção dos outros cinco ficou com Paul W. S. Anderson. Sua mulher, Milla Jovovich, foi a atriz principal nos seis, no papel da andrógina Alice. Só os adeptos do videogame, de onde os filmes foram importados, conhecem a história. Tanto que o início do capítulo final traz um resumo do passado para que o espectador se situe. Trata-se de um enredo simples: Sócio de um grande laboratório de pesquisa, o pai de Alice é assassinado por seu amigo. Ainda pequena, Alice é retida em cárcere privado e é transformada num programa até se tornar adulta e fugir. Mesmo não tendo sido educada para a nossa cultura, ela foge já sabendo tudo, inclusive artes marciais. Ela vai lutar contra o sócio do pai, sua empresa Umbrella e combater o T-vírus, que transforma as pessoas em zumbis. Se não é tudo, é por aí.
O capítulo 6, que se pretende final, não é tão final assim. Anderson abre uma brecha para um sétimo. Vai depender da bilheteria do sexto, elogiado superficialmente pela crítica. Assisto a filmes por não confiar nos críticos. Assim devem fazer os que me leem. A ideia não é ruim, mas o roteiro não soube aproveitá-la. Foi o que percebi. Como sempre, os Estados Unidos estão em primeiro lugar, embora a produção do filme tenha se encerrado antes da vitória de Donald Trump. Não importa. Os filmes-catástrofe estadunidenses sempre colocam seu país como centro do mundo. É de lá que partem as tentativas de destruir o planeta. Ele é sempre o primeiro alvo de alienígenas. Mas de lá, sempre partem as soluções.
“Resident Evil” final é um filme enlatado, como se chamavam antigamente os filmes estandardizados. É um filme sem alma. Washington está destruída. Parece que uma bomba atômica caiu sobre a cidade. A humanidade se transformou em zumbis. Poucos ainda não foram contaminados. Animais sofreram mutações genéticas e se tornaram monstruosos. A empresa Umbrella guarda uma elite adormecida por métodos criogênicos para despertar quando os zumbis forem exterminados. A Terra será dominada por uma raça pura e rica. Parece mesmo um projeto de Trump. Mas um antivírus é produzido. Ocorre uma falha no programa Alice, mostrando que a computação não é cem por cento confiável. Alice verdadeira ou o androide dela (pois nunca se sabe quem é verdadeiro ou falso no filme), sabedora de tudo, vai lutar contra zumbis e inimigos de seu pai para salvar a Terra. O filme é uma sucessão de lutas intermináveis. Melhor, elas terminam previsivelmente com a vitória da quase solitária Alice. Ou seja, do bem contra o mal.
Acho que chega. Os zumbis estão cansados de sempre andar com pés tortos e terem suas cabeças estraçalhadas ou decepadas. Milla Jovovich já está envelhecendo. É hora de fazer papel de mãe de adolescente ou mesmo de jovem avó.